17.02.2017 Views

Teologia Sistemática - Stanley Horton

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

na uniformidade... nem pode existir verdadeira união se não há diversidade". 15<br />

A preciosa relevância dessa diversidade é ressaltada em todas as partes de 1 Coríntios<br />

12, especialmente em conexão com os dons espirituais, tão essenciais ao ministério da<br />

Igreja (ver 1 Co 12.7-11,27-33; cf. Rm 12.4-8). Deus usa métodos diferentes para moldar<br />

os membros da Igreja. Ele não chama todos ao mesmo ministério nem os equipa com o<br />

mesmo dom. Pelo contrário, à semelhança do corpo humano, Deus formou a Igreja de tal<br />

maneira que ela funciona melhor quando cada parte (ou membro) cumpre com eficiência<br />

o papel (ou vocação) a que foi destinado.<br />

Dessa maneira, há uma "unidade na diversidade" dentro do corpo de Cristo. Inerente<br />

a essa metáfora, portanto, existe a ideia da mutualidade: cada crente cooperando com os<br />

demais membros e esforçando-se em prol da edificação de todos. Esse modo de viver<br />

pode, por exemplo, envolver o sofrer com os que estão sofrendo dores ou o regozijo com<br />

os que estão sendo honrados (1 Co 12.26). Implica também em levar o fardo de um irmão<br />

ou irmã no Senhor (Gl 6.2) ou ajudar na restauração de quem caiu no pecado (Gl 6.1). Há,<br />

nas Escrituras, uma infinidade de práticas citadas como exemplos dessa mutualidade. A<br />

lição principal é que nenhum membro individual do corpo de Cristo pode ter um<br />

relacionamento exclusivo e individualista com o Senhor. Cada "indivíduo" é, na<br />

realidade, um componente necessário à estrutura corpórea da Igreja. Assevera Claude<br />

Welch: "Não há cristianismo puramente particular, porque estar na igreja é estar em<br />

Cristo, e qualquer tentativa no sentido de fazer uma separação entre o relacionamento<br />

com Cristo pela fé e a afiliação na igreja, é uma perversão do modo neotestamentário de<br />

entender o assunto". 16<br />

Um último aspecto na figura do corpo de Cristo é o relacionamento entre o Corpo e<br />

sua Cabeça, Jesus Cristo (Ef 1.22,23; 5.23). 17 Como Cabeça do Corpo, Cristo é tanto a<br />

fonte quanto õ sustento da vida da Igreja. A medida que seus membros se curvarem à<br />

liderança de Cristo e funcionarem conforme Ele deseja, o corpo de Cristo será alimentado<br />

e sustentado e "vai crescendo em aumento de Deus" (Cl 2.19). A unidade, a diversidade e<br />

a mutualidade, indispensáveis ao corpo de Cristo, podem ser conseguidas à medida que<br />

"cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo... segundo a<br />

justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor" (Ef<br />

4.15,16).<br />

Templo do Espírito. Outra figura muito significativa da Igreja, no Novo Testamento,<br />

é "o templo do Espírito Santo". Os escritores bíblicos empregam vários símbolos para<br />

representar os componentes da construção desse templo, que têm seu paralelo nos<br />

materiais necessários à construção de uma estrutura terrestre. Por exemplo: toda<br />

edificação precisa de um alicerce sólido. Paulo indica com clareza que o alicerce primário<br />

da Igreja é a pessoa e obra históricas de Cristo: "Porque ninguém pode pôr outro<br />

fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (1 Co 3.11). Em outra<br />

Epístola, no entanto, Paulo afirma que, em outro sentido, a Igreja é edificada "sobre o<br />

fundamento dos apóstolos e dos profetas" (Ef 2.20). Talvez isto signifique que esses<br />

primeiros líderes tivessem sido usados de modo muito especial pelo Senhor, a fim de<br />

estabelecer e fortalecer o templo do Espírito com os ensinos e práticas que haviam<br />

aprendido de Cristo e que continuam a ser comunicados aos crentes hodiernos através das<br />

Escrituras.<br />

Outro componente dessa edificação espiritual, que existe em estreita relação com o<br />

alicerce, é a "principal pedra da esquina". Nas edificações modernas, a pedra da esquina é<br />

usualmente mais simbólica que parte integrante dos alicerces, onde é gravada a data em<br />

que foi lançada e os nomes dos principais benfeitores envolvidos. Na era bíblica, no<br />

entanto, a pedra da esquina era da máxima relevância. Normalmente maior que as demais<br />

pedras, orientava o desenvolvimento do projeto para o restante da edificação e dava sime-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!