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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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─ Da montanha que a gente subiu.<br />

─ Certo. Então escreva isso. Ele obe<strong>de</strong>ce.<br />

Depois, ele acrescenta outro item, <strong>de</strong>pois mais outro, enquanto<br />

eu termino o cigarro e a xícara <strong>de</strong> café. Ele enche três folhas só<br />

com a lista do que preten<strong>de</strong> dizer.<br />

─ Guar<strong>da</strong> isso ─ recomendo a ele. ─ Mais tar<strong>de</strong> a gente continua.<br />

─ Eu não vou conseguir falar disso tudo numa carta só! ─<br />

reclama ele.<br />

Dou uma risa<strong>da</strong>, e ele franze a testa.<br />

─ Fale só <strong>da</strong>s coisas melhores ─ sugiro. Depois saímos e montamos<br />

<strong>de</strong> novo na moto.<br />

Na <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> do <strong>de</strong>sfila<strong>de</strong>iro, pequenos estalos nos nossos ouvidos<br />

nos fazem lembrar que estamos a uma altitu<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez mais<br />

baixa. Agora vai ficando mais quente, e o ar é mais pesado. Estamos<br />

nos <strong>de</strong>spedindo <strong>da</strong> região serrana, na qual estivemos mais ou<br />

menos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Miles City.<br />

Empacamento. É disso que eu quero falar hoje.<br />

Vocês se lembram <strong>de</strong> que quando nós estávamos saindo <strong>de</strong><br />

Miles City, eu falei sobre a aplicação do método científico formal<br />

à <strong>manutenção</strong> <strong>da</strong>s <strong>motocicletas</strong>, através dos estudos <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>ias<br />

<strong>de</strong> causa e efeito, e <strong>da</strong> aplicação do método experimental para <strong>de</strong>terminar<br />

essas ca<strong>de</strong>ias. Meu objetivo era explicar como funciona a<br />

lógica clássica.<br />

Agora, quero mostrar que aquele mo<strong>de</strong>lo clássico <strong>de</strong> raciocínio<br />

po<strong>de</strong> ser incrivelmente aperfeiçoado, ampliado e tornado mais<br />

eficiente através do reconhecimento formal <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> em operação.<br />

Entretanto, antes <strong>de</strong> fazê-lo convém apresentar alguns aspectos<br />

negativos <strong>da</strong> <strong>manutenção</strong> tradicional, só para <strong>da</strong>r um exemplo<br />

<strong>da</strong> localização dos problemas.<br />

O primeiro é o empacamento, um empacamento mental que<br />

acompanha um empacamento físico naquilo que se está fa<strong>zen</strong>do.<br />

Foi o que aconteceu com Chris. Suponhamos que um parafuso<br />

<strong>de</strong> uma tampa lateral emperre. Você verifica no manual se existe<br />

algum motivo especial para que esse parafuso esteja tão difícil <strong>de</strong><br />

sair, mas tudo que encontra é: “Remova a tampa lateral.” Naquele<br />

lindo e sucinto estilo técnico que nunca lhe diz o que você quer<br />

saber. Na<strong>da</strong> que você tenha <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> fazer po<strong>de</strong> ter causado o<br />

emperramento dos parafusos.<br />

Se você tiver experiência, certamente usará um óleo para lu-<br />

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