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Teologia Sistemática - Stanley Horton

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Como os discípulos imaginassem que o Reino futuro apareceria imediatamente, Jesus<br />

esclareceu-lhes que haveria alguma demora. Por isso, teriam de estar em estado de prontidão<br />

para o momento da sua vinda. Numa parábola, Jesus se comparou a um homem<br />

nobre que partiu para uma terra remota a fim de ser nomeado rei, e então voltar (Lc<br />

19.11-27). Posteriormente, os discípulos entenderam que Jesus queria dizer que Ele tinha de<br />

subir ao céu, e ser entronizado aí antes de poder voltar como rei. Essa comparação<br />

enfatizava também que Ele ficaria ausente durante muito tempo.<br />

Jesus não disse exatamente quanto tempo estaria ausente; somente o Pai sabe o tempo<br />

de sua volta (Mt 24.30,36; Mc 13.32,33). È possível que Deus tenha mantido essa informação<br />

em sigilo a fim de reduzir ao mínimo os perigos da demora. Muitos serão tentados<br />

a seguir o exemplo do mau servo em Mateus 24.45-51: "Se aquele mau servo disser<br />

consigo: O meu senhor tarde virá, e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a<br />

beber com os bêbados, virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora<br />

em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá<br />

pranto e ranger de dentes" (vv. 48-51). E melhor não sabermos a data da Segunda Vinda<br />

de Cristo. Deus quer que realizemos a sua obra. Temos mais probabilidade de sermos<br />

fiéis se soubermos que ternos de estar sempre alertas, prontos a todo momento para a sua<br />

vinda (Mt 24.42; 25.13).<br />

Embora Jesus tenha dado outra indicação de que seria "muito tempo depois", (Mt<br />

25.19), enfatizou repetidas vezes que a sua vinda seria tão repentina quanto inesperada.<br />

Os crentes fiéis não serão apanhados de surpresa, porque estarão trabalhando enquanto<br />

esperam a vinda do Senhor (Lc 12.35-38). Os cristãos só serão apanhados de surpresa se<br />

deixarem seus corações "se carregar de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da<br />

vida". Nesse caso, "virá sobre vós de improviso aquele dia" (Lc 21.34). Jesus advertiu:<br />

"Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas<br />

essas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem" (Lc 21.36).<br />

Entre as últimas palavras de Jesus registradas no Novo Testamento, lemos: "Eis que<br />

presto venho!" (Ap 22.7, 12). Os zombadores podem dizer: "Onde está a promessa da sua<br />

vinda?" (2 Pe 3.4). Devemos lembrar, porém, que Deus não considera o tempo da mesma<br />

maneira que nós: "Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe<br />

3.8). Além disso, Ele quer que mais pessoas cheguem ao arrependimento (2 Pe 3.9). Para<br />

nós, portanto, é melhor vivermos na tensão entre o "dentro em breve" mas "ainda não",<br />

ocupando-nos no seu serviço, cumprindo as tarefas que Ele nos dá a fazer, até que Ele<br />

volte (Mc 13.33,34; Lc 19.13).<br />

Jesus também comparou o mundo na ocasião da Sua Segunda Vinda ao mundo nos<br />

dias de Noé. A despeito das advertências, das pregações, da construção da Arca, do<br />

ajuntamento dos animais, o povo não prestava atenção nem se preparava para o<br />

inevitável. Não acreditavam que o juízo divino chegaria. Para eles, o dia do dilúvio raiou<br />

como qualquer outro dia. Tinham planejado suas refeições, seus serviços, suas festas e<br />

casamentos. Mas aquele dia trouxe consigo o fim do mundo que conheciam. Da mesma<br />

maneira, o presente mundo continuará cegamente, fazendo seus próprios planos. Mas um<br />

dia, Jesus voltará (Mt 24.37-39).<br />

Para enfatizar que aquele dia será como qualquer outro, Jesus disse: "Então, estando<br />

dois no campo, será levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será<br />

levada uma, e deixada outra" (Mt 24-40,41). Isto quer dizer que as pessoas estarão<br />

cumprindo suas tarefas cotidianas quando, de repente, haverá a separação. "Levado" (gr.<br />

paralãmbanetei) significa "levado junto ou recebido". Jesus "levou consigo Pedro e os<br />

dois filhos de Zebedeu" (Mt 26.37). Ele mesmo prometeu: "Virei outra vez e vos levarei<br />

para mim mesmo" (Jo 14-3). Logo, aquele que é levado é recebido na presença de Jesus<br />

para estar com Ele para sempre (1 Ts 4.17). "Deixado" (gr. aphietaí) significa "deixado<br />

para trás", assim como em Marcos 1.18,20, a fim de enfrentar a ira de Deus e os seus<br />

juízos. Noutras palavras: não haverá aviso prévio no último momento, e nenhuma<br />

oportunidade de ficar pronto em tão curto prazo. A mesma verdade é ressaltada na

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