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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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De Baker, a moto, subindo, nos levou até as florestas. A estra<strong>da</strong><br />

florestal passa por um <strong>de</strong>sfila<strong>de</strong>iro e <strong>de</strong>sce, atravessando outras<br />

florestas <strong>de</strong>pois.<br />

À medi<strong>da</strong> que <strong>de</strong>scemos a encosta <strong>da</strong> montanha, notamos<br />

que as árvores vão mirrando ca<strong>da</strong> vez mais, até que nos achamos<br />

novamente no <strong>de</strong>serto.<br />

Depois, vem o contratempo do <strong>de</strong>feito intermitente. O problema<br />

se resolve <strong>de</strong> repente assim que você começa o conserto. Os<br />

curtos-circuitos geralmente se incluem nessa categoria. O curto<br />

ocorre apenas quando a moto está em funcionamento. Quando ela<br />

pára, fica tudo em or<strong>de</strong>m. Aí, o conserto torna-se quase impossível.<br />

Tudo que se po<strong>de</strong> fazer é tentar reproduzir o <strong>de</strong>feito, e se não <strong>de</strong>r<br />

certo, é melhor <strong>de</strong>sistir.<br />

Tais <strong>de</strong>feitos intermitentes se tornam cila<strong>da</strong>s para o brio quando<br />

conseguem convencer você <strong>de</strong> que a máquina está mesmo conserta<strong>da</strong>.<br />

No caso <strong>de</strong> qualquer serviço, é sempre bom esperar umas<br />

centenas <strong>de</strong> quilômetros antes <strong>de</strong> chegar a tal conclusão. Você fica<br />

<strong>de</strong>sanimado ao ver os <strong>de</strong>feitos surgirem vezes segui<strong>da</strong>s, mas não<br />

estará pior do que quem recorre a um mecânico profissional. Na<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, você estará em situação bem melhor. Esses probleminhas<br />

são uma cila<strong>da</strong> muito maior para o brio <strong>de</strong> uma pessoa que tenha<br />

que levar a máquina para a oficina to<strong>da</strong> hora, sem nunca ficar<br />

satisfeita. Quando é você que está consertando a moto, po<strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r<br />

os <strong>de</strong>feitos por muito tempo, coisa que o mecânico profissional<br />

não po<strong>de</strong> fazer, e po<strong>de</strong> também levar, ao sair com a máquina, as<br />

ferramentas que talvez sejam necessárias, a fim <strong>de</strong> que, quando o<br />

<strong>de</strong>feito aparecer, você possa parar e tentar consertá-lo.<br />

Quando essas falhas forem recorrentes, tente relacioná-las<br />

a outras coisas que ocorrem com a moto. Os estouros no escapamento,<br />

por exemplo, ocorrem apenas nos choques, nas curvas ou<br />

no momento <strong>da</strong> aceleração? Só nos dias quentes? Tais correspondências<br />

são pistas que <strong>de</strong>sembocam em hipóteses <strong>de</strong> causa e efeito.<br />

Para resolver alguns casos, talvez você tenha que se submeter<br />

a uma longa pescaria, mas isso nunca será tão tedioso quanto ter<br />

que levar a moto à oficina cinco vezes. Tenho vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer uma<br />

longa exposição sobre “<strong>de</strong>feitos intermitentes que eu conheço”,<br />

<strong>de</strong>screvendo passo a passo o processo <strong>de</strong> resolução dos problemas.<br />

Mas, aí vou parecer um <strong>da</strong>queles pescadores que contam histórias<br />

que só interessam a eles, sem conseguirem enten<strong>de</strong>r por que todos<br />

estão bocejando. Para ele, foi divertido.<br />

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