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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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(2) a Bíblia fala com clareza a respeito das verdades básicas que apresenta. Todas as<br />

questões de fé e conduta estão sujeitas à autoridade da Bíblia de modo que os itens da<br />

crença teológica devem, ou ter apoio bíblico (explícito ou implícito), ou ser repudiados. 7<br />

Uma consideração importante aos proponentes do conceito canónico é que a Bíblia<br />

deve ser interpretada corretamente. Esse é o problema que o conceito canónico da autoridade<br />

tem diante si, e só com muito cuidado é que se pode lidar com ele. 8<br />

Autoridade teológica. O conceito teológico da autoridade confia nas confissões<br />

doutrinárias, ou credos, da comunidade religiosa global como a fonte da fé e da prática.<br />

Desde o princípio, a igreja tem declarado as suas crenças através de fórmulas e credos.<br />

Um dos mais antigos é o Credo dos Apóstolos, assim chamado porque visava resumir os<br />

ensinamentos do colégio apostólico formado por Cristo. No decur- , so da história da<br />

Igreja, muitas outras declarações de fé têm sido adotadas e usadas pelos fiéis para afirmar<br />

as doutrinas centrais de sua religião.<br />

Tais declarações, em forma de credo, são de valor para a Igreja; servem para enfocar a<br />

atenção do adorador nos elementos cruciais de sua fé. Permitem que o mundo, que a tudo<br />

observa, escute uma voz clara e uníssona explicando a teologia da igreja cristã histórica. 9<br />

Todavia, o problema do conceito teológico da autoridade é que tende a elevar as<br />

afirmações, em forma de credos, a uma posição superior a da própria Bíblia. Além disso,<br />

embora demonstrem notável união em certos aspectos-chaves da verdade bíblica, podem<br />

divergir consideravelmente entre si nas questões de fé e prática. Têm valor somente à<br />

medida ' que concordam com a Bíblia, e servem para explicar as suas verdades. Se vierem<br />

a suplantar a posição central ocupada pela revelação bíblica, tornam-se fonte de duvidosa<br />

autoridade.<br />

Autoridade eclesiástica. O conceito da autoridade eclesiástica sustenta ser a<br />

Igreja a autoridade última em todas as questões de fé e prática. Usualmente esse modo de<br />

pensar é sustentado em conjunto com os conceitos, acima considerados, acerca da<br />

autoridade canónica e teológica. Não se nega a importância da Bíblia, mas esta deve<br />

(segundo alegam) ser interpretada por aqueles que recebem formação especial para<br />

desempenhar tal tarefa. Nesse caso, a interpretação da Igreja, promulgada em fórmulas<br />

doutrinárias e credos, põe-se como a única autorizada.<br />

Muitas vezes, esse modo eclesiástico de se considerar a autoridade é expressado<br />

através da liderança de uma igreja, quer se trate de uma só pessoa quer de um grupo. Por<br />

ocuparem posições de liderança na comunidade, pressupõem que seu relacionamento<br />

com Deus seja mais que suficiente para comunicar sua verdade à Igreja.<br />

Sem desmerecer as posições de liderança estabelecidas por Deus, devemos observar<br />

que essa abordagem torna-se passível de corrupção - o abuso do poder visando vantagens<br />

pessoais ou outros desejos pecaminosos. Além disso, a interpretação das Escrituras<br />

usualmente é feita por um grupo pequeno em nome de toda Igreja. Dessa maneira,<br />

impede-se que a maioria dos fiéis confira por conta própria às alegadas interpretações<br />

bíblicas.<br />

A questão da fonte da autoridade para o entendimento da revelação de Deus pode ser<br />

ainda considerada a partir da perspectiva interna - a fonte da autoridade que se encontra<br />

dentro do indivíduo. Tendo em vista as abordagens externas (já apresentadas acima) estas<br />

são consideradas, na melhor das hipóteses, menos importantes do que os fatores<br />

operantes no indivíduo.<br />

A experiência como autoridade. A primeira fonte interna da autoridade é a<br />

experiência. O indivíduo relaciona-se com Deus no âmbito da mente, da vontade e das<br />

emoções. Considerando a pessoa como uma unidade, os efeitos sofridos em qualquer um<br />

desses âmbitos são sentidos, ou experimentados, nos demais, quer subsequente quer<br />

simultaneamente. De fato, a revelação de Deus tem o seu efeito na totalidade da pessoa<br />

humana.

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