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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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A ênfase no Novo Testamento recai mais na ressurreição do corpo do que naquilo que<br />

acontece imediatamente depois da morte. A morte continua sendo uma inimiga, 27 mas já<br />

não é para ser temida (1 Co 15.55-57; Hb 2.15). Para o crente, o viver é Cristo e o morrer<br />

é lucro; isto significa que morrer é receber mais de Cristo (Fp 1.21). Logo, morrer e estar<br />

com Cristo é muito melhor que permanecer no corpo presente, embora devamos ficar<br />

aqui enquanto Deus considera que isso seja necessário (Fp 1.23,24). Depois disso, a<br />

morte nos trará o repouso ou cessação das nossas labutas e sofrimentos terrestres, e a<br />

entrada na glória (2 Co 4-17; cf. 2 Pe 1.10,11; Ap 14.13).<br />

Jesus, em Lucas 16, descreve certo rico (sem citar o nome) 28 que se vestia como um<br />

rei e que celebrava todos os dias um banquete acompanhado por muitas diversões. Diante<br />

do seu portão jazia um mendigo chamado Lázaro, coberto de chagas, que desejava as<br />

migalhas que eram varridas para a rua, onde os cães soltos as comeriam. Estes animais,<br />

impuros segundo a Lei, lambiam-lhe as chagas, deixando-o imundo também. Lázaro só<br />

tinha uma coisa a seu favor - o seu nome, 29 que significa "Deus é o meu socorro",<br />

indicando que, a despeito de tudo, ele conservara a sua fé em Deus. Quando Lázaro<br />

morreu, os anjos levaram-no ao seio de Abraão 30 que, certamente, era um lugar de<br />

bênção, pois aqui recebeu Lázaro o consolo. Mas o rico, depois de morrer, achou-se em<br />

agonia no fogo do Hades. Quando o rico ergueu os seus olhos (ao céu, cf. Lc 18.13), viu<br />

Abraão e Lázaro "ao longe". Mas era tarde demais para receber ajuda, conforme lhe<br />

explicou Abraão: "está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que<br />

quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá".<br />

Noutras palavras: os destinos tanto dos ímpios quanto dos justos não poderão ser<br />

mudados depois da morte. 31 Alguns tratam esse relato como parábola, posto que segue<br />

uma série de parábolas, mas Jesus, mesmo nas suas parábolas, nunca disse nada que fosse<br />

contrário à verdade. 32<br />

O desejo do apóstolo Paulo não era estar com Abraão, mas, sim, com o Senhor.<br />

Indicou que tão logo se ausentasse do corpo (ao morrer), estaria presente com o Senhor (2<br />

Co 5.6-9; Fp 1.23). Essa foi a promessa de Jesus ao ladrão moribundo na cruz: "Em<br />

verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43). 33 Numa visão, Paulo foi<br />

arrebatado ao terceiro céu, que também chama de Paraíso (2 Co 12.1-5). 34 Jesus diz que<br />

se trata de um lugar preparado, onde há bastante espaço (Jo 14.2). E um lugar de grande<br />

alegria, de comunhão com Cristo e com os irmãos na fé, que ressoa adorações e cânticos<br />

(Ap 4.10,11; 5.8-14; 14.2,3; 15.2-4). 35<br />

Porque Paulo ansiava pelo corpo ressurreto que será imortal, que não estará sujeito à<br />

morte nem à decadência, e porque dá a impressão de repudiar a ideia de ser um espírito<br />

desnudado (2 Co 5.3,4), alguns ensinam que, no estado intermediário, entre a morte e a<br />

ressurreição, os crentes serão espíritos desencarnados, mas que serão consolados pelo<br />

fato de estarem com Cristo. Outros ensinam que os crentes, ao morrerem, receberão um<br />

corpo temporário e "celestial", notando que Moisés e Elias apareceram no Monte da<br />

Transfiguração com algum tipo de corpo, e que vestes brancas foram dadas às almas dos<br />

mártires no céu (Lc 9.30-32; Ap 6.9-11). Todavia, a ressurreição do corpo dar-se-á na<br />

ocasião da vinda de Cristo para buscar a sua Igreja (Fp 3.20,21; 1 Ts 4.16,17). 36<br />

OUTRAS IDEIAS DA VIDA NO ALÉM<br />

Porque Jesus se referiu a Lázaro e à filha de Jairo como estando "dormindo", e porque<br />

Paulo se referiu à morte como sono (1 Co 15.6, 18, 20; 1 Ts 4.13-15), alguns têm<br />

desenvolvido a teoria do "sono da alma". Com isso, querem dizer que a alma, ou espírito,<br />

não está simplesmente num estado inconsciente depois da morte, mas que a pessoa como<br />

um todo morreu, e que a alma, ou espírito, cessa de existir até ser recriada na ressurreição.<br />

Moisés e Elias, porém, no monte da Transfiguração, sabiam o que acontecia, e<br />

conversavam com Jesus a respeito "da sua morte, a qual havia de se cumprir em<br />

Jerusalém" (Lc 9.31). Entendiam também que, para eles, significaria alguma coisa. Paulo

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