17.02.2017 Views

Teologia Sistemática - Stanley Horton

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

leitores, desde a sua fundação, uma ampla gama de estudos bíblicos, devocionais e notas<br />

homiléticas. Ele tem sido o instituto bíblico à distância de várias gerações de pentecostais.<br />

Outro fator de progresso do ensino teológico no meio pentecostal brasileiro foram as<br />

escolas bíblicas dominicais. Realizadas com o apoio de literatura fornecida pela CPAD,<br />

constituiu-se no principal instrumento de divulgação entre os crentes das doutrinas que<br />

caracterizam o movimento, ensejando-lhes a oportunidade de apregoar com segurança a<br />

sua fé.<br />

Ressalte-se, ainda, a importância da literatura na consolidação da teologia<br />

pentecostal. Além das lições bíblicas para a Escola Dominical, não só os obreiros mas os<br />

crentes em geral puderam contar com o concurso de boas obras para consolidar as suas<br />

raízes. Dois grandes nomes foram os pioneiros da literatura pentecostal no Brasil:<br />

Orlando Boyer e Emílio Conde, este considerado o apóstolo da imprensa evangélica no<br />

país.<br />

No entanto, o que mais influenciou a formação teológica dos obreiros pentecostais no<br />

Brasil foi a criação das escolas bíblicas para a divulgação do ensino teológico. Conquanto<br />

não se tenha uma data precisa de quando elas tiveram início, pode-se dizer que as escolas<br />

bíblicas desempenharam papel decisivo na estruturação teológica do movimento<br />

pentecostal no Brasil. Duravam geralmente de 15 dias a um mês e contavam com<br />

professores especialmente convidados a ministrar matérias bíblicas, teológicas ou<br />

eclesiásticas, segundo o currículo mínimo estabelecido. Via de regra, concedia-se aos<br />

alunos um certificado de conclusão do curso. Foram expoentes dessa época, como<br />

sistematizadores das doutrinas esposadas pelo movimento pentecostal, Samuel Nystrõm,<br />

J. P. Kolenda, Eurico Bergstén, Lawrence Olson, João de Oliveira, José Menezes e mais<br />

recentemente, Alcebíades Pereira Vasconcelos e Estevam Ângelo de Souza.<br />

O passo seguinte foi o estabelecimento do ensino teológico formal, que encontrou,<br />

inicialmente, algumas resistências. Havia a preocupação de que os estudantes<br />

priorizassem o academicismo teológico em detrimento da ação do Espírito Santo em suas<br />

vidas. Todavia, isto não impediu que em 23 de março de 1959 fosse fundado em<br />

Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, o Instituto Bíblico das Assembleias de Deus.<br />

Tendo como fundadores o casal de missionários João Kolenda Lemos e Ruth Dóris<br />

Lemos, o IBAD foi o responsável pela formação teológica e cultural de muitas lideranças<br />

expressivas do Brasil e até de obreiros de outros países. Em 1962, o missionário<br />

Lawrence Olson estabelece no Rio de Janeiro o Instituto Bíblico Pentecostal. E, à<br />

semelhança do IBAD, em São Paulo, o IBP marcou toda uma geração de evangelistas,<br />

pastores, missionários e professores. Desponta, nessa época, outro expoente do<br />

pensamento teológico pentecostal brasileiro: pastor Antonio Gilberto, editor da Bíblia<br />

de Estudo Pentecostal em português.<br />

Paralelamente, começaram a surgir outras vertentes do movimento pentecostal no<br />

Brasil, "incentivadas pelas cruzadas nacionais de evangelização que percorreram o país<br />

usando tendas como templos improvisados". Esta expansão alcançou também as<br />

denominações tradicionais, e foi marcada pela ênfase na contemporaneidade dos dons<br />

espirituais, principalmente da cura divina. Considerado o pai da renovação pentecostal<br />

entre as igrejas tradicionais, Enéas Tognini muito contribuiu para a sistematização<br />

teológica nesta nova fase do pentecostalismo, seguindo basicamente as linhas históricas<br />

do movimento. E a partir desse momento que duas grandes vertentes teológicas passam a<br />

predominar no movimento pentecostal brasileiro: os históricos, que creem nas línguas<br />

estranhas como evidência inicial do batismo no Espírito Santo, e os neopentecostais, que<br />

creem no batismo no Espírito Santo sem que, necessariamente, as línguas estranhas sejam<br />

a evidência inicial, assunto que será discutido com todos os seus desdobramentos no<br />

capítulo que trata sobre o batismo no Espírito Santo.<br />

Como se vê, os pentecostais brasileiros, ainda que empiricamente, sempre se<br />

preocuparam com o ensino teológico. Hoje, com milhões de membros em todo o país,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!