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teoria-geral-da-administracao

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CAPíTULO 3 • Administração Científica 69<br />

filosofia do taylorismo destina<strong>da</strong> a esl:ablelêlDer<br />

harmonia industrial em vez <strong>da</strong> discórdia encontrou<br />

forte oposição entre os trabalhadores e sindicatos.<br />

Isso porque os operários não conseguiam<br />

trabalhar dentro do ritmo de tempo-padrão preestabelecido<br />

pelos técnicos e passaram a se queixar de<br />

uma nova forma de exploração sutil do empregado:<br />

a fixação de padrões elevados de desempenho favoráveis<br />

à empresa e desfavoráveis aos trabalhadores.<br />

O trabalho superespecializado passou a ser<br />

considerado degra<strong>da</strong>nte e humilhante pelos trabalhadores,<br />

seja pela monotonia, pelo automatismo,<br />

pela diminuição <strong>da</strong> exigência de raciocínio ou pela<br />

destituição completa de qualquer significado psicológico<br />

do trabalho. O homem deveria produzir como<br />

uma máquina ou robô, uma vez que Taylor procurava,<br />

sem conhecer devi<strong>da</strong>mente o organismo humano,<br />

conseguir o rendimento máximo, quando deveria<br />

conseguir o rendimento ótimo.<br />

Verificou-se que a veloci<strong>da</strong>de não é o melhor critério<br />

para medir a facili<strong>da</strong>de com que o operário realiza<br />

a operação. O método é mais uma intensificação<br />

do trabalho do que racionalização do processo<br />

de trabalho, procurando sempre o rendimento máximo<br />

e não o rendimento ótimo.<br />

Os mesmos princípios que Taylor adotou para<br />

conciliar os interesses entre patrões e empregados<br />

foram a causa de transtornos e críticas sofri<strong>da</strong>s posteriormente.<br />

O fato de supor que o empregado age<br />

motivado pelo interesse do ganho material e financeiro,<br />

produzindo o máximo possível (conceito do<br />

homo economicus), mas sem levar em consideração<br />

outros fatores motivacionais importantes, foi, sem<br />

dúvi<strong>da</strong>, outro aspecto mecanicista típico dessa <strong>teoria</strong>.<br />

De um modo <strong>geral</strong>, a abor<strong>da</strong>gem dos engenheiros<br />

americanos concebeu a organização dentro de<br />

um sentido mecânico e o emprego de técnicas mecanicistas<br />

passou a representar a desumanização do<br />

trabalho industrial.<br />

2. Superespecialização do operário<br />

Na busca <strong>da</strong> eficiência, a Administração Científica<br />

preconizava a especialização do operário por meio<br />

~ DICAS<br />

Produtivi<strong>da</strong>de como conseqüência<br />

do conhecimento<br />

Há que se ressaltar que o trabalho de Taylor repousava<br />

sobre o pressuposto de que o conhecimentoe<br />

não a habili<strong>da</strong>de manual - era a principal fonte<br />

produtiva. Taylor apregoava que a produtivi<strong>da</strong>de<br />

exigia que a execução fosse dissocia<strong>da</strong> do planejamento,<br />

isto é, que fosse basea<strong>da</strong> no conhecimento<br />

tecnológico sistemático. A partir de seu trabalho resultou<br />

uma tremen<strong>da</strong> expansão do número de pessoas<br />

educa<strong>da</strong>s requeri<strong>da</strong>s para a força de trabalho<br />

e, por fim, em uma guina<strong>da</strong> no enfoque dotrabalho,<br />

passando hoje do esforço físico para o conhecimento.<br />

A substituição do esforço manual pelo conhecimento<br />

como fonte produtiva do trabalho<br />

constitui a maior mu<strong>da</strong>nça na história do trabalho,<br />

que é, naturalmente um processo tão velho quanto<br />

o próprio homem. Criar produtivi<strong>da</strong>de através do<br />

conhecimento sistemático, ou seja, tornar produtivo<br />

o trabalhador manual, passou a ser a nova on<strong>da</strong>.<br />

E foi essa iniciativa bem-sucedi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Administra·<br />

ção Científica que fun<strong>da</strong>mentou o crescimento e o<br />

comportamento econômico dos Estados Unidos,<br />

EllrOpaocidental e Japão.<br />

<strong>da</strong> divisão e <strong>da</strong> subdivisão de to<strong>da</strong> operação em seus<br />

elementos constitutivos. As tarefas mais simples - o<br />

resultado <strong>da</strong>quela subdivisão - podem ser mais facilmente<br />

ensina<strong>da</strong>s e a perícia do operário pode ser<br />

incrivelmente aumenta<strong>da</strong>. Por outro lado, alcança-se<br />

uma respeitável padronização no desempenho<br />

dos operários, pois na medi<strong>da</strong> em que as tarefas vão<br />

se fracionando, a maneira de executá-las torna-se<br />

padroniza<strong>da</strong>. 27 Essas "formas de organização de tarefas<br />

privam os operários <strong>da</strong> satisfação no trabalho,<br />

e, o que é pior, violam a digni<strong>da</strong>de humana".28<br />

O taylorismo demonstrou que a maneira espontânea<br />

com que os trabalhadores executavam suas tarefas<br />

era a mais fatigante, a menos econômica e a<br />

menos segura. "Em lugar dos erros do passado, o<br />

taylorismo propõe uma ver<strong>da</strong>deira racionalização;<br />

é esse seu papel positivo. Uma nova ordem de coisas.<br />

O taylorismo propõe diminuir o número de<br />

»

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