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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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Deus, para os arminianos". 17 Todavia, nenhuma investigação da natureza de Deus deve<br />

considerar um atributo sobressaindo, reprimindo ou compensando a outro. Todos os<br />

termos empregados na Bíblia para descrever o caráter de Deus estão em pé de igualdade,<br />

como qualidades essenciais de sua natureza. NEle, portanto, a santidade e o amor, a<br />

retidão e a bondade não se colocam em oposição entre si.<br />

Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento revelam-no como um Deus de santidade<br />

total (Lv 11.45; 19.2; Js 24.19; Is 6.3; Lc 1.49) e justiça reta (SI 119.142; Os 2.19; Jo<br />

17.25; Ap 16.5). 18 Ele não poderá tolerar nem desculpar a impiedade ou a iniquidade (Hc<br />

1.13). 19 Constatamos esse fato quando Ele julga Adão e Eva; quando destrói a raça<br />

humana no dilúvio; quando ordena a Israel que extermine os cananeus, cuja iniquidade já<br />

havia atingido uma "medida cheia" (Gn 15.16); quando julga seu próprio povo escolhido.<br />

Também no julgamento (final) de todos quantos rejeitaram seu Filho; e, mais importante<br />

de tudo, na cruz. 20<br />

As Escrituras, porém, demonstram que, durante algum tempo, Deus esteve disposto a<br />

não levar em conta a ignorância da humanidade no tocante a idolatria, pesar de agora<br />

ordenar a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam (At 17.29,30). Nas<br />

gerações passadas, Deus "deixou andar todos os povos em seus próprios caminhos" 'At<br />

14.16), embora hoje deseje que se convertam "dessas vaidades" (14.15). Paulo diz que, na<br />

cruz, Deus procurou demonstrar sua justiça "pela remissão dos pecados dantes<br />

cometidos, sob a paciência de Deus" (Rm 3.25). Deus suportou durante quatrocentos anos<br />

a iniquidade gritante dos amorreus (Gn 15.13), embora finalmente o seu julgamento tenha<br />

caído sobre eles com irresistível força. O Senhor não justifica o ímpio (Ex 23.7) "nem<br />

aceita recompensas [propinas]" (Dt 10.17). "Com justiça julgará o mundo e o povo, com<br />

equidade" (SI 98.9). "O que justifica o ímpio e o que condena o justo abomináveis são<br />

para o Senhor, tanto um como o outro" (Pv 17.15). Aquele que põe à prova a paciência de<br />

Deus "entesoura ira para si no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus" (Rm 2.5).<br />

Tentativas de enfraquecer o significado das palavras que descrevem Deus e suas<br />

ações, talvez por considerá-las expressões exageradas do desagrado de Deus à desobediência,<br />

levam à tolice semântica. Se, pois, rejeitarmos o seu sentido integral, que diríamos<br />

dos termos que descrevem seu amor e sua graça? Enfraquecer um grupo de palavras é<br />

enfraquecer a outro. A cruz, e tudo quanto ela subentende, só fará sentido diante de um<br />

Deus reto e justo, que exige julgamento. De outra forma, a agonia de Cristo no Getsêmani<br />

e sua morte excruciante teriam sido mero teatro de Páscoa. Além disso, o Deus amoroso<br />

seria transformado em nulidade. Se Ele não está realmente irado com o pecado nem<br />

exigindo sua condenação, a cruz seria o menos amoroso dos atos.<br />

A BONDADE, GRAÇA E MISERICÓRDIA DE DEUS<br />

A Bíblia mostra que devemos levar em conta a santidade e retidão da natureza divina<br />

ao considerar a mensagem de salvação. Da mesma forma, entretanto, revela que a<br />

natureza de Deus é boa na sua própria essência. O Antigo Testamento afirma<br />

continuamente que o Senhor é bom (heb. tov) B e que Ele somente faz coisas boas. O<br />

salmista nos convida: "Provai e vede que o Senhor é bom" (SI 34.8). Também declara: "O<br />

Senhor é bom" (100.5) e diz ao Senhor: "Tu és bom e abençoador" (119.68). Certo<br />

escritor declara: "A palavra 'bom' é o termo mais compreensível para louvar a excelência<br />

de alguma coisa". Quando aplicado a Deus, subentende a perfeição absoluta dessa<br />

característica nEle. Nada existe nEle que o possa tornar "não-bom". Por isso, a atividade<br />

redentora de Deus expressa a sua bondade, conforme evidencia a declaração bíblica de<br />

que Ele não deseja (gr. boulomaí) "que alguns se percam, senão que todos venham a<br />

arrepender-se" (2 Pe 3.9). 21<br />

A bondade de Deus, que o levou a adiar seu julgamento e salvar a humanidade, é<br />

expressa por várias ideias-chaves (embora não apareçam tão frequentemente indicando<br />

características afetivas de Deus). A Bíblia afirma com clareza sua paciência,

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