19.04.2013 Views

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

la<strong>da</strong> e vazia, o motor emitindo um som “compacto” <strong>de</strong> alta rotação,<br />

o que significa que ele está a to<strong>da</strong> força. A escuridão aumenta ca<strong>da</strong><br />

vez mais.<br />

Um relâmpago e um ribombar <strong>de</strong> trovão seguidos. Assustome<br />

e Chris aperta a cabeça contra minhas costas. Lá vêm as primeiras<br />

gotas <strong>de</strong> chuva... Nesta veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>, parecem até agulhas.<br />

Outro clarão ─ BUM! Tudo se ilumina ao redor... De repente, na<br />

luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do próximo relâmpago, vejo aquela fa<strong>zen</strong><strong>da</strong>... Aquele<br />

moinho... Meu Deus, ele esteve aqui!... Aplico o freio... Esta é a estra<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>le!... Uma cerca e algumas árvores... A veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> cai para<br />

cem por hora, <strong>de</strong>pois para noventa e cinco, <strong>de</strong>pois para noventa, e<br />

fica assim.<br />

─ Por que é que a gente está diminuindo? ─ grita Chris.<br />

─ Estamos indo <strong>de</strong>pressa <strong>de</strong>mais!<br />

─ Não estamos, não!<br />

Eu balanço a cabeça, afirmativamente.<br />

A casa e a caixa d’água já passaram, e então surgem um<br />

pequeno sulco <strong>de</strong> drenagem e uma estra<strong>da</strong> que cruza a rodovia,<br />

indo per<strong>de</strong>r-se no horizonte... Sim, é isso mesmo, penso eu. É exatamente<br />

isso.<br />

─ Eles já estão longe! ─ berra Chris. ─ Corre mais! Abano a<br />

cabeça, energicamente.<br />

─ Por que não?<br />

─ Não é seguro!<br />

─ Eles sumiram!<br />

─ Eles esperam.<br />

─ Corre mais!<br />

─ Não! ─ Continuo a abanar a cabeça. É apenas um pressentimento.<br />

Quando a gente está na moto <strong>de</strong>ve confiar nos pressentimentos;<br />

é melhor ficarmos a noventa.<br />

A primeira panca<strong>da</strong> começa agora, mas vejo adiante as luzes<br />

<strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>zinha... Eu já sabia que ela estava ali.<br />

Quando chegamos, encontramos John e Sylvia sob a primeira<br />

árvore à beira <strong>da</strong> estra<strong>da</strong>, esperando por nós.<br />

─ Que é que houve?<br />

─ A gente diminuiu um pouco.<br />

─ Disso eu sei. Tiveram algum problema?<br />

─ Não. Vamos sair <strong>de</strong>ssa chuva.<br />

John diz que há um motel do outro lado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas eu lhe<br />

digo que se virarmos à direita, perto <strong>de</strong> uma fileira <strong>de</strong> choupos que<br />

fica uns qu<strong>arte</strong>irões adiante, encontraremos um motel melhor.<br />

36

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!