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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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incremental que aumenta de acordo com a complexidade - conforme exige o<br />

evolucionismo.<br />

Sendo assim, o debate sobre o criacionismo tem gerado várias respostas relevantes às<br />

questões propostas. Seria útil, no entanto, se os proponentes de todos esses modelos reconhecessem<br />

que as Escrituras realmente não falam de modo tão específico a apoiar<br />

integralmente um modelo. Devemos tomar o cuidado de reconhecer plenamente o estado<br />

pecaminoso - caído - da humanidade (Jr 17.9; 1 Co 2.14; Tt 1.15,16). O pensamento<br />

humano não pode ser considerado uma capacidade neutra, objetiva e eficaz por si só,<br />

conforme lembra Eta Linnemann, que se converteu do método histórico-crítico de<br />

interpretação para a fé salvífica: "A necessária regulamentação dos pensamentos deve<br />

ocorrer através das Sagradas Escrituras. Elas controlam o processo intelectivo. Os<br />

pensamentos devem subordinar-se à Palavra de Deus. Se as dificuldades surgirem, o<br />

pensamento humano duvida da sua própria sabedoria, mas não da Palavra de Deus". 69 O<br />

Espírito Santo aplica a Palavra, e este princípio de orientação sobreviverá aos estragos do<br />

tempo.<br />

A CRIAÇÃO E A NATUREZA DOS SERES HUMANOS<br />

Os propósitos de Deus não podem ser separados da sua criação. Deus criou o<br />

Universo objetivando comunhão eterna com a humanidade. Os escritores sagrados, de<br />

forma inequívoca, atribuem a criação - tudo que existe e "não é Deus" - ao Deus trino e<br />

uno. Sendo Deus Criador, somente Ele merece nosso reverente temor e adoração. O fato<br />

de que o mesmo Deus está agora sustentando o Universo oferece-nos confiança durante<br />

as provações da vida. Além disso, a cosmovisão bíblica (à luz criacionista) afirma que a<br />

criação física é basicamente ordeira (tornando possível a ciência) e benéfica à existência<br />

humana. Além disso, os seres humanos são "bons" quando em relacionamento com Deus.<br />

E, finalmente, a totalidade da criação está avançando na direção do clímax redentor em<br />

Jesus Cristo, nos "novos céus e nova terra".<br />

A TERMINOLOGIA BÍBLICA PARA A HUMANIDADE<br />

Os escritores do Antigo Testamento tinham numerosos termos à sua disposição ao<br />

descrever o ser humano. Talvez o mais importante, que ocorre 562 vezes, seja 'adam. 10<br />

Esse termo refere-se à raça humana (tanto homens quanto mulheres) como a imagem de<br />

Deus e o ápice da criação (Gn 1.26-28; 2.7). A humanidade foi criada por<br />

aconselhamento divino especial (v. 26) - segundo o tipo divino (vv. 26,27) - e colocada<br />

numa posição acima do restante da criação (v. 28). Os escritores bíblicos empregavam a<br />

palavra 'adam para conotar "humanidade" (substantivo) ou "humano" (adjetivo). Menos<br />

frequentemente, a palavra se refere ao homem individual, Adão. Outro termo genérico,<br />

encontrado 44 vezes no Antigo Testamento, é 'enosh, cujo significado predominante é<br />

"humanidade" (Jó 28.13; SI 90.3; Is 13.12). A palavra pode, às vezes, referir-se a um<br />

indivíduo, mas somente no sentido mais geral (Is 56.2). O termo 'ish, que aparece 2.160<br />

vezes no Antigo Testamento, é mais específico. Indica um homem como indivíduo<br />

masculino ou marido, embora às vezes usado para a "humanidade" de modo geral,<br />

especialmente para distinguir entre Deus e o homem. 71 Os escritores do Antigo<br />

Testamento empregam o termo gever 66 vezes para retratar a juventude e a força, e até o<br />

aplicam a mulheres e crianças. Uma palavra correlata, gibbor, tipicamente refere-se a<br />

homens fortes, guerreiros - ou heróis.<br />

Passando ao Novo Testamento, verificamos que o termo anthrõpos geralmente<br />

significa a "humanidade" e faz distinção entre os seres humanos e os animais (Mt 12.12),<br />

os anjos (1 Co4-9), Jesus Cristo (Gl 1.12; embora Ele seja anthrõpos em Fp 2.7; 1 Tm<br />

2.5) e Deus (Jo 10.33; At 5.29). A palavra anthrõpinos também distingue a humanidade<br />

dos animais na ordem divina da criação (Tg 3.7) e ocasionalmente assinala a distinção

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