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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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V<br />

As FUNÇÕES DOS DONS<br />

Paulo faz um contraste entre o valor das línguas e o da profecia em quatro funções<br />

diferentes, em 1 Coríntios 14: o ensino (vv. 6-12), a adoração (vv. 13-19), os sinais para o<br />

descrente (vv. 19-25) e o ministério à igreja local (vv. 26-33). Ele admoesta contra o<br />

abuso dos dons e oferece diretrizes positivas ao seu exercício. Resumi abaixo as<br />

instruções essenciais.<br />

A comunicação é complexa. A comunicação nítida fortalece (14.3). E fácil entender<br />

erroneamente intenções, atitudes e palavras. Somos imperfeitos. E por isso que os dons<br />

precisam ser exercidos com amor. Os coríntios, egoístas, fingiam-se ultra-espirituais e<br />

abusavam das línguas estranhas. Surgiram muitos problemas. Paulo reenfatiza a<br />

necessidade da clareza na orientação e instrução. Por isso, toma a profecia como exemplo<br />

para representar todos os dons exercidos no idioma conhecido. As línguas estranhas,<br />

quando interpretadas, incentivam a congregação a adorar (1 Co 14.2,5,14,15) e se<br />

constituem num dom tão válido quanto a profecia. Não há fundamento bíblico para<br />

classificar os dons como superiores ou inferiores. Cada dom desempenha uma tarefa<br />

única e incomparável, se comunicado corretamente. Paulo oferece a analogia da flauta, da<br />

cítara e da trombeta tocadas sem um som nítido: não há benefício para o ouvinte. Na<br />

assembleia local, precisamos transmitir com nitidez a orientação divina, o que Deus está<br />

dizendo a todos nós.<br />

Pauto tinha em alta estima o dom de línguas para a adoração (1 Co 14.2), a edificação<br />

do indivíduo (14-4), a oração (14.4), a ação de graças (14.17) e como sinal para o<br />

incrédulo (14.22). Paulo orava em línguas, cantava em línguas, louvava em línguas e<br />

falava em línguas (14.13-16). Na realidade, falava em línguas ainda mais que os<br />

exuberantes coríntios. Ele fala do valor de louvar e orar com o Espírito e também com o<br />

entendimento.<br />

Os coríntios haviam exagerado no uso do dom de línguas. Alguns talvez acreditassem<br />

que falavam línguas angelicais (1 Co 13.1). E possível que os cultos tenham sido<br />

dominados pelas línguas (14.23), e parece que os que falavam em línguas interrompiam<br />

uns aos outros para entregar suas mensagens, sem interpretação (14.27,28).<br />

Há uma pergunta fundamental a respeito dessa passagem. Estaria Paulo encorajando<br />

ou desencorajando períodos de adoração em que todos na assembleia falam em outras<br />

línguas? Duas opiniões são sustentadas a respeito de 1 Coríntios 14.23,24. Uma delas é<br />

que Paulo estava reduzindo ao mínimo o uso do dom das línguas e que nunca, por<br />

nenhum motivo, deveria haver mais que duas pessoas (ou no máximo três) falando num<br />

culto. Assim fica excluída a adoração pública em línguas. Segundo esta opinião, Paulo<br />

faz uma concessão mínima àqueles em Corinto que falavam em línguas. 36<br />

Uma segunda opinião considera que 1 Coríntios 14.23-24 consiste em duas<br />

declarações paralelas: todos falam em línguas; todos profetizam. Se 14.23 significa que<br />

todos falam línguas estranhas ao mesmo tempo, obviamente 14.24 refere-se a todos<br />

profetizando ao mesmo tempo. Obviamente, 14-24 não pode significar isso. Todos<br />

profetizando ao mesmo tempo seria confusão ou mesmo demência. Paulo certamente<br />

permite às pessoas profetizarem "uns depois dos outros" no ministério à congregação (1<br />

Co 14.31). E, se a profecia representa todos os dons no idioma conhecido, outros dons<br />

também podem ser ministrados profeticamente.<br />

A única limitação imposta às mensagens proféticas é que seja feito "tudo<br />

decentemente e com ordem". Os coríntios não deveriam consumir a totalidade do horário<br />

falando "uns depois dos outros" em línguas. Há um limite de duas ou (no máximo) três<br />

expressões em línguas com interpretações (14.27). O propósito básico das línguas

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