19.04.2013 Views

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 5<br />

Desapareci<strong>da</strong> a planura <strong>da</strong> pra<strong>da</strong>ria, a terra começa a ondular-se<br />

<strong>de</strong> leve. Há ca<strong>da</strong> vez menos cercas, e o ver<strong>de</strong> fica mais pálido.<br />

Tudo indica que estamos chegando às Altas Planícies.<br />

Paramos em Hague para encher o tanque e perguntamos se<br />

há algum modo <strong>de</strong> cruzar o rio Missouri entre Bismarck e Mobridge.<br />

O empregado do posto não sabe. Como agora está fa<strong>zen</strong>do calor,<br />

John e Sylvia vão tirar as roupas <strong>de</strong> baixo quentes. Mudo o óleo <strong>da</strong><br />

moto e lubrifico a corrente. Chris observa tudo o que faço, porém<br />

com um pouco <strong>de</strong> impaciência. Mau sinal.<br />

─Meus olhos estão doendo ─ resmunga ele.<br />

─ De quê?<br />

─ Do vento.<br />

─ A gente compra uns óculos para você.<br />

Entramos todos num bar para tomar café e comer pãezinhos.<br />

Tudo para nós é diferente, exceto nós mesmos, e ficamos mais<br />

olhando em volta do que palestrando, procurando ouvir trechos<br />

<strong>da</strong>s conversas <strong>de</strong> pessoas que parecem conhecer-se mutuamente e<br />

que olham para nós, porque nós somos novos ali. Depois, num outro<br />

trecho <strong>da</strong> rua, adquiro um termômetro para guar<strong>da</strong>r no alforje<br />

e uns óculos plásticos <strong>de</strong> proteção para o Chris.<br />

O homem <strong>da</strong> loja também não conhece nenhum atalho para<br />

atravessar o Missouri. John e eu examinamos o mapa. Eu esperava<br />

que encontrássemos alguma linha <strong>de</strong> balsas não oficial, ou uma<br />

ponte para pe<strong>de</strong>stres, ou coisa pareci<strong>da</strong>, naquele trecho <strong>de</strong> cento<br />

e quarenta quilômetros, mas é claro que não há na<strong>da</strong>, porque do<br />

outro lado não existe muita coisa que valha a pena ver. Lá é tudo<br />

reserva indígena. Resolvemos, então, ir para o sul, até Mobridge, e<br />

atravessar o rio ali.<br />

A estra<strong>da</strong> para o sul é péssima. Uma pista estreita, to<strong>da</strong> racha<strong>da</strong><br />

e esburaca<strong>da</strong>; pegamos um vento frontal horrível, o sol ba-<br />

55

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!