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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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mesmo. ─ Elas, além disso, voam baixo.<br />

─ Ah! ─ diz Chris; e continuamos a escala<strong>da</strong>. Os ramos dos<br />

pinheiros coam os raios <strong>de</strong> sol, originando um efeito semelhante ao<br />

<strong>da</strong> luz que penetra pelos vitrais <strong>de</strong> uma catedral.<br />

Hoje quero falar sobre a primeira etapa <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Fedro<br />

em direção à Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a etapa náo-metafísica, que será mais<br />

agradável. É bom começar as jorna<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma agradável, mesmo<br />

sabendo que muitas vezes elas terminam <strong>de</strong> modo bem diferente.<br />

Usando as anotações <strong>de</strong> aula <strong>de</strong>le como referência, pretendo reconstituir<br />

a maneira pela qual o conceito <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> influenciou<br />

suas aulas <strong>de</strong> retórica. A segun<strong>da</strong> etapa, a metafísica, foi frágil e<br />

especulativa, mas esta primeira, na qual ele simplesmente ensinava<br />

composição, foi, <strong>de</strong> acordo com as lembranças, sóli<strong>da</strong> e pragmática,<br />

e provavelmente merece ser avalia<strong>da</strong> com base nos seus<br />

próprios méritos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> fase.<br />

Fedro fez um sem-número <strong>de</strong> experiências. Estava preocupado<br />

com os alunos que não tinham na<strong>da</strong> a dizer. Primeiro pensou<br />

que fosse pura preguiça, mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>scobriu que não era. E que<br />

eles simplesmente não tinham a mínima idéia do que iam dizer.<br />

Um <strong>de</strong>sses alunos, uma garota <strong>de</strong> óculos <strong>de</strong> lentes grossas,<br />

queria escrever uma re<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> quinhentas palavras sobre os Estados<br />

Unidos. Ele já se habituara ao mal-estar que sentia ao ouvir<br />

coisas como essa, e sugeriu, sem qualquer censura, que ela limitasse<br />

o assunto à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Bozeman.<br />

Mas ela não conseguiu entregar a re<strong>da</strong>ção na <strong>da</strong>ta prevista,<br />

e ficou muito perturba<strong>da</strong>. Apesar <strong>de</strong> ter feito inúmeras tentativas,<br />

simplesmente não <strong>de</strong>scobrira na<strong>da</strong> que merecesse ser dito.<br />

Ele já havia conversado sobre ela com os professores <strong>de</strong> quem<br />

ela fora aluna, e todos confirmaram a opinião que Fedro tinha a<br />

seu respeito. Muito compenetra<strong>da</strong>, respeitava a disciplina e se esforçava,<br />

mas era profun<strong>da</strong>mente apática. Não tinha um pingo <strong>de</strong><br />

criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os olhos que se viam através <strong>da</strong>quelas lentes grossas<br />

eram olhos <strong>de</strong> escravo. Ela não estava tentando embromar Fedro:<br />

realmente não conseguia imaginar coisa nenhuma para escrever, e<br />

perturbava-se com sua incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer os <strong>de</strong>veres.<br />

Aquilo o <strong>de</strong>snorteou. Agora, ele é que não conseguia encontrar<br />

na<strong>da</strong> para dizer. Depois <strong>de</strong> uma pausa, sugeriu uma solução<br />

curiosa:<br />

─ Procure então limitar-se a <strong>de</strong>screver a rua principal <strong>de</strong> Bozeman.<br />

─ Foi uma inspiração súbita.<br />

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