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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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formação do Novo Testamento. Em oposição a esse conceito, enfatizamos que a<br />

influência essencial e primária sobre os escritores do Novo Testamento não era o mundo<br />

pagão dos mágicos e do ocultismo gentios, mas os preparativos já feitos no Antigo<br />

Testamento.<br />

O lugar para se iniciar o estudo de cura, no Novo Testamento, é no ministério de<br />

Jesus. Rene Latourelle sugere que consideremos os milagres de cura operados por Jesus<br />

como "sinais do Reino". Através desses sinais, Jesus nos apresenta o reino da libertação<br />

divina e da restauração do mundo arruinado, a ponto de afetar a "pessoa inteira". Eles<br />

deixam subentendido que a "transformação vindoura" tem sua origem na pessoa de<br />

Cristo. 33<br />

Jesus enfatizou, ainda, que "essas libertações eram evidências da presença da salvação<br />

messiânica (Mt 11.4,5)". 34 Eram sinais e garantias de que Deus cumprirá o seu plano e<br />

acabará introduzindo a restauração profetizada, que inclui a nossa ressurreição e o nosso<br />

corpo glorificado. Já agora temos o Penhor, mas a plena consumação ainda não veio. A<br />

cura divina, portanto, não somente é parte integrante do Evangelho, como também uma<br />

testemunha importante da sua veracidade.<br />

Os milagres de cura operados por Jesus podem ser divididos em três categorias: curas<br />

físicas, exorcismos e ressurreições (ou levantar dentre os mortos, para não equipará-las à<br />

ressurreição de Jesus). 35 Esta classificação talvez reflita o uso do plural que Paulo faz ao<br />

descrever os "dons de curar" (1 Co 12.9). Todos esses milagres proclamam o poder de<br />

Deus sobre as forças que vão contra a vontade de Deus para os seres humanos. São<br />

expressões do triunfo de Jesus sobre Satanás e da destruição das obras deste (ver 1 Jo 3.8).<br />

A ênfase atribuída aos milagres de cura é substancial, até mesmo quanto ao percentual de<br />

espaço a eles dedicado nos evangelhos. Em Marcos, por exemplo, mas de 31 por cento<br />

dos versículos dizem respeito a milagres de cura operados por Jesus. 36<br />

Falta-nos espaço para detalhar os milagres de cura operados por Jesus. Basta dizer que<br />

cada um dos escritores dos evangelhos utiliza-se das curas, não apenas para nos<br />

impressionar, mas para ensinar a respeito de Jesus e do caráter de Deus, porque curar faz<br />

parte da sua própria natureza. Em Mateus, as curas visam identificar Jesus como o<br />

Messias. Para Lucas, demonstram que Jesus é o Salvador. Ele retrata Jesus<br />

"profundamente envolvido na... batalha com Satanás, cujo poder Ele está vencendo de<br />

modo decisivo ao introduzir a era da nova aliança". 37 O evangelho de João tem sua<br />

estrutura baseada nos "sinais", a maioria dos quais são milagres de cura, registrados para<br />

ajudar as pessoas a crer em Jesus como o Messias e Filho de Deus.<br />

O que mais se destaca, no conceito de Jesus quanto à enfermidade, é sua posição<br />

contrária. A enfermidade vai contra a sua vontade. E, posto que Ele é Deus encarnado, é a<br />

própria vontade de Deus que está sendo desafiada.<br />

A leitura atenta dos evangelhos denota o ministério de cura de Jesus como a<br />

subjugação dos poderes da morte. No evangelho de João, Jesus declara que, enquanto<br />

Satanás veio para roubar, 38 matar e destruir, Ele veio trazer vida com abundância (ver Jo<br />

10.10). Os versos 9 e 10 revelam a intenção de Jesus ao chamar-se porta das ovelhas. E<br />

Ele quem traz a plenitude da vida. Aqui o Senhor está declarando que "deseja e promove<br />

o bem-estar deles: Ele não se contenta em deixá-los conquistar a duras penas uma existência<br />

miseravelmente insuficiente; Ele quer que vivam a plenitude da vida, com<br />

abundância de boas pastagens, e que desfrutem de excelente saúde". 39<br />

Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento apresentam Deus como aquEle que sara.<br />

Ambos os Testamentos demonstram uma conexão entre o Deus Senhor e o Médico. As<br />

analogias entre as narrativas do Êxodo e os ensinos do Novo Testamento são óbvias. Mas<br />

as diferenças entre o .Antigo e o Novo Testamento também são relevantes. No Antigo<br />

Testamento, Deus determina a condição prévia da guarda da Lei para quem deseja

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