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260<br />

Introdução à Teoria Geral <strong>da</strong> Administração' IDAlBERTO CHIAVENATO<br />

Weber aponta três tipos de autori<strong>da</strong>de legítima, a<br />

saber: 10 autori<strong>da</strong>de tradicional, autori<strong>da</strong>de carismática<br />

e autori<strong>da</strong>de racional, legal ou burocrática.<br />

a. Autori<strong>da</strong>de tradicional<br />

Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores<br />

como justifica<strong>da</strong>s, porque essa sempre foi a<br />

maneira pela qual as coisas foram feitas. O domínio<br />

patriarcal do pai de família, do chefe do clã, o despotismo<br />

real representam apenas o tipo mais puro<br />

de autori<strong>da</strong>de tradicional. O poder tradicional não<br />

é racional, pode ser transmitido por herança e é extremamente<br />

conservador. To<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça social implica<br />

rompimento mais ou menos violento <strong>da</strong>s tradições.<br />

Também ocorre em certos tipos de empresas<br />

familiares mais fecha<strong>da</strong>s. 1 I<br />

A legitimação do poder na dominação tradicional<br />

provém <strong>da</strong> crença no passado eterno, na justiça<br />

e na maneira tradicional de agir. O líder tradicional<br />

é o senhor que coman<strong>da</strong> em virtude de seu status de<br />

herdeiro ou sucessor. Suas ordens são pessoais e arbitrárias,<br />

seus limites são fixados pelos costumes e<br />

hábitos e os seus súditos obedecem-no por respeito<br />

ao seu status tradicional.<br />

A dominação tradicional - típica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

patriarcal- quando envolve grande número de pessoas<br />

e um vasto território, pode assumir duas formas<br />

de aparato administrativo para garantir sua sobrevivência:<br />

12<br />

1. Forma patrimonial, na qual os funcionários<br />

que preservam a dominação tradicional são os<br />

servidores pessoais do senhor - parentes, favoritos,<br />

empregados etc. - e são <strong>geral</strong>mente<br />

dependentes economicamente dele.<br />

2. Forma feu<strong>da</strong>l, na qual o aparato administrativo<br />

apresenta maior grau de autonomia em relação<br />

ao senhor. Os funcionários - vassalos ou<br />

suseranos - são aliados do senhor e lhe prestam<br />

um juramento de fideli<strong>da</strong>de. Em virtude<br />

desse contrato, os vassalos exercem uma jurisdição<br />

independente, dispõem de seus próprios<br />

domínios administrativos e não dependem<br />

do senhor no que tange a remuneração e subsistência.<br />

b. Autori<strong>da</strong>de carismática<br />

Quando os subordinados aceitam as ordens do superior<br />

como justifica<strong>da</strong>s, por causa <strong>da</strong> influência <strong>da</strong><br />

personali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> liderança do superior com o<br />

qual se identificam. Carisma é um termo usado anteriormente<br />

com sentido religioso, significando o<br />

dom gratuito de Deus, estado de graça etc. Weber e<br />

outros usaram o termo com o sentido de uma quali<strong>da</strong>de<br />

extraordinária e indefinível de uma pessoa. É<br />

aplicável a líderes políticos como Hitler, Kennedy<br />

etc., capitães de indústria, como Matarazzo, Ford etc.<br />

O poder carismático é um poder sem base racional, é<br />

instável e facilmente adquire características revolucionárias.<br />

Não pode ser delegado, nem recebido em<br />

herança, como o tradicional.<br />

A legitimação <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de carismática provém<br />

<strong>da</strong>s características pessoais carismáticas do líder e <strong>da</strong><br />

devoção e arrebatamento que impõe aos seguidores.<br />

O aparato administrativo na dominação carismática<br />

envolve um grande número de seguidores, discípulos<br />

e subordinados leais e devotados, para desempenharem<br />

o papel de intermediários entre o líder carismático<br />

e a massa. O pessoal administrativo é escolhido<br />

e selecionado segundo a confiança que o líder<br />

deposita nos subordinados. A seleção não se baseia<br />

na qualificação pessoal nem na capaci<strong>da</strong>de técnica,<br />

mas na devoção e confiabili<strong>da</strong>de no subordinado. Se<br />

o subordinado deixa de merecer a confiança, passa a<br />

ser substituído por outro subordinado mais confiável.<br />

Daí a inconstância e instabili<strong>da</strong>de do apaliato adi<br />

ministrativo na dominação carismática. !<br />

~ DIC·AS<br />

Carisma<br />

As socie<strong>da</strong>des em períodos revolucionários, como a.<br />

Rússia em 191 7 ou a Alemanha nazista em 1933 e os<br />

partidos políticos revolucionários ou líderes como<br />

Jânio Quadros ou Getúlio Vargas são exemplos de<br />

autori<strong>da</strong>de carismática. O líder se impõe por possuir<br />

habili<strong>da</strong>des mágicas, revelações de heroísmo ou<br />

poder mental de locução e não devido à sua posição<br />

ou hierarquia. É uma autori<strong>da</strong>de basea<strong>da</strong> na<br />

ção afetiva e pessoal e no arrebatamento emlociional<br />

dos seguidores em relação à sua pessoa.<br />

•<br />

C .,"

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