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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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exemplo: a igreja não escolheu diáconos, a não ser quando surgiu a necessidade deles.<br />

Posteriormente, foram acrescentadas diaconisas. Existe no Novo Testamento elasticidade<br />

para acomodar necessidades geradas por situações geográficas e culturais as mais<br />

diversas. Lembremo-nos de que a mensagem do Novo Testamento é eterna e não pode ser<br />

submetida a meios-termos. Entretanto, para que a mensagem se torne eficaz, torna-se<br />

necessário aplicá-la ao meio contemporâneo.<br />

FORMAS PRINCIPAIS DE GOVERNO ECLESIÁSTICO<br />

Tem-se sugerido que a questão da organização eclesiástica, ou seja, o governo ou<br />

constituição da igreja, é, em última análise, questão de autoridade - onde reside a<br />

autoridade da igreja e quem tem o direito de exercê-la. 33 Embora a maioria , dos crentes<br />

não hesite em responder que Deus é a derradeira autoridade da Igreja, ainda precisam<br />

determinar como e através de quem Ele deseja administrar essa autoridade. No decurso da<br />

história da cristandade, surgiram várias formas de constituição eclesiástica. Algumas<br />

atribuem maior grau de autoridade aos clérigos. Outras ressaltam que os leigos devem<br />

exercer maior controle na igreja. Outros ainda buscam uma posição de equilíbrio entre os<br />

dois extremos. Com raras exceções, a maioria dessas estruturas podem ser classificadas<br />

em uma das seguintes formas: episcopal, presbiteriana ou congregacional.<br />

A forma episcopal de governo eclesiástico é normalmente considerada a mais antiga.<br />

O próprio título é derivado da palavra grega episkopos, que significa "supervisor". A<br />

tradução mais frequente desse termo é "bispo" ou "superintendente". Os que apoiam esta<br />

forma de constituição eclesiástica acreditam que Cristo, como Cabeça da Igreja, tenha<br />

confiado o controle de sua Igreja na Terra a uma ordem de oficiais chamados bispos, que<br />

seriam sucessores dos apóstolos. Acreditam ainda que Cristo constituiu os bispos para<br />

serem "uma ordem separada, independente e autoperpetuante" 34 (significa que exercem o<br />

controle definitivo nas questões de governo eclesiático e que selecionam seus próprios<br />

sucessores).<br />

A história da Igreja apresenta evidências da exaltação paulatina da posição de bispo<br />

acima das outras posições de liderança eclesiástica. No século II, Inácio de Antioquia<br />

(sendo ele mesmo um bispo) ofereceu base racional para a sucessão apostólica ao<br />

escrever: "Porque Jesus Cristo - aquela vida da qual não poderemos ser separados à força<br />

- é a mente do Pai, assim como também os bispos, nomeados em todas as partes do<br />

mundo, refletem a mente de Jesus Cristo". 35 Em outra carta, Inácio atribui crédito a outros<br />

oficiais eclesiásticos, inclusive presbíteros e diáconos, e observa que, "sem eles, não se<br />

pode ter uma igreja". Enfatizava, no entanto, que somente o bispo "desempenha o papel<br />

do Pai". 36<br />

Cipriano, um dos pais da Igreja no século III, elevou ainda mais a importância do<br />

bispo e a forma de governo episcopal, declarando: "O bispo está na igreja e a igreja está<br />

no bispo, e onde não houver bispo não há igreja". 37 A versão extrema do sistema<br />

episcopal encontra-se na organização da Igreja Católica Romana, que remonta pelo<br />

menos ao século V. Na tradição católica, o papa ("pai exaltado") aparece como o único<br />

sucessor reconhecido do apóstolo Pedro, este considerado pela Igreja Católica como<br />

aquele sobre quem Cristo estabeleceu a Igreja (Mt 16.17-19) e que veio a ser o primeiro<br />

bispo de Roma. 38<br />

No catolicismo há muitos bispos, mas todos são considerados sujeitos à autoridade do<br />

papa, que, no seu papel de "vigário de Cristo", governa como bispo supremo, ou<br />

monárquico, da Igreja Romana. Outras igrejas que seguem o sistema episcopal de<br />

governo adotam uma abordagem menos exclusivista e possuem vários (às vezes<br />

numerosos) líderes que exercem, como bispos, igual autoridade e supervisão na igreja.<br />

Tais grupos incluem a Igreja Anglicana (ou Episcopal, fora da Inglaterra), a Igreja<br />

Metodista Unida e vários grupos pentecostais, inclusive a Igreja de Deus (Cleveland,<br />

Tennessee) e a Igreja da Santidade Pentecostal. Os pormenores específicos do governo<br />

V

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