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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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utiliza seu poder para conservar, sustentar, chamar, amar, preservar, prover e glorificar<br />

(Jo 6.32; 8.54; 12.26; 14.21,23; 15.1; 16.23).<br />

O apóstolo Paulo resumiu a sua própria teologia, focalizando a nossa necessidade de<br />

favor e integridade imerecidos. Ele inicia a maioria de suas epístolas com essa declaração<br />

de invocação: "Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Rm 1.7; ver<br />

também 1 Co 1.3; 2 Co 1.2; Gl 1.3; etc).<br />

Na filosofia grega, os seres divinos eram descritos como "motor imóvel", "a causa de<br />

toda a existência", "a existência pura", "a alma universal" e por outras expressões<br />

impessoais. Jesus seguia a forma da revelação do Antigo Testamento, e ensinava que<br />

Deus é pessoal. Embora Jesus falasse do Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Mc 12.26);<br />

do Senhor (Mc 5.19; 12.29; Lc 20.37); do Senhor do céu e da terra (Mt 11. 25); do Senhor<br />

da seara (Mt 9.38); do único Deus (Jo 5.44); do Altíssimo (Lc 6.35); do Rei (Mt 5.35) -<br />

seu título predileto para Deus era "Pai", 36 que no Novo Testamento é o grego pater (daí<br />

derivam as palavras "patriarca" e "paterno"). Surge uma exceção em Marcos 14.36, onde<br />

o termo aramaico 'abba, que Jesus usou para dirigir-se a Deus, foi conservado. 37<br />

Paulo designou Deus como 'abba em duas ocasiões: "Porque sois filhos, Deus<br />

enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai [gr. Ho pater]"<br />

(Gl 4.6). "Não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor,<br />

mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai [gr. ho<br />

pater]. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm<br />

8.15,16). Isto é: na Igreja Primitiva, os cristãos judaicos estariam invocando Deus,<br />

dizendo: 'Abba, "O Pai!" 38 e os cristãos gentios estariam exclamando: Ho Pater, "O<br />

Pai!" Ao mesmo tempo, o Espírito Santo estaria tornando real para eles que Deus é, de<br />

fato, o Pai de todos. A qualidade incomparável do termo acha-se no fato de que Jesus lhe<br />

atribuiu uma ternura incomum. 39 Além do mais, caracterizava muito bem o seu próprio<br />

relacionamento com Deus, e também o tipo de relacionamento que Ele queria, em última<br />

análise, que os seus discípulos tivessem com o Pai.<br />

A NATUREZA DE DEUS<br />

O Deus onipotente não pode ser plenamente compreendido pelo ser humano, mas nem<br />

por isso deixou de se revelar de diversas maneiras e em várias ocasiões a fim de que o<br />

venhamos a conhecer. Deus não pode ser compreendido pela mera lógica humana, e nem<br />

sequer sua própria existência pode ser comprovada desta maneira. Com isso, queremos<br />

dizer que não estamos de forma alguma diminuindo os seus atributos, fazendo uma<br />

declaração confessional das nossas limitações e da infinitude divina. Nosso modo de<br />

entender a Deus pode ser classificado em duas pressuposições primárias: (1) Deus existe;<br />

e (2) Ele se revelou a nós de modo adequado através da sua revelação inspirada. 40<br />

Não se pode explicar Deus, mas somente crer nEle. Podemos basear a nossa doutrina<br />

sobre Deus nas pressuposições já citadas, e nas evidências demonstradas nas Escrituras.<br />

Alguns textos bíblicos atribuem à pessoa de Deus qualidades que os seres humanos não<br />

possuem, ao passo que outros textos o descrevem em termos de atributos morais que são<br />

compartilhados pelos seres humanos ainda que de forma limitada.<br />

A natureza de Deus é identificada com mais frequência por aqueles atributos que não<br />

possuem analogia com o ser humano. Deus existe por si mesmo, sem depender de outro<br />

ser. Ele é a fonte originária da vida, tanto ao criá-la quanto ao sustentá-la. Deus é espírito;<br />

Ele não está confinado à existência material, e é imperceptível ao olho físico. Sua<br />

natureza não muda, permanece inalterável. Posto que o próprio Deus é o fundamento do<br />

tempo, Ele não pode ser limitado pelo tempo. Ele é eterno, sem começo nem fim. Deus<br />

está totalmente consistente dentro de si mesmo. O espaço não pode limitá-lo, pois Ele é<br />

onipresente. Deus também é onipotente, pois é poderoso para fazer tudo que esteja de<br />

acordo com a sua natureza e segundo os seus propósitos. Além disso, é onisciente;<br />

conhece efetivamente todas coisas - passadas, presentes e futuras. Em todos esses

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