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teoria-geral-da-administracao

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CAPíTULO 14· Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO) 403<br />

Comportamental dentro de novas formulações.<br />

Com a crise <strong>da</strong>s Relações Humanas e do Behaviorismo,43<br />

o DO passou a ser a saí<strong>da</strong> para o aumento <strong>da</strong><br />

eficácia organizacional. As críticas ao DO são:<br />

1. Aspecto mágico do DO<br />

Existem características mágicas do DO cria<strong>da</strong>s a<br />

partir de quatro mitos: 44<br />

a. O mito <strong>da</strong> disciplina de DO. Há uma visão do<br />

DO como disciplina delimita<strong>da</strong>, independente<br />

e basea<strong>da</strong> no método científico. Alguns autores<br />

chegam a considerar o uso do treinamento<br />

<strong>da</strong> sensitivi<strong>da</strong>de e as relações entre cliente-e-consultor<br />

como áreas pertencentes ao<br />

DO. Na ver<strong>da</strong>de, são áreas de conhecimento<br />

que o DO absorveu de outras disciplinas.<br />

b. O mito <strong>da</strong>s variáveis não-pesquisáveis. Parece<br />

haver resistência à pesquisa convencional<br />

dentro do DO, com a suposição de que os<br />

programas de DO são difíceis de pesquisar,<br />

que as variáveis envolvi<strong>da</strong>s são difíceis de medir<br />

e que a pesquisa interfere no processo de<br />

DO. Há uma contradição entre a afirmação de<br />

que o DO é baseado no conhecimento científico<br />

e a resistência encontra<strong>da</strong> na utilização de<br />

métodos científicos no DO.<br />

c. O mito <strong>da</strong> novi<strong>da</strong>de. Existe a noção de que o<br />

DO é um conjunto de novas técnicas que facilitam<br />

a mu<strong>da</strong>nça. To<strong>da</strong>via, os métodos e processos<br />

do DO são relativamente antigos, embora<br />

catalogados com novos rótulos.<br />

d. O mito <strong>da</strong> eficácia aumenta<strong>da</strong>. Os autores do<br />

DO argumentam que suas técnicas aumentam<br />

a capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> organização para dirigir seus<br />

objetivos com eficácia. To<strong>da</strong>via, alguns resultados<br />

apresentados são discutíveis.<br />

2. Imprecisão no campo do DO<br />

O desenvolvimento de grupos-T, de treinamento de<br />

laboratório e de outras formas para aumentar a interação<br />

ou terapia de grupo provocou o surgimento<br />

do DO, que passou a ser um código para designar<br />

programas e ativi<strong>da</strong>des origina<strong>da</strong>s de várias tendências,<br />

dentro de uma nova abor<strong>da</strong>gem de educação e<br />

treinamento. Essa imprecisão no campo do DO dificulta<br />

a sua definição. As várias conceituações concor<strong>da</strong>m<br />

que o DO integra as necessi<strong>da</strong>des dos indivíduos<br />

e as <strong>da</strong> organização por meio de técnicas de<br />

laboratório. Para o DO, as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> organização<br />

são a a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de de suas uni<strong>da</strong>des e indivíduos<br />

frente às mu<strong>da</strong>nças ambientais para aumentar<br />

a produtivi<strong>da</strong>de, a identificação e a leal<strong>da</strong>de dos<br />

participantes. De outro lado, o indivíduo sofre de<br />

sentimentos de inautentici<strong>da</strong>de, alienaçãO, solidão e<br />

de falta de poder na organização. O DO pretende<br />

satisfazer essas necessi<strong>da</strong>des pessoais incentivando<br />

nas pessoas habili<strong>da</strong>des sociais, maior abertura e relacionamento<br />

interpessoal em todos os níveis <strong>da</strong> organização.<br />

Nessa amplitude de atuação, dificilmente<br />

o campo do DO poderá ser bem delimitado.<br />

3. Ênfase na educação "emocional"<br />

O DO focaliza o treinamento de "habili<strong>da</strong>des" no<br />

relacionamento interpessoal, tendo por base as<br />

ciências do comportamento. Ele não se preocupa<br />

com as habili<strong>da</strong>des de direção, mas apenas com as<br />

técnicas de relações humanas. O treinamento de habili<strong>da</strong>des<br />

é importante, mas não constitui a essência<br />

<strong>da</strong> administração. Ao <strong>da</strong>r ênfase ao treinamento <strong>da</strong><br />

sensitivi<strong>da</strong>de em laboratório e ao fun<strong>da</strong>mentar-se<br />

nas ciências do comportamento, o DO corre o perigo<br />

de se transformar em uma técnica terapêutica<br />

afasta<strong>da</strong> dos objetivos <strong>da</strong> organização.<br />

4. Aplicações distorci<strong>da</strong>s do DO<br />

Muitas organizações se aproximam do modelo monocrático<br />

sustentado no direito <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de priva<strong>da</strong>.<br />

Os dirigentes <strong>da</strong>s organizações possuem um<br />

poder e elevado status social e econômico. Na medi<strong>da</strong><br />

em que a legitimi<strong>da</strong>de basea<strong>da</strong> no direito de<br />

proprie<strong>da</strong>de priva<strong>da</strong> perde substância, os dirigentes<br />

recorrem a procedimentos para manter ou melhorar<br />

seu status quo e promoção pessoal. Em muitos<br />

casos, o DO tem sido usado como um instrumento<br />

para assegurar tais objetivos e sua utilização decorre<br />

do efeito demonstração, visando muito mais à legitimação<br />

externa e seus efeitos sobre a imagem pública<br />

<strong>da</strong> organização do que propriamente à legiti-

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