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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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família de Deus" (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre empregada às pessoas e também identifica<br />

as reuniões destas para adorar e servir ao Senhor.<br />

A Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento, também emprega ekklêsia<br />

quase cem vezes, usualmente como tradução do termo hebraico qahal ("assembleia",<br />

"convocação", "congregação"). No Antigo Testamento, assim como no Novo, o termo às<br />

vezes se refere a uma assembleia religiosa (por exemplo, Nm 16.3; Dt 9.10) e em outras<br />

ocasiões a uma reunião visando propósitos seculares, até mesmo malignos (Gn 49.6; Jz<br />

20.2; 1 Rs 12.3 etc). Uma palavra hebraica com significado semelhante a qahal é 'edah<br />

("congregação", "assembleia", "agrupamento", "reunião)'). E de relevância notar que<br />

ekklêsia é frequentemente usada na Septuaginta para traduzir qahal, mas nunca 'edah.<br />

Pelo contrário, esta última palavra é mais frequentemente traduzida por sunagõgê<br />

("sinagoga"). Por exemplo: a frase "comunidade de Israel" (Ex 12.3) podia ser traduzida<br />

por "sinagoga de Israel" se seguíssemos a versão da Septuaginta (ver também Êx ló.lss;<br />

Nm 14-lss.; 20.1ss). 3<br />

A palavra grega sunagõgê, assim como seu equivalente hebraico, 'edah, tem o<br />

significado essencial de pessoas reunidas. 4 Hoje, quando escutamos a palavra "sinagoga",<br />

usualmente temos o retrato mental de uma assembleia de judeus reunidos para orar e<br />

escutar a leitura e exposição do Antigo Testamento. Significado semelhante também se<br />

acha no Novo Testamento (Lc 12.11; At 13.42 etc). E, embora os cristãos primitivos<br />

costumassem evitar a palavra para descrever a eles mesmos, 5 Tiago não a evita ao (Tg<br />

2.2) referir-se aos crentes que se reuniam para adorar, talvez por serem os seus leitores<br />

convertidos judaicos, na sua maioria.<br />

Como consequência, quer nos refiramos aos termos hebraicos comuns qahal e 'edah,<br />

quer às palavras gregas sunagõgê e ekklêsia, o significado essencial continua sendo o<br />

mesmo: a "Igreja" consiste naqueles que foram chamados para fora do mundo, do pecado<br />

e da vida alienada de Deus, os quais, mediante a obra de Cristo na sua redenção/foram<br />

reunidos como uma comunidade de fé que compartilha das bênçãos e responsabilidades<br />

de servir ao Senhor.<br />

A palavra grega kuriakos ("pertencente ao Senhor"), que aparece apenas duas vezes<br />

no Novo Testamento (1 Co 11.20; Ap 1.10), deu origem à palavra Church - "igreja", em<br />

inglês (também Kirche, em alemão, e kirk, na Escócia). No cristianismo primitivo, tinha o<br />

significado de lugar onde se reunia a ekklêsia, a Igreja. O local da assembleia,<br />

independente do seu uso ou ambiente, era considerado "santo" ou pertencente ao Senhor,<br />

porque o povo de Deus se reunia ali para adorá-lo e servi-lo.<br />

Hoje, "igreja" comporta vários significados. Refere-se frequentemente ao prédio onde<br />

os crentes se reúnem (por exemplo: "Estamos indo à igreja"). Pode indicar a nossa<br />

comunhão local ou denominação ("Minha igreja ensina o batismo por imersão") ou um<br />

grupo religioso regional ou nacional ("a igreja da Inglaterra"). A palavra é empregada<br />

frequentemente com referência a todos os crentes nascidos de novo, independentemente<br />

de suas diferenças geográficas e culturais ("a Igreja do Senhor Jesus Cristo"). Mas seja<br />

como for, o significado bíblico de "igreja" refere-se primariamente não às instituições e<br />

culturas, mas sim às pessoas reconciliadas com Deus mediante a obra salvífica de Cristo e<br />

que agora pertencem a Ele.<br />

POSSÍVEIS ORIGENS<br />

Nos círculos teológicos, a questão da origem exata da Igreja do Novo Testamento tem<br />

sido alvo de muitos debates. Alguns têm adotado uma abordagem bastante ampla, e sugerem<br />

que a Igreja existe desde o início da raça humana, incluindo todas as pessoas que já<br />

exerceram fé nas promessas de Deus, a partir de Adão e Eva (Gn 3.15). Outros apoiam<br />

um início veterotestamentário para a Igreja, especificamente nos relacionamentos<br />

V

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