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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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mas dinâmica. Se não gostamos <strong>de</strong>ssa arranjamos outra. Os jovens<br />

norte-americanos não vão empacar em nenhum punhado <strong>de</strong> idéias<br />

doutrinárias extravagantes.<br />

A palavra-chave é melhor. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Há quem diga que até a<br />

essência do jovem americano está empaca<strong>da</strong>, incapaz <strong>de</strong> reagir ao<br />

estímulo <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas tal idéia não vem ao caso. O que interessa<br />

é que o presi<strong>de</strong>nte, e todos os outros, do pior radical ao pior<br />

reacionário, concor<strong>da</strong>m que o governo <strong>de</strong>ve mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> acordo com<br />

a Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo que ele não mu<strong>de</strong>. O conceito <strong>de</strong> Fedro, a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> transformadora, uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> tão onipotente<br />

que até os governos precisam mu<strong>da</strong>r para acompanhá-la, é algo<br />

com que tacitamente vimos concor<strong>da</strong>ndo todos, o tempo todo.<br />

As palavras <strong>de</strong> Truman, no fundo, não diferem <strong>da</strong> atitu<strong>de</strong><br />

prática e pragmática <strong>de</strong> qualquer cientista experimental, engenheiro<br />

ou mecânico, quando ele <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> pensar ‘’objetivamente” durante<br />

o trabalho.<br />

Continuo expondo uma teoria meio maluca, mas, <strong>de</strong> alguma<br />

forma, estou também falando <strong>de</strong> coisas que todo mundo sabe, <strong>de</strong><br />

folclore. Esta Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, este envolvimento com o trabalho, é <strong>de</strong><br />

algum modo conhecido em to<strong>da</strong>s as oficinas.<br />

Agora, voltemos finalmente àquele parafuso.<br />

Vamos reavaliar a situação, partindo <strong>da</strong> premissa <strong>de</strong> que o<br />

empacamento que está ocorrendo agora, o momento zero <strong>da</strong> consciência,<br />

não é a situação pior, mas a melhor situação possível. Afinal,<br />

é exatamente esse bloqueio que os Zen-budistas tanto buscam<br />

alcançar, através <strong>da</strong> reflexão sobre paradoxos, os koans, e<br />

<strong>da</strong> respiração profun<strong>da</strong>, <strong>da</strong> postura senta<strong>da</strong> e imóvel, e coisas do<br />

gênero. Sua cabeça está vazia, você está numa disposição “oca” e<br />

“flexível” <strong>de</strong> quem está começando. Você está na frente do trem do<br />

saber, nos próprios trilhos <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Pense, para variar, que<br />

este momento <strong>de</strong>ve ser aproveitado, e não temido. Se a sua cabeça<br />

tiver mesmo empacado para valer, então você po<strong>de</strong>rá até sentir-se<br />

melhor do que quando ela estava sobrecarrega<strong>da</strong> <strong>de</strong> idéias.<br />

A solução para o problema, muitas vezes, parece à primeira<br />

vista insignificante ou in<strong>de</strong>sejável, mas o estado <strong>de</strong> empacamento<br />

logo faz com que ela assuma a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira importância. Ela só parecia<br />

pequena <strong>de</strong>vido à avaliação rígi<strong>da</strong> que você tinha feito antes.<br />

Agora, pense no fato <strong>de</strong> que, mesmo que você queira lutar<br />

contra esse empacamento, ele fatalmente vai <strong>de</strong>saparecer, e a sua<br />

mente encontrará uma solução <strong>de</strong> forma livre e natural. Você não<br />

po<strong>de</strong>rá evitar isso, a menos que seja um mestre na <strong>arte</strong> do empaca-<br />

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