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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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Já em 1918, alguns eruditos judaicos começaram a ecoar a voz liberal, afirmando que<br />

os anjos não eram reais, pois desnecessários. "Um mundo de leis e de processos não<br />

precisa de uma escada viva para levar-nos da Terra até Deus, nas alturas." 23<br />

Isso não abalou a fé dos evangélicos conservadores, que continuam a confirmar a<br />

validade dos anjos. 24<br />

O CONSENSO DO CENÁRIO MODERNO<br />

Foi talvez o teólogo liberal Paul Tillich (1886-1965) quem postulou o conceito mais<br />

radical do período moderno. Considerava os anjos essências platônicas: emanações da<br />

parte de Deus. Acreditava que os anjos queriam voltar à essência divina da qual surgiram<br />

para serem iguais a Deus. Tillich aconselhava: "Para interpretar o conceito dos anjos de<br />

modo relevante, hoje, interprete-os como as essências platônicas, como os poderes da<br />

existência, e não como seres especiais. Se você interpretá-los desta última maneira, tudo<br />

não passará de grosseira mitologia". 25<br />

Karl Barth (1886-1968) e Millard Erickson (1932-), entretanto, encorajavam uma<br />

abordagem mais cautelosa e sa- B dia. Barth, o pai da neo-ortodoxia, achava ser o assunto<br />

"o mais notável e difícil de todos". Reconhecia o enigma do intérprete: Como "avançar<br />

sem ser precipitado"; estar "ao mesmo tempo aberto e cauteloso, crítico e ingênuo, perspicaz<br />

e modesto?" 26<br />

Erickson, teólogo conservador, acrescentou que poderíamos ser tentados a omitir, ou<br />

negligenciar, o estudo dos anjos, porém "se é para sermos estudiosos fiéis da Bíblia, não<br />

temos outra escolha senão falar a respeito deles." 27<br />

Nos escritos populares a respeito dos anjos, o extremismo sempre se fez presente. O<br />

interesse renovado pelos anjos vem sendo acompanhado por ideias duvidosas ou<br />

antibíblicas. Alguém que alega ter imenso consolo nos anjos, confessa: "Falo<br />

frequentemente com meu anjo da guarda. Assim, posso colocar a minha vida em ordem".<br />

Outras pessoas relatam visitações e favores recebidos por parte dos anjos. Descrevem-nos<br />

de tal maneira que estes mais parecem mordomos celestiais sempre prontos a atender aos<br />

nossos caprichos. 28 Alguns dizem que os anjos "ministram de conformidade com a<br />

Palavra de Deus... e sua única limitação parece ser a deficiência da Palavra na boca dos<br />

crentes aos quais ministram." 29<br />

As EVIDÊNCIAS BÍBLICAS<br />

"Existe uma única maneira de demitologizar as fantasias populares a respeito dos<br />

anjos - voltar à realidade bíblica." 30<br />

Os anjos desfrutam de uma razão de viver que todos os seres volitivos poderão<br />

experimentar. Adoram a Deus e prestam-lhe serviços. Seu propósito geral, refletido nas<br />

palavras hebraicas e gregas traduzidas por "anjo" (mal’akh e angelos, "mensageiro"),<br />

é levar a mensagem das palavras e das obras divinas.<br />

Os anjos, portanto, servem primariamente a Deus. Embora as Escrituras<br />

reconheçam-nos como "espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que<br />

hão de herdar a salvação" (Hb 1.14), não deixam de ser espíritos enviados por Deus (Ap<br />

22.16).<br />

Que são servos de Deus fica também subentendido pela linguagem das Escrituras.<br />

São designados como "o anjo do SENHOR" (49 vezes), "o anjo de Deus" (18 vezes), e os<br />

anjos do Filho do Homem (7 vezes). Deus os chama especificamente "meus anjos" (3<br />

vezes), e as pessoas se referem a eles como "seus anjos" (12 vezes). 31 Finalmente, quando<br />

o termo "anjos" ocorre isoladamente, o contexto normalmente indica a quem eles<br />

pertencem - Deus!<br />

Todos os anjos foram criados numa só ocasião. A Bíblia não dá nenhum indício de um<br />

cronograma de criação incremental de anjos (nem dalguma outra coisa). Foram formados

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