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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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(muitos ainda repudiavam o termo "denominação"), que enfatizava a liberdade dos<br />

membros dirigidos pelo Espírito. À medida que as Assembleias de Deus têm crescido e<br />

amadurecido, no decurso do século XX, é reconhecida também a necessidade de uma<br />

organização ainda melhor para manter-se à altura das exigências cada vez maiores<br />

impostas ao ministério.<br />

Há diferenças de opinião no tocante a qual dos três tipos de governo eclesiástico é<br />

aceito pelas Assembleias de Deus. Talvez se possa sugerir que, de alguma forma, foram<br />

adotados os três. A estrutura organizacional global das Assembleias de Deus<br />

assemelha-se mais estreitamente à constituição eclesiástica presbiteriana (conforme já foi<br />

aludido). Desde a igreja local até os níveis de distrito e Concílio Geral, a ênfase maior<br />

recai na liderança representativa eleita. Os clérigos são comumente representados por<br />

"presbíteros", ao passo que os leigos são representados por delegados devidamente<br />

escolhidos. Por outro lado, o sistema congregacional de governo pode ser facilmente<br />

observado na igreja local. Embora muitas igrejas das Assembleias de Deus sejam<br />

consideradas "dependentes" por buscarem na liderança distrital a orientação e o apoio,<br />

muitas têm progredido até a condição "soberana". Possuem bastante autonomia na<br />

tomada das decisões (escolhem seus próprios pastores, compram e vendem propriedades,<br />

etc), mas conservam os laços de união, no tocante à doutrina e prática, com as demais<br />

igrejas da área ou distrito ou com o Concílio Geral. A forma episcopal, segundo alguns,<br />

também está presente até certo ponto nas Assembleias de Deus. Por exemplo, algumas<br />

das agências nacionais ou do Concílio Geral (a Divisão de Missões Estrangeiras, a<br />

Divisão de Missões Nacionais, o Departamento da Capelania) têm motivos válidos para<br />

nomear indivíduos para áreas fundamentais, com base na sua vocação e aptidão para<br />

semelhantes ministérios.<br />

O SACERDÓCIO DOS CRENTES<br />

O MINISTÉRIO DA IGREJA<br />

Uma das doutrinas mais importantes, ressaltada durante a Reforma Protestante, foi o<br />

sacerdócio de todos os crentes: cada um dos fiéis tem acesso direto a Deus mediante o<br />

sumo sacerdócio do próprio Jesus Cristo. Esta ideia, após ter passado o ministério muitos<br />

séculos sob o controle da Igreja Romana, emocionou as pessoas. A partir daí,<br />

reconheceram que Cristo outorgou ministérios a todos os crentes, visando o bem da<br />

totalidade do Corpo.<br />

O conceito do sacerdócio de todos os crentes certamente está fundamentado nas<br />

Escrituras. Referindo-se aos crentes, Pedro os descreve como "sacerdócio santo" (1 Pe<br />

2.5) e tira do Antigo Testamento outra analogia para a Igreja: "sacerdócio real" (1 Pe 2.9).<br />

João diz que os crentes foram feitos "reis e sacerdotes para Deus" (Ap 1.6; ver também<br />

5.10). Independente de nossa situação ou vocação na vida, podemos desfrutar dos<br />

privilégios e responsabilidades de servir ao Senhor como membros de sua Igreja. Paul<br />

Minear refere-se ao conceito neotestamentário de cristãos como "acionistas (gr. koinõnoi)<br />

no Espírito e... acionistas na múltipla vocação que o Espírito atribui aos fiéis". 43 Este<br />

ponto de vista enfatiza que o ministério é uma vocação não somente divina mas também<br />

universal. Saucy sugere: "Na realidade, o ministério da igreja é o ministério do Espírito<br />

dividido entre os vários membros, sendo que cada um contribui com seu dom à obra total<br />

da igreja". 44 Os crentes dependem do Espírito para trabalhar, mas sua obra está à<br />

disposição de cada crente individualmente.<br />

A Igreja, no decurso dos séculos, sempre tendeu a dividir-se em duas categorias<br />

gerais: o clero (gr. klêros - "sorte, porção", isto é, a porção que Deus separou para si) e o<br />

laicato (gr. laos - "povo"). O Novo Testamento, no entanto, não faz uma distinção tão<br />

marcante. Pelo contrário, a "porção" ou klêros de Deus, sua própria possessão, refere-se a

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