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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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Capítulo 16<br />

Depois <strong>de</strong> uma boa noite <strong>de</strong> sono, Chris e eu enchemos as<br />

mochilas com o maior cui<strong>da</strong>do, e já estamos subindo pela encosta<br />

há uma hora. Aqui no fundo do <strong>de</strong>sfila<strong>de</strong>iro a floresta é forma<strong>da</strong><br />

quase que exclusivamente por pinheiros, com alguns choupos e<br />

arbustos <strong>de</strong> folhas largas. De vez em quando, a trilha leva a uma<br />

clareira forra<strong>da</strong> <strong>de</strong> relva e ilumina<strong>da</strong> pelo sol, à beira do regato do<br />

<strong>de</strong>sfila<strong>de</strong>iro, mas em segui<strong>da</strong> penetra novamente na <strong>de</strong>nsa sombra<br />

dos pinhais. O chão <strong>da</strong> trilha está coberto <strong>de</strong> uma cama<strong>da</strong> fofa e<br />

úmi<strong>da</strong> <strong>de</strong> agulhas <strong>de</strong> pinheiro. O silêncio é completo.<br />

Montanhas como esta, e histórias <strong>de</strong> viajantes que as escalam,<br />

encontram-se tanto na literatura Zen, como nos mitos <strong>da</strong>s<br />

mais importantes religiões. A alegoria <strong>da</strong> montanha física, que representa<br />

a escala<strong>da</strong> espiritual que a alma <strong>de</strong>ve empreen<strong>de</strong>r para<br />

alcançar seu objetivo é estabeleci<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira fácil e natural. A<br />

maioria <strong>da</strong>s pessoas, como aquelas que moram no vale lá embaixo,<br />

ficam contemplando as montanhas espirituais a vi<strong>da</strong> inteira,<br />

mas nunca se resolvem a escalá-las, contentando-se em ouvir as<br />

peripécias que lhes contam os que lá estiveram; assim, evitam as<br />

agruras <strong>da</strong> subi<strong>da</strong>. Outros viajam acompanhados por guias experientes,<br />

que conhecem as rotas mais propícias e menos perigosas<br />

para atingir o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sejado. Poucas <strong>de</strong>ssas pessoas logram êxito,<br />

mas às vezes, com força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, sorte e motivação, algumas<br />

conseguem chegar ao cume e, uma vez lá, têm o privilégio <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />

que não há um único caminho nem um número fixo <strong>de</strong> rotas.<br />

Existem tantos caminhos quantas são as almas.<br />

Agora, quero falar sobre a maneira como Fedro explorou o<br />

significado do termo Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, exploração que ele encarava como<br />

um caminho através <strong>da</strong>s montanhas espirituais. Conforme pu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir, houve duas fases distintas.<br />

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