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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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simplesmente mais uma unidade social formada por membros de mentalidade<br />

semelhante. Pelo contrário, a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício<br />

do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom<br />

do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus. Muitos<br />

itens podem ser incluídos num estudo sobre a missão da Igreja. Este breve estudo só<br />

incluirá, porém, quatro deles: a evangelização, a adoração, a edificação e a<br />

responsabilidade social.<br />

A parte central das últimas instruções de Jesus aos seus discípulos, antes da sua<br />

ascensão, foi a ordem (não uma sugestão) de evangelizar o mundo e fazer novos<br />

discípulos (Mt 28.19; At 1.8). Cristo não abandonou aqueles evangelistas à sua própria<br />

capacidade ou técnica. Ele os comissionou a ir com a sua autoridade (Mt 28.18) e no<br />

poder do Espírito Santo (At 1.8). O Espírito levaria a efeito a convicção do pecado (Jo<br />

16.8-11); os discípulos deveriam proclamar o Evangelho. A tarefa da evangelização ainda<br />

faz parte imperativa da missão da Igreja. A Igreja é chamada a ser uma comunidade<br />

evangelizadora. Este mandamento não tem restrições nem fronteiras geográficas, raciais<br />

ou sociais. Erickson declara: "O evangelismo local, a extensão ou a implantação de<br />

igrejas, bem como as missões mundiais, são uma única e a mesma coisa. A única<br />

diferença acha-se na distância do raio de alcance". 29 Os crentes atuais não devem<br />

esquecer que, embora sejam eles os instrumentos da proclamação do Evangelho, não<br />

deixa de ser o Senhor da colheita quem produz o incremento. Os crentes não têm de<br />

prestar contas do seu "sucesso" (segundo os padrões do mundo), mas da sua dedicação e<br />

fidelidade no serviço.<br />

A Igreja também é chamada a ser uma comunidade que adora. A palavra "adoração',<br />

no inglês antigo, denota a pessoa que recebe honra proporcional à sua dignidade. 30 A<br />

adoração genuína é caracterizada quando a Igreja centraliza a sua atenção no Senhor, e<br />

não em si mesma. 31 Quando Deus é adorado exclusivamente, os crentes que assim o<br />

adoram são invariavelmente abençoados e espiritualmente fortalecidos. A adoração não<br />

precisa ser limitada somente aos cultos regulares do cronograma da igreja. Na realidade,<br />

todos os aspectos da nossa vida cristã devem caracterizar-se pelo desejo de exaltar e<br />

glorificar ao Senhor. Parece ser esta a razão de Paulo dizer: "Portanto, quer comais, quer<br />

bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (1 Co 10.31).<br />

Um terceiro propósito da Igreja é ser uma comunidade edificante. Na evangelização, a<br />

Igreja focaliza o mundo; na adoração, volta-se para Deus; e, na edificação, atenta (corretamente)<br />

para si mesma. Repetidas vezes, nas Escrituras, os crentes são admoestados a<br />

edificar uns aos outros para assim formarem uma comunidade idônea (cf. Ef 4.12-16). A<br />

edificação pode ser levada a efeito por muitos meios práticos. Por exemplo: ensinar e<br />

instruir os outros nos caminhos de Deus certamente enriquece a família da fé (Mt 28.20;<br />

Ef 4.11,12). Administrar a correção espiritual numa atitude de amor é essencial na ajuda<br />

ao irmão desviado, a fim de que permaneça no caminho da fé (Ef 4.15; Gl 6.1).<br />

Compartilhar com os necessitados (2 Co 9), levar os fardos uns dos outros (Gl 6.2) e<br />

fornecer oportunidades para convívio e interação social cristãos sadios são meios<br />

relevantes de edificar o corpo de Cristo.<br />

A Igreja é também chamada a ser uma comunidade com solicitude e responsabilidade<br />

sociais. Infelizmente, esta vocação tem sido minimizada ou negligenciada entre muitos<br />

evangélicos e pentecostais. E possível que muitos crentes sinceros tenham receio de se<br />

tornar modernistas ou rumar na direção do assim chamado "evangelho social", caso se<br />

envolvam em disso, Ele oferecia uma esperança futura: o Reino que viria em glória.<br />

Nesse aspecto, Berkhof não fica longe das posições teológicas declaradas supra, que<br />

descrevem o Reino em termos mais amplos que a Igreja. O Reino (palavras dele) "visa<br />

nada menos que o total controle de todas as manifestações da vida. Representa o domínio<br />

de Deus em todas as esferas da atividade humana". 28<br />

O PROPÓSITO DA IGREJA<br />

V

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