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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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Co 6.11) e nos dá acesso (Ef 2.18), mediante o nosso Grande Sumo Sacerdote, Jesus<br />

Cristo (Hb 4-14-16), à presença do Pai (2 Co 5.17-21).<br />

Um Deus que muda inteiramente seus atos é contrário à revelação da natureza<br />

imutável do Todo-poderoso (Ml 3.6). Semelhante Modalismo é deficiente no que diz<br />

respeito salvação, pois nega a alta posição sumo-sacerdotal de Jesus Cristo. As Escrituras<br />

declaram que Cristo é o nosso intercessor divino à destra de Deus, nosso Pai (Hb<br />

7.23-8.2).<br />

Fica claro que a doutrina essencial da expiação vicária, na qual Cristo carregou nossos<br />

pecados na sua morte, depende do conceito trinitariano. O Modalismo subverte o<br />

conceito bíblico da morte penal e vicária de Cristo como satisfação da justiça de Deus e,<br />

em última análise, anula a obra da Cruz.<br />

A cristologia ariana é condenada pelas Sagradas Escrituras. O relacionamento entre o<br />

Pai, o Filho e o Espírito Santo fundamenta-se na natureza divina que compartilham entre<br />

si, e que, em última análise, é explicada em termos da Trindade. "Qualquer que nega o<br />

Filho também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho tem também o Pai" (1 Jo<br />

2.23). O reconhecimento apropriado do Filho requer a fé na sua divindade, bem como na<br />

sua humanidade. Cristo, como Deus, é suficiente para satisfazer a justiça do Pai; como<br />

homem, Ele cumpriu a responsabilidade moral da humanidade diante de Deus. Na obra da<br />

Cruz, a justiça e a graça de Deus nos são reveladas. 68 A eterna perfeição de Deus e as<br />

imperfeições pecaminosas da humanidade são reconciliadas mediante o Deus-Homem,<br />

Jesus Cristo (Gl 3.11-13). A heresia ariana, na sua negação da plena divindade de Cristo,<br />

está sem Deus Pai (1 Jo 2.23) e, portanto, sem nenhuma esperança de vida eterna.<br />

A NECESSIDADE TEOLÓGICO-FILOSÓFICA DA TRINDADE<br />

As propriedades (qualidades inerentes) eternas e a perfeição absoluta do Deus Trino e<br />

Uno são decisivas para o conceito cristão da soberania de Deus sobre a sua criação. Deus,<br />

sendo Trindade, é completo em si mesmo (soberano), e, consequentemente, a criação é<br />

um ato livre de Deus, e não uma ação necessária de sua existência. Por essa razão, "antes<br />

de 'no princípio' existia algo diferente de uma situação estática". 69<br />

A fé cristã oferece uma revelação clara e compreensível de Deus, proveniente de fora<br />

da esfera do tempo, pois Deus, como Trindade, tem desfrutado de eterna comunhão e<br />

comunicação entre suas três Pessoas distintas. O conceito de um Deus pessoal e que se<br />

comunica, desde toda a eternidade, está arraigado na teologia trinitariana. Deus não<br />

existia em silêncio e de forma estática para então, certo dia, optar por romper a<br />

tranquilidade daquele silêncio e falar. Pelo contrário: a comunhão eterna dentro da<br />

Trindade é essencial para o conceito da revelação. (A alternativa de um Ser divino<br />

solitário que murmura de si para si na sua solidão é um pouco inquietante.) O Deus Trino<br />

e Uno tem se revelado à humanidade, dentro da humanidade, de modo pessoal e<br />

proposicional.<br />

A personalidade de Deus, como Trindade, também é a fonte e significado da<br />

personalidade humana. "Sem semelhante fonte", observa Francis Schaeffer, "sobra<br />

tão-somente para os homens uma personalidade que provém do impessoal (com o<br />

acréscimo do tempo e do acaso)". 70<br />

Por toda a eternidade, o Pai amava o Filho, o Filho amava o Pai, e o Pai e o Filho<br />

amavam o Espírito. "Deus é amor" (1 Jo 4.16). Logo, o amor é um atributo eterno. Por<br />

definição, o amor é necessariamente compartilhado com outro, e o amor de Deus é um<br />

amor que fez que com Ele doasse a si mesmo. Por isso, o amor eterno dentro da Trindade<br />

outorga sentido real ao amor humano (1 Jo 4.17).<br />

EXCURSO: O PENTECOSTALISMO DA UNICIDADE

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