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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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CAPÍTULO ONZE<br />

O Espírito Santo<br />

Mark D. McLean<br />

A tarefa dada à Igreja do século XX é pregar a totalidade do Evangelho. O que<br />

necessitamos não é um evangelho diferente, mas a plenitude do Evangelho conforme<br />

registrado no Novo Testamento. Destacamos este fato, porque o Espírito Santo tem sido<br />

negligenciado no decurso dos séculos. Temos a tarefa de entender de novo a Pessoa e a<br />

obra do Espírito Santo, conforme reveladas na Bíblia e experimentadas na vida da Igreja<br />

hoje. A mensagem do Evangelho pleno proclama a centralidade da obra do Espírito Santo<br />

como o Agente ativo da Trindade na revelação que Deus fez de si mesmo à sua criação. A<br />

mensagem do Evangelho pleno diz que Deus hoje continua a falar e a agir, como nos<br />

tempos do Antigo e do Novo Testamento.<br />

A mensagem do Evangelho pleno é mais que uma simples declaração de que o falar<br />

em outras línguas e os demais dons alistados na Bíblia estão à disposição do crente de<br />

hoje. No decurso da história da Igreja, tem havido surtos de fenômenos pentecostais.<br />

Muitos destes iniciaram dentro da Igreja como os movimentos de reforma e de santidade.<br />

Esses movimentos ficavam de fora da vida eclesiástica, porque não tinham acesso às<br />

Escrituras. As Bíblias custavam muito caro, e eram literalmente acorrentadas aos púlpitos<br />

das igrejas. Imaginava-se que somente os clérigos tinham o preparo e o acesso às<br />

verdades espirituais, que lhes capacitaria o estudo das Sagradas Escrituras. Sem acesso às<br />

Escrituras, as pessoas não demoravam a fazer confusão entre suas próprias emoções e a<br />

operação do Espírito Santo dentro delas. Sem a Bíblia para formar os muros ao longo do<br />

caminho único e, apertado que leva ao Céu, tais grupos não demoravam a se desviar do<br />

caminho. 1<br />

Uma das razões da longa duração e do sucesso do movimento pentecostal do século<br />

XX é o livre acesso à Bíblia, nossa regra infalível de fé e conduta. Reconhecemos que<br />

nossas interpretações da Bíblia são por demais e frequentemente falíveis, mesmo quando<br />

feitas com muito cuidado e oração. No entanto, sem as Escrituras como nosso guia<br />

canónico quanto à natureza e propósitos de Deus, facilmente perderíamos o caminho. 2<br />

A tarefa de proclamar a mensagem do Evangelho pleno não é fácil. Vivemos num<br />

mundo em que secularistas e acadêmicos teologicamente liberais de algumas das mais<br />

prestigiadas universidades têm proclamado que a crença bíblica tradicional num Deus<br />

pessoal é uma ameaça à continuidade da espécie humana. Argumentam que não existe<br />

nenhum Deus ativamente envolvido com a redenção do mundo ou dos indivíduos. Os<br />

secularistas exigem a abolição da totalidade da religião. Os teólogos liberais pedem que<br />

sejam desmontados os elementos tradicionais da fé judaico-cristã: a Bíblia, Deus e Jesus<br />

Cristo. Pretendem substituí-los ou redefini-los à luz da sua crença, segundo a qual<br />

ninguém poderá nos salvar de nós mesmos. Dizem que a continuidade da espécie humana<br />

está exclusivamente nas mãos dos seres humanos. 3<br />

Um dos resultados dessa cosmovisão teológica aparece no texto de Gênesis 1.2. A The<br />

News English Bible traduz o versículo como "um vento poderoso que varria a superfície<br />

das águas". A nota de rodapé diz que outros o interpretam como "o Espírito de Deus". Os<br />

tradutores, tendo resolvido que o Antigo Testamento não contém o mínimo vestígio do<br />

Espírito Santo como agente na criação, conforme se acha no Novo Testamento,

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