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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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estudiosos em Alexandria indicavam que as cópias que possuíam da Ilíada de Homero<br />

apresentavam cerca de 95% de fidedignidade. Indica, também, que os textos setentrional<br />

e meridional da Mahabharata da índia diferem entre si numa extensão de 26.000 linhas. 87<br />

Isto se contrasta com "mais de 99,5% de exatidão para as cópias manuscritas do Novo<br />

Testamento". 88 Esse meio-porcento de diferença consiste principalmente nos erros de<br />

ortografia dos copistas e, mesmo assim, passíveis de correção. Nenhuma doutrina da<br />

Bíblia depende de algum texto cuja forma original não possa ser determinada com<br />

exatidão.<br />

JESUS E SEU CONCEITO DAS ESCRITURAS<br />

No fim do século I (no mais tardar) os escritos do Novo Testamento já haviam sido<br />

completados; muitos destes, entre 20 e 30 anos apenas após a morte e ressurreição de<br />

Jesus. / Temos ainda a garantia de que até mesmo a narração dos eventos foi orientada<br />

pelo Espírito Santo a fim de que fossem evitados os erros ocasionados por eventuais<br />

esquecimentos (Jo 14.26). Os evangelhos, que contam detalhadamente a vida de Jesus,<br />

foram escritos por contemporâneos e testemunhas oculares. Tais escritos, fartamente<br />

corroborados, fornecem informações fidedignas a respeito de Cristo e de seus ensinos. A<br />

autoridade da Palavra escrita está ancorada na autoridade de Jesus. Posto que Ele nos é<br />

apresentado como o Deus encarnado, seus ensinos são verdadeiros e plenos de<br />

autoridade. Por isso, o que Jesus ensina a respeito das Escrituras, determina sua justa<br />

reivindicação à autoridade divina. Jesus dá testemunho consistente e enfático de que elas<br />

são, de fato, a Palavra de Deus.<br />

Em especial, Jesus dirigia a sua atenção ao Antigo Testamento. Quando falava de<br />

Adão, de Moisés, de Abraão ou de , Jonas, Ele os tratava como a pessoas reais e<br />

históricas. Às vezes, correlacionava situações que lhe diziam respeito com um evento<br />

histórico do Antigo Testamento (Mt 12.39,40). Noutras ocasiões, buscava num<br />

determinado fato do Antigo Testamento apoio, ou reforço, para alguma coisa que estava<br />

ensinando (Mt 19.4,5). Jesus honrava as Escrituras do Antigo Testamento, e enfatizava<br />

que Ele não viera abolir a Lei e os Profetas, mas cumpri-los (Mt 5.17). As vezes, fustigava<br />

os líderes religiosos por haverem elevado as próprias tradições acima das Escrituras (Mt<br />

15.3; 22.29).<br />

Jesus, nos seus ensinos, citou pelo menos quinze livros do Antigo Testamento, e fez<br />

alusão a muitos outros. Tanto no modo de falar quanto nas declarações específicas,<br />

demonstrava com clareza a sua estima pelas Escrituras do Antigo Testamento como a<br />

Palavra de Deus. Era a palavra e o mandamento de Deus (Mc 7.6-13). Citando Gênesis<br />

2.24, Jesus declarou: "O Criador [não Moisés]... disse: Portanto, deixará o homem pai e<br />

mãe" (Mt 19.4,5). Disse que Davi fez uma declaração "pelo Espírito Santo" (Mc 12.36).<br />

A respeito de uma declaração registrada em Êxodo 3.6, Ele perguntou: "Não tendes lido o<br />

que Deus vos declarou?" (Mt 22.31). Repetidas vezes, Jesus apelou à autoridade do<br />

Antigo Testamento, citando a fórmula: "Está escrito" (Lc 4.4). John W. Wenham<br />

assevera que Jesus entendia essa fórmula no sentido de "Deus diz!"<br />

"Há uma objetividade grandiosa e sólida no uso do tempo pretérito perfeito<br />

gegraptai, 'permanece escrito': 'aqui está o testemunho eterno e imutável do Deus<br />

Eterno, registrado por escrito para a nossa instrução'." 89 O modo decisivo de Jesus utilizar<br />

essa fórmula revela de modo enfático como ele considerava a autoridade das Escrituras.<br />

"A Palavra escrita, portanto, é a autoridade de Deus para solucionar todas as disputas a<br />

respeito da doutrina ou da prática. E a Palavra de Deus nas palavras humanas; é a verdade<br />

divina em linguagem humana". 90 Os que gostariam de alegar que Jesus simplesmente se<br />

acomodava ao modo judaico de entender as Escrituras, acompanhando passivamente as<br />

supostas falsas crenças dos judeus nesse assunto, deixam totalmente desapercebidos o seu<br />

tom enfático de plena aceitação e autoridade. Em vez de acomodar-se às opiniões<br />

religiosas dos seus dias, Ele as corrigia, e colocava as Escrituras de volta à sua suprema

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