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teoria-geral-da-administracao

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CAPíTULO 14 • Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO)<br />

seguinte maneira: "há dissonâncias em to<strong>da</strong> empresa.<br />

Como presidente eu devo orquestrar os sons dissonantes<br />

para criar certa harmonia. Mas nunca se deseja<br />

harmonia em excesso. É importante cultivar a satisfação<br />

em encontrar harmonia nas divergências ou então<br />

se estará desviando <strong>da</strong>s forças que mantêm uma empresa<br />

viva".<br />

Em uma cultura empresarial e social japonesa domina<strong>da</strong><br />

pela conformi<strong>da</strong>de e pelo não questionamento<br />

em relação aos mais velhos e superiores, a cultura de<br />

autocrítica e diversi<strong>da</strong>de intelectual <strong>da</strong> Hon<strong>da</strong> se destaca<br />

visivelmente. Mas foram exatamente esses valores<br />

que permitiram à Hon<strong>da</strong> transformar-se em apenas<br />

20 anos, de um pequeno fabricante local de motocicletas,<br />

no fabricante de automóveis que substituiu a<br />

Chrysler dentre as Três Grandes.<br />

Não é somente a gerência que tem ouvidos para<br />

todos. Essa inovadora exaltação à discordância é<br />

5. Há uma varie<strong>da</strong>de de técnicas de DO para o<br />

relacionamento interpessoal, grupal, intergrupal<br />

e organizacional, como: treinamento<br />

<strong>da</strong> sensitivi<strong>da</strong>de, análise transacional, consultoria<br />

de processos, desenvolvimento de<br />

equipes, reuniões de confrontação, tratasistêmica<br />

na Hon<strong>da</strong>. Perspectivas diferentes entre<br />

os vários departamentos funcionais <strong>da</strong> Hon<strong>da</strong> são<br />

ativamente encoraja<strong>da</strong>s, lembrando-se de que a concorrência<br />

intelectual só irá lapi<strong>da</strong>r e aperfeiçoar o<br />

produto final. Jovens engenheiros recebem responsabili<strong>da</strong>des<br />

extraordinárias e são encorajados a<br />

questionar seus superiores energicamente em debates<br />

ou sessões regulares. Há alguns anos, um novato<br />

levou essa tarefa longe demais. Ele teve a audácia<br />

de envolver-se em uma discussão com o cofun<strong>da</strong>dor<br />

<strong>da</strong> empresa, Soichiro Hon<strong>da</strong>, quanto aos<br />

motores refrigerados a ar e a água. Ele estava tão resoluto<br />

que fez greve por um mês, retirando-se em<br />

um mosteiro Zen. Impressionado pela convicção<br />

apaixona<strong>da</strong> do rapaz, Soichiro Hon<strong>da</strong> reconsiderou<br />

e mudou sua opinião a respeito. O rapaz se chamava<br />

Ta<strong>da</strong>shi Kume e hoje ocupa o cargo de presidente<br />

<strong>da</strong> Hon<strong>da</strong>.•<br />

I Resumo<br />

1. O DO nasceu na déca<strong>da</strong> de 1960 em função<br />

<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças no mundo <strong>da</strong>s organizações e<br />

em função <strong>da</strong> inadequação <strong>da</strong>s estruturas convencionais<br />

a essas novas circunstâncias.<br />

2. O DO tem sua origem na Teoria Comportamental<br />

e nos consultores de dinâmica de grupo<br />

e comportamento organizacional. O DO<br />

ampliou sua área de atuação chegando a abor<strong>da</strong>r<br />

a organização como um todo e assumindo<br />

a abor<strong>da</strong>gem sistêmica. Nesse ponto, passou a<br />

ganhar ares de <strong>teoria</strong> administrativa.<br />

3. O DO apresenta novos conceitos de organização,<br />

de cultura organizacional e de mu<strong>da</strong>nça<br />

organizacional dentro de pressupostos <strong>da</strong><br />

Teoria Comportamental.<br />

4. O processo de DO é constituído basicamente<br />

de três etapas: colheita de <strong>da</strong>dos, diagnóstico<br />

organizacional e ação de intervenção.<br />

mento de conflito intergrupal e suprimento<br />

de informações.<br />

6. Há também uma varie<strong>da</strong>de de modelos de<br />

DO, como o de Blake e Mouton (managerial<br />

grid), de Lawrence e Lorsch, e de Reddin<br />

(Teoria 3-D <strong>da</strong> Eficácia Gerencial).<br />

7. Muito embora pareça uma mo<strong>da</strong> passageira<br />

na <strong>teoria</strong> administrativa, o DO é uma alternativa<br />

democrática e participativa muito interessante<br />

para a renovação e a revitalização <strong>da</strong>s<br />

organizações que não se pode desprezar.<br />

I Referências Bibliográficas<br />

1. Leland Bradford (ed.) T-Group Theory and Laboratory<br />

Methods, Nova York, John Wiley, 1964.<br />

2. Warren G. Bennis, Desenvolvimento Organizacional:<br />

Sua Natureza, Origens e Perspectivas, cit., p. 23-27.<br />

3. Edgard H. Schein, Consultoria de Procedimentos:<br />

Seu Papel no Desenvolvimento Organizacional,<br />

São Paulo, Ed. Edgard B1ücher, 1972, p. 10-12.<br />

4. Edgard H. Schein, Consultoria de Procedimentos:<br />

Seu Papel no Desenvolvimento Organizacional, op.<br />

cit., p. 11-12.<br />

5. Richard E. Walton, Pacificação Interpessoal: Confrontações<br />

e Consultoria de uma Terceira Parte,<br />

São Paulo, Ed. Edgard Blücher, 1972.

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