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teoria-geral-da-administracao

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CAPíTULO 6 • Decorrências <strong>da</strong> Teoria <strong>da</strong>s Relações Humanas<br />

res favoreciam decisivamente a Administração, talvez<br />

porque a Experiência de Hawthorne tenha<br />

sido patrocina<strong>da</strong> pela Western Electric. Essa <strong>teoria</strong><br />

tem sido critica<strong>da</strong> pelo fato de desenvolver uma<br />

sutil estratégia manipulativa de enganar os operários<br />

e fazê-los trabalhar mais e exigir menos.56 Essa<br />

estratégia manipulativa visava modificar o comportamento<br />

do empregado a favor dos objetivos <strong>da</strong><br />

Administração.<br />

Manipulação é o processo por meio do qual se<br />

condiciona o indivíduo a fazer qualquer coisa sem<br />

a sua participação realmente livre. A manipulação<br />

tem mais um sentido de imposição ou ordem emiti<strong>da</strong><br />

em função de autori<strong>da</strong>de do que decorrência<br />

de um ato de vontade ou de iniciativa, que exprima<br />

desejo espontâneo de colaboração do indivíduo.<br />

A manipulação envolve um processo por<br />

meio do qual a pessoa acredita estar fazendo algo<br />

que realmente vem de encontro à sua vontade,<br />

quando na reali<strong>da</strong>de ela foi condiciona<strong>da</strong> a pensar<br />

aSSIm.<br />

A crítica maior é que o objetivo <strong>da</strong> Teoria <strong>da</strong>s<br />

Relações Humanas não era o de eliminar a degra<strong>da</strong>ção<br />

do trabalho humano, mas antes superar os<br />

problemas decorrentes <strong>da</strong> resistência oposta pelos<br />

trabalhadores a essa degra<strong>da</strong>ção. 61 Na ver<strong>da</strong>de, ela<br />

representa um avanço em relação ao taylorismo na<br />

noção de que o comportamento individual na organização<br />

é determinado por normas sociais, o que<br />

desviou o foco dos estudos sobre a motivação do<br />

individual para o coletivo. Contudo, as organizações<br />

continuavam a ser percebi<strong>da</strong>s como sistemas<br />

fechados, imunes às influências externas do ambiente.<br />

Acreditava-se que as conclusões obti<strong>da</strong>s em<br />

uma empresa seriam generalizáveis para qualquer<br />

outra organização.<br />

~ DICAS<br />

~~~<br />

Para Kleber Nascimento, "de qualquer modo foi a<br />

Escola <strong>da</strong>s Relações Humanas que marcou o início<br />

do reenfoque hoje definitivo, <strong>da</strong> Administração<br />

como ciência social aplica<strong>da</strong>. Como engenharia<br />

humana, a área de in<strong>da</strong>gação intelectual <strong>da</strong> Administração<br />

confinava-se à divisão do trabalho, à redistribuição<br />

de competências, à fusão e desmembramento<br />

de órgãos, à racionalização dos tempos<br />

e movimentos, à simplificação de fluxos, à combinação<br />

de métodos e à coordenação pela autori<strong>da</strong>de.<br />

Hoje. como ciência social aplica<strong>da</strong>, o discurso<br />

<strong>da</strong> moderna disciplina <strong>da</strong> Administração passou a<br />

incluir e focalizar as relações pessoais entre os<br />

membros <strong>da</strong> organização, conflitos de valores,<br />

competência interpessoal, clima psico-sociológico<br />

organizacional, condições de feedback espontâneo<br />

e não-censurado entre as pessoas, estilo de liderança<br />

<strong>da</strong>s chefias, auto-realização no trabalho,<br />

condições de favorecimento ou obstaculização <strong>da</strong><br />

criativi<strong>da</strong>de e a coordenação através de um consenso<br />

de valores entre os membros <strong>da</strong> organização.<br />

Em suma, a ênfase deixou de ser coloca<strong>da</strong> nas<br />

técnicas administrativas para ser coloca<strong>da</strong> nas pessoas.<br />

O administrador deixou de ser o engenheiro<br />

para ser um expert na aplicação <strong>da</strong>s ciências do<br />

comportamento à dinâmica <strong>da</strong> sua organização. O<br />

enfoque do engenheiro, que concebia a orQlanização<br />

como um conjunto de peças e<br />

homens, cargos<br />

ou eqlJipiamentos,<br />

8. Outras críticas<br />

Perrow salienta que "é visível que tanto a Escola <strong>da</strong><br />

Administração Científica como a de Relações Humanas<br />

possuem idéias úteis, mas que se aplicam a<br />

situações diferentes. Os partidários intelectualizados<br />

de ambas as escolas entendem como 'exceções'<br />

os casos em que suas abor<strong>da</strong>gens não podem ser<br />

aplica<strong>da</strong>s".62<br />

9. Conclusão<br />

Apesar <strong>da</strong>s críticas, não resta dúvi<strong>da</strong> de que a Escola<br />

<strong>da</strong>s Relações Humanas abriu novos horizontes à<br />

<strong>teoria</strong> administrativa em duas orientações bem defini<strong>da</strong>s.<br />

A primeira orientação é a chama<strong>da</strong> equa-

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