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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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que a ciência (outra forma igualmente autorizada de revelação) nos transmite. 62 Em<br />

resumo, esse modelo de criacionismo tende a violar o princípio sola scriptura da<br />

Reforma. Reconhece, no entanto, que "o teísmo cristão está em confronto direto com o<br />

monismo naturalista da maioria dos evolucionistas". Empenha-se também em manter "a<br />

integridade bíblica do relato de Gênesis". Muitos de seus adeptos rejeitam o conceito de<br />

outros do mesmo arraial, que sustentam ser a revelação de Deus na natureza tão<br />

autorizada quanto a da Bíblia. 63<br />

A segunda fraqueza do criacionismo progressivo relaciona-se com a primeira. Ao<br />

rejeitar o criacionismo fiat, por considerar que este se baseia numa ciência obsoleta,<br />

permite o perigo de o pêndulo inclinar-se demais na direção oposta, resultando numa<br />

hermenêutica dependente exageradamente da ciência hodierna. Se tal acontecer, poderá<br />

produzir uma viúva teológica na geração seguinte - uma interpretação teológica com base<br />

em uma teoria científica abandonada. 64 O filósofo evangélico J. P. Moreland lembra que a<br />

ciência existe em um estado constante de fluxo. O que hoje é considerado certo pode não<br />

ser considerado assim daqui a cinquenta anos. Moreland observa que a ciência tem mudado<br />

tanto nesses últimos duzentos anos que não é correto atribuir mudança na maneira de a<br />

ciência considerar o mundo e fornecer soluções aos seus problemas. Houve, na verdade,<br />

um abandono total das teorias e maneiras antigas de a ciência olhar o mundo, que foram<br />

substituídas por outras inteiramente novas - embora a terminologia permaneça inalterada.<br />

O mesmo acontecerá às teorias atuais. 65<br />

A terceira fraqueza do criacionismo progressivo é a de consignar as camadas<br />

geológicas a vastas eras de deposição gradual, não deixando nenhuma evidência clara<br />

para um dilúvio universal, a não ser a própria Bíblia (Gn 6.7,13,17; 7.19-23; 8.9,21;<br />

9.15,16). Muitos dos cientistas evangélicos que adotam esse modelo sustentam a ideia de<br />

um dilúvio local. 66<br />

Harmonizando os conceitos. Se todas as tentativas atuais para harmonizar a Bíblia<br />

com a ciência estão eivadas de dificuldades, por que considerá-las? Em primeiro lugar,<br />

porque algumas questões precisam ser respondidas, e estamos convictos de que, pelo fato<br />

de Deus ser consistente e amar a verdade (Nm 23.19; Tt 1.2; Hb 6.18; 1 Jo 5.20; Ap 6.10),<br />

sua Palavra concordará com o seu mundo. Em segundo lugar, a própria Bíblia parece<br />

apelar a evidências para apoiar a crença (At 1.3; 1 Co 15.5-8; 2 Pe 1.16; 1 Jo 1.1-3). E<br />

parece sugerir que devemos ter algo inteligente para dizer a respeito da ciência e da<br />

Bíblia, se formos questionados (Cl 4.5,6; Tt 1.9; 1 Pe 3.15; Jd 3).<br />

Mesmo com suas dificuldades, as tentativas evangélicas de harmonizar os dados<br />

contribuem em muito para responder às perguntas dos crentes e dos incrédulos,<br />

igualmente. 67 De forma resumida, apresentamos seis doutrinas primárias, com as quais<br />

são concordes todos esses modelos.<br />

1. É impossível a geração espontânea da vida oriunda da não-vida. Os que tentam<br />

criar a vida numa proveta usam meios de "armar o jogo" 68 desonestamente a seu favor.<br />

2. Parece que as variações genéticas têm seus limites; não ocorrem em todas as<br />

direções, e as mutações sempre são prejudiciais.<br />

3. O processo da formação das espécies pode ser melhor explicado pelo isolamento<br />

ecológico que por processos macroevolucionários.<br />

4. O registro fóssil contém lacunas entre formas importantes de organismos vivos,<br />

deixando de fornecer elos na cadeia evolutiva (elos que estariam presentes aos milhares<br />

fosse verídico o evolucionismo).<br />

5. A homologia (semelhanças observadas nos organismos vivos) pode melhor ser<br />

explicada por um projeto inteligente e pelo reaproveitamento deliberado de padrões que<br />

por alegados ancestrais em comum.<br />

6. Quando os bioquímicos examinam a estrutura do DNA de vários organismos,<br />

encontram um padrão aleatório na sua composição química, e não a progressão

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