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A dieta da mente David Perlmutter

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gordura mas não contraíam doenças cardíacas, e outros onde as <strong>dieta</strong>s são<br />

pobres em gorduras mas as populações têm uma alta incidência de ataques<br />

car​dí​a​cos fa​tais). Os ja​po​ne​ses, cuja di​e​ta tem ape​nas 10% de ca​lo​ri​as ad​vin​<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

gordura, apresentaram a menor taxa de mortali<strong>da</strong>de por DAC — menos de uma<br />

pessoa em ca<strong>da</strong> mil. Os Estados Unidos, no entanto, tiveram a maior<br />

mortali<strong>da</strong>de por DAC — sete em mil —, com 40% <strong>da</strong>s calorias vindo <strong>da</strong><br />

gor​du​ra.17 Num primeiro exame, pode parecer que esses padrões apontam<br />

direta<strong>mente</strong> para a ideia de que a gordura é ruim, e que a gordura causa<br />

doenças cardíacas. Os cientistas mal poderiam supor que esses números não<br />

con​ta​vam a his​tó​ria com​ple​ta.<br />

Esse raciocínio errado, porém, infiltrou-se por várias déca<strong>da</strong>s, com<br />

cientistas buscando por provas adicionais, que incluíam o Estudo do Coração de<br />

Framingham, que concluiu que aqueles que têm colesterol mais elevado têm<br />

maior probabili<strong>da</strong>de de ter DAC e morrer em função delas. Em 1956, a<br />

American Heart Association começou a promover a chama<strong>da</strong> “<strong>dieta</strong> prudente”,<br />

que conclamava a substituir manteiga, bacon, ovos e carne de boi por<br />

margarina, óleo de milho, ango e cereais. Na déca<strong>da</strong> de 1970 a hipótese lipídica<br />

se tornara firme<strong>mente</strong> estabeleci<strong>da</strong>. No cerne dessa hipótese estava a afirmação<br />

inar​re​dá​vel de que o co​les​te​rol cau​sa​va do​en​ças ar​te​ri​ais co​ro​na​ri​a​nas.<br />

Isso natural<strong>mente</strong> incentivou o governo a agir, o que levou ao lançamento<br />

<strong>da</strong>s “Metas Dietárias para os Estados Unidos” pelo Comitê de Nutrição e<br />

Necessi<strong>da</strong>des Humanas do Senado, em 1977. Como você pode imaginar, essas<br />

metas tinham o objetivo de reduzir a ingestão de gordura e evitar alimentos<br />

ricos em colesterol. Gorduras satura<strong>da</strong>s “entupidoras de artérias” foram<br />

considera<strong>da</strong>s particular<strong>mente</strong> más. Assim, foram condena<strong>da</strong>s a carne de boi, o<br />

leite, os ovos, a manteiga, o queijo e os óleos tropicais, como o de coco e o de<br />

palma. Esse pensamento também abriu caminho para o foco bilionário <strong>da</strong><br />

indústria farmacêutica em remédios redutores de lipídios. Ao mesmo tempo, as<br />

autori<strong>da</strong>des de saúde começaram a aconselhar as pessoas a substituir as<br />

gorduras, agora do mal, por carboidratos e óleos vegetais processados poliinsaturados,<br />

incluindo os óleos de soja, milho, algodão, canola, amendoim,<br />

cár​ta​mo e gi​ras​sol. Lan​cho​ne​tes de fast-food ade​ri​ram em me​a​dos dos anos 1980,<br />

passando de gordura animal e óleo de palma para óleo vegetal parcial<strong>mente</strong><br />

hidrogenado (gordura trans) na itura de seus alimentos. Embora de lá para cá o<br />

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos tenha alterado seu guia<br />

alimentar, ain<strong>da</strong> divulga a ideia de que “gordura é ruim” e “carboidrato é bom”.<br />

Na ver<strong>da</strong>de, no novo guia nenhuma gordura aparece, o que confunde os<br />

consumidores em relação a quais gorduras, e de que tipo, cabem numa <strong>dieta</strong><br />

sau​dá​vel.18

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