A dieta da mente David Perlmutter
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Se você acompanha o senso comum atual, sabe que se espera que você<br />
limite sua ingestão total de gorduras a não mais de 20% de suas calorias (e isso<br />
cai para menos de 10% quando se trata <strong>da</strong>s gorduras satura<strong>da</strong>s). Você também<br />
sabe que isso é difícil de conseguir (dê um suspiro de alívio: é um conselho mal<br />
<strong>da</strong>do, e no meu programa alimentar você não terá que se preocupar em contar<br />
gramas de gordura e percentuais gerais). No entanto, embora as gorduras trans<br />
sintéticas encontra<strong>da</strong>s na margarina e nos alimentos industrializados sejam um<br />
veneno, agora sabemos que as gorduras monoinsatura<strong>da</strong>s — como aquelas<br />
encontra<strong>da</strong>s em abacates, azeitonas e nozes — são saudáveis. Também sabemos<br />
que os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 dos peixes de águas ias (por<br />
exemplo, o salmão) e algumas plantas (por exemplo, o óleo de linhaça) são<br />
considerados “bons”. Portanto, a gordura satura<strong>da</strong> foi vítima de uma campanha<br />
ruim. A maioria de nós nem questiona mais por que essas gorduras específicas<br />
são considera<strong>da</strong>s ruins para a saúde; simples<strong>mente</strong> pressupomos que a pretensa<br />
ciência é ver<strong>da</strong>deira. Ou situamos essas gorduras, erronea<strong>mente</strong>, na mesma<br />
categoria <strong>da</strong>s gorduras trans. Mas nós temos necessi<strong>da</strong>de de gordura satura<strong>da</strong>, e<br />
nosso corpo foi projetado muito tempo atrás para li<strong>da</strong>r com o consumo de<br />
fontes naturais dessa gordura — mesmo em grandes quanti<strong>da</strong>des.<br />
Poucos entendem que a gordura satura<strong>da</strong> desempenha um papel crucial em<br />
várias equações bioquímicas que nos mantêm saudáveis. Se você foi<br />
amamentado no seio quando era bebê, gorduras satura<strong>da</strong>s eram a base de sua<br />
alimentação, já que representam 54% <strong>da</strong> gordura no leite materno. To<strong>da</strong>s as<br />
células do seu corpo têm necessi<strong>da</strong>de de gorduras satura<strong>da</strong>s; elas representam<br />
50% <strong>da</strong> membrana celular. Elas também contribuem para a estrutura e o<br />
funcionamento de seus pulmões, seu coração, seus ossos, seu fígado e seu<br />
sistema imunológico. Nos pulmões, um tipo específico de gordura satura<strong>da</strong> — o<br />
ácido palmítico C16 — cria surfactante pulmonar e reduz a tensão pulmonar, de<br />
modo que seus alveólos — os pequenos sacos de ar que capturam o oxigênio de<br />
suas inalações e permitem que ele seja absorvido pela sua corrente sanguínea —<br />
se expan<strong>da</strong>m. Sem surfactante, você não conseguiria respirar, pois a superfície<br />
úmi<strong>da</strong> dos seus alvéolos pulmonares aderiria a si mesma, impedindo seus<br />
pulmões de se expandir. Uma quanti<strong>da</strong>de saudável de surfactante pulmonar<br />
previne a asma e outras desordens respiratórias.<br />
As células do músculo cardíaco preferem um tipo de gordura satura<strong>da</strong> para<br />
se alimentar, e os ossos precisam de gorduras satura<strong>da</strong>s para assimilar o cálcio<br />
de forma eficiente. Com o auxílio <strong>da</strong>s gorduras satura<strong>da</strong>s, seu fígado elimina a<br />
gordura e o protege dos efeitos adversos <strong>da</strong>s toxinas, inclusive o álcool e certos<br />
componentes dos remédios. Em parte, os glóbulos brancos do seu sistema<br />
imunológico devem sua capaci<strong>da</strong>de de reconhecer e destruir germes invasores,