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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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O arminianismo. O teólogo holandês Jacob Arminius (1560-1609) discordou das<br />

doutrinas do calvinismo, argumentando que (1) tendem a fazer de Deus o autor do pecado,<br />

por ter Ele escolhido, na eternidade passada, quem seria ou não salvo, e (2) negam o<br />

livre-arbítrio do ser humano, por declararem que ninguém pode resistir à graça de Deus.<br />

Os ensinos de Arminius foram resumidos nas cinco teses dos Artigos de Protesto<br />

(1610): (1) a predestinação depende da maneira de a pessoa corresponder ao chamado da<br />

salvação, e é fundamentada na presciência de Deus; (2) Cristo morreu em prol de toda e<br />

qualquer pessoa, mas somente os que creem são salvos; (3) a pessoa não tem a capacidade<br />

de crer, e precisa da graça de Deus; mas (4) a graça pode ser resistida; (5) se todos os<br />

regenerados perseverarão é questão que exige mais investigação. 24<br />

As diferenças entre o calvinismo e o arminianismo ficam, portanto, claras. Segundo<br />

os arminianos, Deus sabe de antemão as pessoas que lhe aceitarão a oferta da graça, e são<br />

estas que Ele predestina a compartilhar de suas promessas. Noutras palavras, Deus<br />

predestina todos os que, de livre e espontânea vontade, lhe aceitam a salvação outorgada<br />

em Cristo, e continuam a viver por Ele. A morte expiatória de Jesus foi em favor de todas<br />

as pessoas indistintamente. E a expiação será eficaz para todos quantos aceitarem a oferta<br />

da salvação gratuita que Deus a todos faz. Essa oferta pode ser recusada. Se<br />

corresponderem à aceitação da graça divina, é por causa da iniciativa dessa mesma graça,<br />

e não em virtude da vontade humana. A perseverança depende de se viver continuamente<br />

a fé cristã, e há a possibilidade de se desviar da fé, embora Deus não deixe que ninguém<br />

caia facilmente.<br />

A maioria dos pentecostais tende ao sistema arminiano de teologia tendo em vista a<br />

necessidade do indivíduo em aceitar pessoalmente o Evangelho e o Espírito Santo. 25<br />

A teologia da libertação. Nascida na América Latina no fim da década de 1960,<br />

a teologia da libertação é um "movimento difuso" 26 de vários grupos dissidentes (negros,<br />

feministas etc). Seu interesse primário é a reinterpretação da fé cristã do ponto de vista<br />

dos pobres e dos oprimidos. Os proponentes dessa teologia alegam que o único evangelho<br />

que lida corretamente com as necessidades desses grupos é o que proclama a libertação<br />

destes da pobreza e da opressão. A mensagem dos defensores dessa teologia é a<br />

condenação dos ricos e dos opressores, e a libertação dos pobres e dos oprimidos.<br />

Um dos alvos principais da teologia da libertação é a questão da prática: a teologia<br />

deve ser posta em prática, e não apenas aprendida. Isto é: a essência do seu esforço é<br />

empenhar-se na renovação da sociedade a fim de libertar os pobres e oprimidos de suas<br />

circunstâncias. Para se alcançar esse alvo, seus elaboradores frequentemente são<br />

obrigados a interpretar as Escrituras fora de seu contexto, além de empregar métodos que,<br />

na maioria das vezes, são considerados marxistas ou revolucionários. 27<br />

O evangelicalismo. O sistema teológico conhecido como evangelicalismo tem<br />

hoje uma influência mui considerável. Com a formação da Associação Nacional dos<br />

Evangélicos em 1942, um novo ímpeto foi dado às doutrinas desse sistema. E estas têm<br />

sido aceitas por membros de muitas denominações cristãs. O próprio nome revela-nos<br />

uma das preocupações centrais do sistema: a comunicação do evangelho ao mundo<br />

inteiro. Essa comunicação conclama os indivíduos à fé pessoal em Jesus Cristo. As<br />

expressões teológicas do evangelicalismo provêm, indistintamente, de arraiais calvinistas<br />

e arminianos. Declaram que o evangelicalismo nada mais é que o mesmo sistema de fé<br />

ortodoxa que se achava primeiramente na Igreja Primitiva. A agenda social do<br />

evangelicalismo conclama os fiéis a agirem em prol da justiça, na sociedade, bem como<br />

da salvação das almas.<br />

O pentecostalismo. Em sua maior parte, a teologia pentecostal encaixa-se<br />

confortavelmente nos limites do sistema evangélico. Por outro lado, os pentecostais<br />

levam a sério a operação do Espírito Santo como comprovação da veracidade das<br />

doutrinas da fé, e para outorgar poder à proclamação destas. Esse fato leva<br />

frequentemente à acusação de que os pentecostais baseiam-se exclusivamente na

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