19.04.2013 Views

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mente abstrata. Estas explicações não visam <strong>de</strong>fendê-lo, nem louvá-lo,<br />

mas enterrá-lo... para sempre.<br />

Lá em Minnesota, ao atravessarmos os pântanos, falei um<br />

pouco sobre as “formas” <strong>da</strong> tecnologia, a “força mortal” <strong>da</strong> qual<br />

os Sutherlands parecem estar fugindo. Agora, tomando uma direção<br />

diametralmente oposta à dos Sutherlands, penetrarei no âmago<br />

<strong>de</strong>ssa mesma força mortal. Ao fazê-lo, estaremos a<strong>de</strong>ntrando<br />

o mundo <strong>de</strong> Fedro, o único mundo que ele conheceu, no qual se<br />

compreen<strong>de</strong> tudo a partir <strong>da</strong> forma subjacente.<br />

O mundo <strong>da</strong> forma subjacente é um objeto curioso <strong>de</strong> análise,<br />

pois já é, por si só, um modo <strong>de</strong> discussão. A gente po<strong>de</strong> analisar<br />

as coisas em função <strong>de</strong> sua aparência imediata ou em função<br />

<strong>de</strong> sua forma subjacente, e ao tentar analisar essas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

análise envolvemo-nos no que se po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>nominar problema <strong>de</strong><br />

base. A base a partir <strong>da</strong> qual se vão analisar essas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s é,<br />

na<strong>da</strong> mais na<strong>da</strong> menos, que as próprias mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s em questão.<br />

Eu estava analisando o mundo <strong>de</strong> Fedro, o mundo <strong>da</strong> forma<br />

subjacente, ou, pelo menos, o aspecto <strong>de</strong>nominado tecnologia, <strong>de</strong><br />

um ponto <strong>de</strong> vista externo. Agora creio que é hora <strong>de</strong> falar <strong>de</strong>sse<br />

aspecto do seu ponto <strong>de</strong> vista particular. Quero falar sobre a forma<br />

subjacente do próprio mundo <strong>da</strong> forma subjacente.<br />

Para isso, é necessário estabelecer <strong>de</strong> imediato uma dicotomia.<br />

Mas para po<strong>de</strong>r utilizá-la <strong>de</strong> forma honesta, <strong>de</strong>vo voltar atrás<br />

e dizer o que ela é e o que significa, o que já constitui uma longa<br />

história. É uma p<strong>arte</strong> <strong>de</strong>sse problema <strong>de</strong> exploração do passado.<br />

Mas neste momento eu gostaria apenas <strong>de</strong> utilizar a dicotomia, <strong>de</strong>ixando<br />

as explicações para mais tar<strong>de</strong>. Quero afirmar que existem<br />

duas formas <strong>de</strong> compreensão do mundo: a romântica e a clássica.<br />

Em termos <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> última, tal dicotomia não tem gran<strong>de</strong> significado,<br />

mas revela-se bastante autêntica quando se opera <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong><br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> clássica utiliza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>scobrir ou criar o mundo <strong>da</strong><br />

forma subjacente. Definirei a seguir os termos clássico e romântico<br />

no sentido utilizado por Fedro.<br />

A compreensão clássica vê o mundo acima <strong>de</strong> tudo como a<br />

própria forma subjacente. A compreensão romântica o vê, antes <strong>de</strong><br />

mais na<strong>da</strong>, em termos <strong>de</strong> aparências imediatas. Se a gente mostrar<br />

a um romântico um motor, uma planta ou um esquema <strong>de</strong> eletrônica,<br />

ele certamente não se interessará muito. Essas coisas não o<br />

atraem, porque o que ele está vendo é a superfície. Relações maçantes<br />

e complica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> nomes, linhas e números. Na<strong>da</strong> <strong>de</strong> interessante.<br />

Mas se a gente mostrar a mesma planta ou esquema, ou<br />

74

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!