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Introdução à Teoria Geral <strong>da</strong> Administração· IDAlBERTO CHIAVENATO<br />

Dentro dessas premissas, a <strong>teoria</strong> administrativa<br />

está temperando seus conceitos básicos em direção<br />

às seguintes tendências:<br />

a. Planejamento<br />

Em sua essência, a função de planejamento nas organizações<br />

sempre foi a de reduzir a incerteza quanto<br />

ao futuro e quanto ao ambiente. Agora, a nova<br />

função do planejamento é aceitar a incerteza tal<br />

como ela é e se apresenta. Não dá para brigar com<br />

ela. E o que se busca hoje nas organizações para desafiar<br />

a incerteza é a criativi<strong>da</strong>de e a inovação. A<br />

<strong>teoria</strong> <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de salienta que somente há criativi<strong>da</strong>de<br />

quando se afasta do equilíbrio. Assim, a<br />

a<strong>da</strong>ptação a um ambiente instável deve ser feita ­<br />

não mais por meio do retorno cíclico ao equilíbrio<br />

dentro de escolhas limita<strong>da</strong>s e restritas - mas por<br />

meio de maior liber<strong>da</strong>de de escolha escapando às limitações<br />

impostas pelo ambiente.<br />

Assim, o planejamento deve repousar nos seguintes<br />

aspectos dinâmicos: 107<br />

1. A base do novo planejamento mu<strong>da</strong>. O foco<br />

na estrutura organizacional (vertical e hierárquica)<br />

deve ser substituído por um processo<br />

fluido (horizontal e livre) no qual as informações,<br />

as relações que permitem a troca dessas<br />

informações e a identi<strong>da</strong>de produzi<strong>da</strong> no processo<br />

sejam mais importantes.<br />

2. O foco na previsão passa para o foco no potencial.<br />

O planejamento está deixando de lado a<br />

atenção exclusiva para cenários futuros e se<br />

deslocando decisivamente para a localização<br />

de potenciali<strong>da</strong>des que a organização pode dinamizar<br />

e explorar.<br />

3. A incerteza e a aleatorie<strong>da</strong>de conduzem à liber<strong>da</strong>de.<br />

Liber<strong>da</strong>de significa a capaci<strong>da</strong>de de<br />

autonomia <strong>da</strong>s organizações para li<strong>da</strong>r com<br />

um contexto dinâmico e competitivo. A liber<strong>da</strong>de<br />

é o resultado de maior complexi<strong>da</strong>de.<br />

Maior complexi<strong>da</strong>de conduz a maior liber<strong>da</strong>de,<br />

que por sua vez, leva a maior flexibili<strong>da</strong>de<br />

e maiores possibili<strong>da</strong>des de escolha. E, em<br />

conseqüência, a um maior potencial de estratégias.<br />

III DICAS<br />

Ainversão do foco<br />

Oprocesso estratégico está se tornando mais importante<br />

do que o conteúdo estratégico. A maneira<br />

como as pessoas li<strong>da</strong>m com os assuntos adquire<br />

maior importância do que as questões seleciona<strong>da</strong>s<br />

e discuti<strong>da</strong>s. Antigamente, passava-se a maior<br />

parte do tempo na análise e na montagem do planejamento<br />

detalhado. Agora, o foco está em vincular<br />

pessoas, uni<strong>da</strong>des ou tarefas, embora não se<br />

possa determinar quais os resultados exatos a serem<br />

alcançados. Mais vale a união <strong>da</strong>s pessoas do<br />

que os assuntos tratados, embora esses sejam importantes.<br />

4. O mundo imprevisível e caótico no qual pequenas<br />

causas podem gerar grandes efeitos.<br />

Fica difícil distinguir antecipa<strong>da</strong>mente quais<br />

aspectos serão táticos e quais serão estratégicos.<br />

De um modo <strong>geral</strong>, em um mundo turbulento,<br />

o estratégico e o tático confundem-se<br />

de maneira indissociável.<br />

b. Organização<br />

A organização sempre constituiu a plataforma em<br />

que se sustenta a instituição. Em um ambiente estável<br />

e previsível, a estrutura tradicional pode continuar<br />

ain<strong>da</strong> prestando bons serviços. Mas o ambiente<br />

estável está se constituindo em uma exceção.<br />

Contudo, em um ambiente instável, a organização<br />

que tem mais chances de sobrevivência deve ser<br />

também instável. E quanto mais instável ela é, tanto<br />

mais ela pode influenciar o ambiente. É neste sentido<br />

que tanto ambiente como organização podem<br />

co-evoluir paralelamente.<br />

A nova organização deverá levar em conta o seguinte:<br />

1. Desmistificar a idéia de controle central a partir<br />

do topo. A velha tradição de que deve haver<br />

uma cúpula centralizadora de to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des<br />

organizacionais pertence ao passado. Morin108<br />

afirma que qualquer organização, biológica<br />

ou social, é simultaneamente cêntrica (por

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