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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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Nicéia foram reafirmadas. Além disso, houve menção explícita do Espírito Santo em<br />

termos de deidade, como o "Senhor e Doador da vida, procedente 62 do Pai e do Filho; o<br />

qual, com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual falou pelos<br />

profetas". 63<br />

O título "Senhor" (gr. kurios), empregado nas Escrituras em alguns textos para<br />

atribuir e explicitar a divindade, é destinado aqui (no Credo de Nicéia-Constantinopla) ao<br />

Espírito Santo. Logo, aquEle que procede do Pai e do Filho (Jo 15.26) subsiste<br />

pessoalmente desde a eternidade dentro da Deidade, sem divisão ou mudança quanto à<br />

sua natureza (Ele é essencialmente homoousios com o Pai e o Filho).<br />

As propriedades pessoais (as operações interiores de cada Pessoa dentro da Deidade)<br />

atribuídas a cada um dos membros da Trindade são assim entendidas: o Pai é ingênito; o<br />

Filho é gerado; e o Espírito Santo procede dEles. A insistência nessas propriedades<br />

pessoais não é tentar explicar a Trindade, mas fazer a distinção entre as fórmulas<br />

ortodoxas trinitarianas e as fórmulas heréticas modalísticas.<br />

As distinções entre os membros da Deidade não se referem à sua essência ou<br />

substância, mas ao relacionamento. Noutras palavras: a ordem de existência na Trindade,<br />

no tocante ao ser essencial de Deus, está espelhada na Trindade salvífica. "São, portanto,<br />

três, não na posição, mas no grau; não na substância, mas na forma; não no poder, mas na<br />

sua manifestação". 64<br />

O processo contínuo da pesquisa da natureza do Deus vivo cede lugar, a essa altura, à<br />

adoração. Juntamente com os apóstolos, os pais da igreja, os mártires e os maiores<br />

teólogos no decurso da história da Igreja, temos de reconhecer que "toda a boa teologia<br />

termina com uma doxologia", (cf. Rm 11.33-36). Considere esse hino clássico de<br />

Reginald Heber:<br />

Santo! Santo! Santo! Deus Onipotente!<br />

Tuas obras louvam teu nome com fervor;<br />

Santo! Santo! Santo! Justo e compassivo!<br />

Es Deus triúno, excelso Criador!<br />

A TRINDADE E A DOUTRINA DA SALVAÇÃO<br />

As opiniões não-trinitarianas, tais como o modalismo e o arianismo, reduzem a<br />

doutrina da salvação a uma charada divina. Todas as convicções cristãs básicas que se<br />

centralizam na obra da Cruz pressupõem a distinção pessoal dos membros da<br />

Trindade. Refletindo, podemos perguntar se é necessário crer na doutrina da Trindade<br />

para ser salvo. A resposta histórica e teológica é que a Igreja não tem usualmente<br />

exigido uma declaração explícita de fé na doutrina da Trindade para a pessoa ser<br />

batizada. Mas a Igreja certamente espera uma fé implícita no Deus Trino e Uno como<br />

aspecto essencial do nosso relacionamento pessoal com os papéis distintivos de cada<br />

uma das Pessoas da Deidade, na obra salvífica em prol da humanidade.<br />

A doutrina da salvação (inclusive a reconciliação, a propiciação, a redenção, a<br />

justificação e a expiação) depende da cooperação dos membros distintivos do Deus<br />

Trino e Uno (Ef 1.3-14). Por isso, renunciar deliberadamente a doutrina da Trindade<br />

ameaça gravemente a nossa esperança de salvação pessoal. As Escrituras incluem<br />

todos os membros da raça humana na condenação universal do pecado (Rm 3.23), e<br />

por isso, todos "precisam da salvação; a doutrina da salvação requer um Salvador<br />

adequado, ou seja: uma cristologia adequada. Uma cristologia sadia exige um conceito<br />

satisfatório de Deus, isto é, uma teologia especial e sadia - que nos traz de volta à<br />

doutrina da Trindade". 65

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