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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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Finalmente, é importante examinarmos o que nós, intérpretes, trazemos de nosso<br />

mundo, e acrescentamos ao texto (pressuposições). Primeiro: tenhamos um compromisso<br />

com a inspiração verbal e plenária. 43 Os métodos supra delineados devem afirmar esse<br />

ponto de vista. Prestemos atenção a todo o conselho de Deus, e evitemos a ênfase<br />

exagerada num só tema ou texto. Doutra forma, surge um cânon dentro de um cânon, que<br />

é outro erro grave. E que, na prática, traçamos um círculo dentro do círculo maior (a<br />

Bíblia), e dizemos, na prática, que essa parte assim delineada é mais inspirada do que o<br />

resto. Se derivarmos a teologia só de uma parte selecionada da Bíblia, acontecerá a<br />

mesma coisa.<br />

E importante, portanto, que o pentecostal tenha uma base e um ponto de referência<br />

realmente bíblicos e pentecostais. Primeiro: deve crer no mundo sobrenatural, especialmente<br />

em Deus, que opera de forma poderosa e revela-se na história. Os milagres, no<br />

sentido bíblico, são ocorrências comuns. Na Bíblia, "milagre" refere-se a qualquer<br />

manifestação do poder de Deus, e não necessariamente a um evento raro ou incomum. 44<br />

Além disso, outros poderes no mundo sobrenatural, quer angelicais (bons), quer<br />

demoníacos (maus), penetram em nosso mundo e aqui operam. O pentecostal não é<br />

materialista nem racionalista, mas reconhece a realidade da dimensão sobrenatural.<br />

Em segundo lugar, o ponto de referência "do pentecostal deve ser a revelação que<br />

Deus fez de si mesmo. 45 O pentecostal acredita ser a Bíblia a forma autorizada de<br />

revelação que, devidamente interpretada, afirma, confirma, orienta e dá testemunho da<br />

atividade de Deus neste mundo. Mas o conhecimento racional das Escrituras, que não é o<br />

simples fato de se decoradas, não substitui a experiência pessoal da regeneração e o<br />

batismo no Espírito Santo, com todas as atividades de testemunho e de edificação que o<br />

Espírito coloca diante de nós.<br />

Os pentecostais acreditam que minimizar o valor dessas experiências é<br />

contraproducente. O Evangelho de João, de modo claro, deliberado e poderoso, afirma<br />

ser o novo nascimento no Espírito Santo a maneira de se desvendar o conhecimento<br />

divino. Sem essa experiência não se pode conhecer a Deus. Outra maneira de se perceber<br />

tal fato é aplicar o termo "cognitivo" ao conhecimento que provém do estudo das<br />

Escrituras (ou teologia) e o termo "afetivo" ao conhecimento que provém da experiência<br />

pessoal. Não devemos jogar um contra o outro, pois essenciais. Mas a experiência pessoal<br />

é importante. Como são maravilhosos a regeneração e o batismo no Espírito! Depois de<br />

havermos recebido a ambos, passamos a ter um conhecimento mais pleno de Deus e, sem<br />

dúvida, mais pessoal.<br />

Além disso, o pentecostal crê que Deus fala à sua igreja através dos dons do Espírito<br />

Santo a fim de corrigir, edificar e consolar. Embora os dons sejam subordinados às<br />

Escrituras e discerníveis à luz destas, devem ser encorajados.<br />

Tendo em mente tais fatos, a teologia (e a cultura) não precisam inibir o fervor<br />

espiritual. Na realidade, não é a teologia nem a cultura que inibe a obra do Espírito Santo,<br />

mas o ponto de referência-teológica e educacional. E importante, portanto, interpretar a<br />

Bíblia dentro de suas próprias condições através de um ponto de referência apropriado.<br />

Dessa forma, teremos uma teologia corroborada pela experiência. <strong>Teologia</strong> esta que,<br />

mediante a fé e a obediência, passa a ser uma "realidade da experiência" 46 baseada na<br />

Bíblia, com eficácia na vida diária, ao invés de uma teologia que não passa de mero<br />

motivo de discussão.<br />

PERGUNTAS PARA ESTUDO<br />

1. O que é religião e como o Cristianismo difere de outras religiões?

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