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202 Introdução à Teoria Geral <strong>da</strong> Administração· IDALBERTO CHIAVENATO<br />

• CASO<br />

o SISTEMA TOVOTA DE PRODUÇÃO (TPS)19<br />

A Administração Científica de Taylor ain<strong>da</strong> não morreu.<br />

Ela está sendo submeti<strong>da</strong> a constantes inovações.<br />

Seus conceitos básicos como desperdício, eficiência e<br />

produtivi<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> estão na crista <strong>da</strong> on<strong>da</strong>. É o caso<br />

do toyotismo. A Toyota não inventou a concorrência<br />

basea<strong>da</strong> no tempo e na veloci<strong>da</strong>de, mas conseguiu<br />

transformá-Ia em uma espécie de marca registra<strong>da</strong>.<br />

Para tornar-se uma <strong>da</strong>s empresas mais rápi<strong>da</strong>s do<br />

mundo, a Toyota vem, desde a déca<strong>da</strong> de 1970, aperfeiçoando<br />

suas operações basea<strong>da</strong>s no tempo, o copiadíssimo<br />

Sistema Toyota de Produção (TPS). O TPS baseia-se<br />

no fato de que quanto menor uma operação,<br />

tanto mais rápido ela ser executa<strong>da</strong>. Isso já fora percebido<br />

por Henry Ford no começo do século passado e<br />

com seu exemplo, as fábricas passaram a operar com<br />

programações inflexíveis e lotes de grande tamanho,<br />

pois as ven<strong>da</strong>s se baseavam no que era produzido e<br />

não naquilo que o cliente desejava. O TPS baseia-se na<br />

veloci<strong>da</strong>de através de três providências básicas:<br />

1. Estender a flexibili<strong>da</strong>de para to<strong>da</strong> a programação<br />

de manufatura.<br />

2. Criar equipes pequenas e autônomas para gerenciar<br />

todos os aspectos do projeto e desenvolvimento<br />

do produto.<br />

3. Usar processos paralelos em vez de lineares ou<br />

seqüenciais para projeto e manufatura.<br />

Os fornecedores foram envolvidos na etapa mais<br />

inicial possível, de modo que todos os participantes<br />

<strong>da</strong> cadeia de desenvolvimento do produto sabiam o<br />

que seria necessário com antecedência, para evitar<br />

atrasos desnecessários. Os tamanhos de lote <strong>da</strong> manufatura<br />

foram drasticamente reduzidos para que os<br />

estoques fossem mantidos em níveis mais baixos,<br />

conforme o necessário. Quando o estoque chega é<br />

usado imediatamente e não fica parado ocupando espaço<br />

e tempo. As fábricas foram totalmente reorganiza<strong>da</strong>s<br />

e reequipa<strong>da</strong>s para criar células de produção<br />

flexíveis para responder rapi<strong>da</strong>mente aos padrões de<br />

ven<strong>da</strong>s emergentes. O resultado <strong>geral</strong> dessa estratégia<br />

foi uma drástica redução no tempo de manufatura:<br />

o intervalo de tempo entre a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> matéria-prima<br />

na fábrica e o veículo como produto acabado foi reduzido<br />

de 15 dias para apenas 1 dia. No final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

de 1970, a Toyota alcançou uma vantagem em produtivi<strong>da</strong>de<br />

cinco vezes superior à dos principais concorrentes,<br />

os Big Three - GM, Ford e Chrysler. Essa abor<strong>da</strong>gem<br />

revolucionária <strong>da</strong> Toyota ficou conheci<strong>da</strong><br />

como sistema de manufaturajust-in-time (JIT). Os elementos<br />

básicos do JIT - manufatura paralela, simultânea,<br />

células de produção autônomas, participação do<br />

fornecedor no início do processo e no projeto de produto,<br />

minimização do estoque - são conceitos poderosos<br />

e modernos. Na prática, a ética do JIT expandiu-se<br />

para além <strong>da</strong> manufatura, abraçando o setor de<br />

serviços. Com o JIT surgiu o conceito de fábrica enxuta,<br />

sem estoques iniciais, intermediários ou finais.<br />

Após reinventar o lado <strong>da</strong> manufatura em suas<br />

operações, a Toyota passou também a reinventar<br />

seus sistemas de ven<strong>da</strong>s e distribuição para manter o<br />

ritmo de ganhos incríveis. Em segundo lugar, tudo<br />

obedeceu a uma seqüência: o pessoal de ven<strong>da</strong>s<br />

passou a vincular-se diretamente às fábricas para<br />

que as programações de manufatura correspondessem<br />

imediatamente aos pedidos dos clientes. Os fornecedores<br />

também foram ligados por computador<br />

para receber informações sobre a programação <strong>da</strong><br />

fábrica em tempo real: somente o estoque especificado<br />

era entregue no local exato do processo para<br />

quem precisava dele. Isso produziu uma veloz rede<br />

de comunicação, cujo subproduto mais valioso foi a<br />

capaci<strong>da</strong>de de resposta corporativa pronta e imediata.<br />

Em outros termos, agili<strong>da</strong>de.<br />

Essa notável reestruturação levou a Toyota ao patamar<br />

<strong>da</strong> "pós-manufatura enxuta" na déca<strong>da</strong> de 1990.<br />

Ela reduziu seus custos e eliminou impiedosamente o<br />

desperdício em seus processos de projeto, produção<br />

e manufatura. Hoje, a base de custo <strong>da</strong> Toyota está tão<br />

enxuta que o seu presidente Tatsuro Toyo<strong>da</strong>* afirma<br />

que seus concorrentes começam a imaginar e copiar<br />

suas inovações com 10 ou 15 anos de atraso, enquanto<br />

a Toyota está ativa e produzindo incessantemente<br />

mais inovações pela frente.<br />

" Toyo<strong>da</strong> é o nome <strong>da</strong> família proprietária <strong>da</strong> Toyota.<br />

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