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356 Introdução à Teoria Geral <strong>da</strong> Administração· IDALBERTO CHIAVENATO<br />

ca<strong>da</strong> participante pretende alcançar. Os objetivos<br />

organizacionais e os objetivos individuais nem sempre<br />

se deram muito bem. A colocação de Barnard 24<br />

de que o indivíduo deve ser eficaz (na medi<strong>da</strong> em<br />

que o seu trabalho consegue atingir objetivos <strong>da</strong> organização)<br />

e ser eficiente (na medi<strong>da</strong> em que seu<br />

trabalho consegue atingir objetivos pessoais) é ilustrativa.<br />

Daí a dificul<strong>da</strong>de de ser eficaz e eficiente ao<br />

mesmo tempo.<br />

Para Chris Argyris,25 existe um inevitável conflito<br />

entre o indivíduo e a organização devido à incompatibili<strong>da</strong>de<br />

entre a realização de ambos. A organização<br />

formal faz exigências aos indivíduos que<br />

são incongruentes com as necessi<strong>da</strong>des dos indivíduos,<br />

<strong>da</strong>í surgindo frustração e conflito. A empresa<br />

típica confina seus empregados em tarefas medíocres<br />

em que há pouca oportuni<strong>da</strong>de para responsabili<strong>da</strong>de,<br />

autoconfiança ou independência. Além disso,<br />

as tarefas são organiza<strong>da</strong>s de modo a exigir o mínimo<br />

<strong>da</strong>s capacitações <strong>da</strong>s pessoas de, retirar a responsabili<strong>da</strong>de<br />

pelas decisões de suas mãos e as centralizam<br />

no seu superior. Com isso, elimina-se o<br />

sentido social e psicológico <strong>da</strong> tarefa fazendo com<br />

que o trabalhador passe a considerar o trabalho<br />

como um desprazer, tornando-se indiferente à quali<strong>da</strong>de<br />

do seu trabalho. Atrás dessa apatia e indiferença<br />

ele se sente humilhado e hostil, pois, se não<br />

recebe responsabili<strong>da</strong>de então nenhuma responsabili<strong>da</strong>de<br />

oferece; se é tratado como um autômato<br />

comporta-se como tal. Aos poucos torna-se passivamente<br />

hostil, seja pela redução <strong>da</strong> produção ou pelos<br />

erros delibera<strong>da</strong>mente cometidos. Começa a<br />

existir um abismo amplo e profundo entre ele e<br />

aqueles que controlam a situação. Contudo, Argyris<br />

conclui que:<br />

1. É possível a integração <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des individuais<br />

de auto-expressão com os requisitos<br />

de produção de uma organização.<br />

2. As organizações que apresentam alto grau de<br />

integração entre objetivos individuais e organizacionais<br />

são mais produtivas do que as demaIS.<br />

3. Em vez de reprimir o desenvolvimento e o potencial<br />

do indivíduo, as organizações podem<br />

contribuir para a sua melhoria e aplicação.<br />

~ DICAS<br />

Diferenças entre problema, dilema<br />

e conflito<br />

Os autores behavioristas fazem distinção entre problema,<br />

dilema e conflito. Um problema envolve<br />

uma dificul<strong>da</strong>de a ser soluciona<strong>da</strong> dentro do quadro<br />

de referência <strong>da</strong> organização e pelos precedentes<br />

utilizados nas soluções anteriores ou na aplicação<br />

<strong>da</strong>s regras existentes. O dilema não é suscetível<br />

de solução padroniza<strong>da</strong>, pois requer reformulação,<br />

ou seja, o abandono <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem habitual e<br />

a descoberta de novas maneiras de abordá-lo. Requer,<br />

sobretudo, inovação na sua abor<strong>da</strong>gem. O<br />

conflito significa um colapso nos mecanismos decisórios<br />

normais, em virtude do qual um indivíduo ou<br />

grupo tem dificul<strong>da</strong>de na escolha de uma alternativa<br />

de ação. O conflito existe quando um indivíduo<br />

grupo se defronta com um problema de dec::isãlO<br />

duas alternativas incompatíveis entre si:<br />

e se contrapõe à outra ou vice-versa.<br />

Para Argyris, a responsabili<strong>da</strong>de pela integração<br />

entre os objetivos <strong>da</strong> organização e dos indivíduos<br />

recai sobre a administração. Enquanto os indivíduos<br />

buscam suas satisfações pessoais (como salário,<br />

lazer, conforto, horário favorável, oportuni<strong>da</strong>des<br />

de crescimento etc.), as organizações têm necessi<strong>da</strong>des<br />

(capital, edifícios, equipamentos, potencial<br />

humano, lucrativi<strong>da</strong>de e, sobretudo, oportuni<strong>da</strong>des<br />

para se ajustar a um ambiente em mu<strong>da</strong>nça). A interdependência<br />

entre as necessi<strong>da</strong>des do indivíduo<br />

e as <strong>da</strong> organização é imensa: a vi<strong>da</strong> e os objetivos<br />

de ambos estão inseparavelmente entrelaçados. O<br />

importante é que o alcance do objetivo de uma <strong>da</strong>s<br />

partes nunca venha a prejudicar ou a tolher o alcance<br />

do objetivo <strong>da</strong> outra. Ambas as partes devem<br />

contribuir mutuamente para o alcance dos seus respectivos<br />

objetivos.<br />

Negociação<br />

Para os behavioristas, o administrador trabalha <strong>geral</strong>mente<br />

em situações de negociação. A negociação

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