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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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Plenária verbal. A inspiração é a combinação entre a expressão natural dos<br />

escritores e a iniciação e orientação especiais dos seus escritos concedidas pelo Espírito<br />

Santo. Mas o Espírito Santo não somente dirigia os pensamentos, ou conceitos dos<br />

escritores, como também supervisionava a seleção das palavras para a totalidade do texto<br />

(e não somente para as questões de fé e prática). O Espírito Santo garantia a exatidão e a<br />

suficiência de tudo quanto era escrito como a revelação da parte de Deus.<br />

Ditado divino. A inspiração é a superintendência infalível da reprodução mecânica<br />

das palavras divinas à medida que o Espírito Santo as ditava aos autores bíblicos. Estes,<br />

como obedientes estenógrafos, tudo registravam segundo as ordens especiais do Espírito<br />

Santo quanto ao conteúdo, vocabulário e estilo.<br />

FORMULANDO UM CONCEITO DA INSPIRAÇÃO<br />

O conceito de inspiração deve levar em conta tudo quanto é necessário para a<br />

revelação divina ser comunicada com exatidão. O modo correto de inspiração deve<br />

incluir todos os elementos que a Bíblia postula tanto no ato de inspirar quanto nos efeitos<br />

desse ato. Deve também reservar um lugar apropriado à atividade de Deus e à atividade<br />

humana.<br />

Ao examinarmos os dados fornecidos nas Escrituras, vários elementos envolvidos no<br />

ato de inspirar são apresentados com clareza. (1) Toda a Escritura é respirada por Deus; ,<br />

procede da boca de Deus (2 Tm 3.16). (2) Os autores da Escritura falaram inspirados pelo<br />

Espírito Santo (2 Pe 1.21). (3) Os escritores sagrados não falavam segundo a própria<br />

vontade, mas de acordo com a vontade divina. (4) Todavia, eles tomavam parte ativa e<br />

dinâmica na produção das Escrituras. Não eram meros robôs (Lc 20.42; Jo 12.39; At<br />

3.22).<br />

Semelhantemente, a Escritura fornece soluções quanto ao ato de inspirar. (1) Toda a<br />

Escritura é respirada por Deus e, portanto, toda a Escritura é a Palavra de Deus (1 Co<br />

14.37; 2 Tm 3.16). (2) Toda a Escritura é proveitosa; é uma regra completa e suficiente<br />

para a fé e prática (2 Tm 3.16,17). (3) Nenhuma linha da Escritura pode ser deixada de<br />

lado, anulada ou destruída; a totalidade da Escritura tem de ser aceita em sua integridade<br />

e plenitude (Jo 10.35). (4) A Escritura é mais fidedigna que qualquer observação meramente<br />

humana, seja empírica, seja científica, seja filosófica (2 Pe 1.12-19). (5) Nenhuma<br />

parte da Escritura é condicionada, quanto à sua veracidade, por nenhuma limitação de seu<br />

autor humano (2 Pe 1.20). O condicionamento histórico normal, bem como a<br />

pecaminosidade e finitude humanas, são contrabalançados pela supervisão do Espírito<br />

Santo.<br />

À luz dessas observações, extraídas da própria Escritura, pode-se fazer uma avaliação<br />

dos cinco modos de inspiração sugeridos. Tais conceitos, por considerarem a inspiração<br />

meramente um dom natural de iluminação, não prestam a devida atenção ao fato de Deus<br />

haver "soprado"'a Escritura. O conceito da orientação dinâmica, que entende serem as<br />

questões de fé e práticas devidamente inspiradas, em contraste com os assuntos mais<br />

corriqueiros, não fornece nenhum método seguro para determinar o que é inspirado e o<br />

que não o é. Nem sequer leva em conta a declaração bíblica de que toda a Escritura é<br />

inspirada, inclusive os versículos tidos como obscuros.<br />

O conceito do ditado divino na inspiração não reconhece devidamente o elemento<br />

humano - os estilos, expressões e ênfases específicos dos escritores de per si.<br />

O conceito da inspiração verbal e plenária evita os exageros de se enfatizar a atividade<br />

de Deus a ponto de negligenciar a participação humana, ou de enfatizar a contribuição<br />

humana a ponto de desprezar o envolvimento divino na produção da Escritura. A<br />

totalidade da Escritura Sagrada é inspirada, pois seus autores a escreviam sob a<br />

supervisão e orientação do Espírito Santo. Isto permite variedades de estilo literário,<br />

gramática, vocabulário e outras peculiaridades humanas. Afinal, alguns escritores<br />

bíblicos tinham, sob o apanágio da providência de Deus, passado por longos anos de

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