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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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gunto ao Chris.<br />

─ Por que é que não há plantas menores?<br />

─ Acho que as árvores <strong>de</strong>sta floresta nunca foram corta<strong>da</strong>s.<br />

Quando ninguém mexe nas florestas, durante séculos, as árvores<br />

impe<strong>de</strong>m que a luz chegue ao solo, e aí os arbustos e plantas rasteiras<br />

não po<strong>de</strong>m nascer.<br />

─ Parece um parque! ─ exclama Chris. ─ A gente po<strong>de</strong> ver<br />

tudo. ─ Ele parece estar bem mais animado do que ontem. Acho<br />

que vai colaborar, <strong>da</strong>qui por diante. O silêncio <strong>de</strong>stas florestas melhora<br />

qualquer um.<br />

O mundo agora, segundo Fedro, compunha-se <strong>de</strong> três elementos:<br />

mente, matéria e Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O fato <strong>de</strong> que ele não havia<br />

estabelecido relação entre eles não o preocupou no começo. Se a<br />

relação entre mente e matéria ain<strong>da</strong> não tinha sido resolvi<strong>da</strong> até<br />

aquele momento, por que é que ele, ao cabo <strong>de</strong> algumas semanas,<br />

havia <strong>de</strong> apresentar uma resposta <strong>de</strong>finitiva sobre a Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

Não havia pressa. Colocou a questão numa espécie <strong>de</strong> prateleira<br />

mental on<strong>de</strong> guar<strong>da</strong>va to<strong>da</strong>s as questões para as quais não tivesse<br />

resposta imediata. Sabia que, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, teria <strong>de</strong><br />

estabelecer as relações entre os membros <strong>da</strong>quela trin<strong>da</strong><strong>de</strong> metafísica.<br />

Mas estava tranqüilo. Era tão bom ter se livrado dos chifres<br />

<strong>da</strong>quele touro, que ele simplesmente se <strong>de</strong>scontraiu e curtiu o <strong>de</strong>scanso<br />

enquanto pô<strong>de</strong>.<br />

Depois, resolveu examinar o problema com mais cui<strong>da</strong>do.<br />

Embora a trin<strong>da</strong><strong>de</strong> metafísica, uma tripla reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, não pu<strong>de</strong>sse<br />

ser refuta<strong>da</strong> por meios lógicos, tais trin<strong>da</strong><strong>de</strong>s são bastante incomuns<br />

e na<strong>da</strong> populares. O metafísico normalmente busca ou um<br />

monismo, como Deus, que explica a natureza do mundo como manifestação<br />

<strong>de</strong> uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> única, ou pesquisa um dualismo, tal<br />

como espírito/matéria, que a explica como fruto <strong>de</strong> duas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

ou a consi<strong>de</strong>ra pluralista, explicando-a como uma manifestação <strong>de</strong><br />

um número in<strong>de</strong>finido <strong>de</strong> coisas. O número três, entretanto, parece<br />

estranho. Certamente, alguém iria perguntar: “Por que três? Qual<br />

é a relação entre esses elementos?” E como já tinha <strong>de</strong>scansado<br />

bastante, Fedro interessou-se também em investigar esse relacionamento.<br />

Notou que, embora normalmente se associe a Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> aos<br />

objetos, às vezes ocorriam sensações <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> na ausência <strong>de</strong><br />

qualquer objeto. Por isso é que ele a princípio havia julgado que a<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> fosse subjetiva. Mas a satisfação subjetiva também não<br />

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