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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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posição comum do adjetivo quando o escritor deseja ressaltar o substantivo ao invés<br />

de o adjetivo. A diferença não demonstra que a tradução, em Atos 20.28, deva ser<br />

"mediante o sangue do seu próprio Filho".<br />

59. A palavra "reconciliar" não ocorre sob nenhuma forma na NIV do Antigo<br />

Testamento. Na KJV, geralmente traduz palavras hebraicas que se relacionam com<br />

"fazer expiação" (por exemplo, o grupo kipper, cf. Lv 6.30 e 8.15). Aparecem 16<br />

vezes no Novo Testamento da NIV, em 12 delas no sentido relgioso. O verbo<br />

duplamente composto, apoktallassõ, não aparece em qualquer literatura grega antes<br />

de Paulo. Ele cunhou a palavra. Ver Ef 2.16; Cl 1.20,22.<br />

60. A tradução mais literal da primeira frase de 2 Co 5.19 é: "Deus estava em Cristo<br />

reconciliando o mundo consigo" (thoes ên en Christõ kosmon katallassõn heautõ).<br />

Refere-se a expressão "em Cristo" à palavra anterior, ên ("era"), ou ao verbo<br />

posterior, katalassõn ("reconciliando") ? Em outras palavras, afirma a divindade de<br />

Cristo (isto é: "Deus estava em Cristo") ou refere-se à obra que Deus realizou em<br />

Cristo (isto é: "... em Cristo Ele estava reconciliando o mundo") ? A posição das<br />

palavras talvez favoreça a primeira interpretação, mas a segunda é mais coerente com<br />

o contexto (ou seja, está em vista a obra de Cristo, e não o seu caráter). Ver a NIV e a<br />

NRS.<br />

61. Excetuando-se 2 Co 5.19, o tempo verbal empregado é o aoristo, que expressa quão<br />

decisiva é a obra de Deus: Está feito! Nossa resposta deve ser igualmente decisiva:<br />

Seja reconciliado! (5.20).<br />

62. Ver acima, no tocante à teoria da expiação segundo Anselmo. A idéia precisa ser<br />

ampliada aqui. Quando é Deus quem resgata, a Bíblia nunca coloca a ênfase no preço<br />

pago, mas no resultado: livramento e liberdade.<br />

63. O contexto dessas referências em Isaías demonstra que ele olha para além do futuro<br />

imediato, para os tempos do fim.<br />

64. Aqui os "muitos" ficam contrastados com a morte da "única" pessoa: Jesus; portanto,<br />

inclui todos, e não meramente alguns. Ver R. W. Lyon, "Resgate", Enciclopédia<br />

Histórico-Teológica da Igreja Cristã, 3, 287; Pinnock, The Grace o f God, 59, 60, 78.<br />

Thayer, Greek-English Lexicon, 65.<br />

65. Essa doutrina difere de uma idéia básica da teologia católica romana: a expiação<br />

cobre o pecado original e a penalidade eterna dos pecados mortais após o batismo. O<br />

catolicismo ensina que a penalidade pelos pecados temporais (venais) deve ser paga<br />

por nós, neste mundo, através de penitências e, no mundo vindouro, no purgatório.<br />

Ver cap. 18, p. 623 para um estudo do purgatório.<br />

Sendo assim, como explicar Cl 1.24? Aqui, Paulo diz: "Regozijo-me, agora, no que<br />

padeço [gr. pathêmasin] por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de<br />

Cristo [gr. ta husterêmata tõn thlipseõn], pelo seu corpo, que é a igreja". Paulo parece<br />

estar dizendo que havia algo deficiente no sacrifício expiador de Cristo. É claro que<br />

um versículo isolado não pode afetar tudo quanto o Novo Testamento tem para dizer a<br />

respeito da obra incomparável e definitiva de Cristo. Seria absurdo supor que Paulo<br />

estivesse sugerindo, de alguma maneira, que a obra de Cristo não era suficiente (cf. Cl<br />

2.11-15). Mas o que ele quer dizer com isso? A palavra que ele emprega para<br />

"aflições" (gr. thlipsis, do verbo thlibõ - "oprimir", "sobrecarregar", "afligir")<br />

refere-se aos fardos comuns da vida num mundo caído, e não aos sofrimentos de<br />

Cristo para a nossa expiação. O Novo Testamento escolhe paschõ ou pathêma para se<br />

referir àquela idéia (cf. At 17.3; Hb 13.12; 1 Pe 2.21, 23). O contexto da declaração de<br />

Paulo é o princípio da nossa união com Cristo. Aquela união, pela sua própria<br />

natureza, subentende o sofrimento. Jesus disse: "E sereis aborrecidos por todos por<br />

amor do meu nome" (Mc 13.13). Em At 9.4, Ele diz: "Saulo, Saulo, por que me<br />

persegues?" (Ver também Mt 10.25; Jo 15.18-21; At 9.4,5; Rm 6.6; 8.17; 2 Co 1.10;<br />

4.10; Fp 3.10 etc). Perseguir a Igreja é perseguir a Jesus. Desta maneira, Ele entra nas<br />

aflições que a Igreja experimenta. Paulo não está sozinho , no entanto, em "cumprir o<br />

resto das aflições de Cristo". A Igreja inteira, em mútua solidariedade e em união com<br />

a Cabeça, tem sua participação nisso. De Cristo, "acabaram-se os sofrimentos

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