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A dieta da mente David Perlmutter

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forma pomposa de dizer <strong>da</strong>no aos nervos. Engloba um leque variado de<br />

desordens em que os nervos atingidos fora do cérebro e <strong>da</strong> medula espinhal —<br />

ner​vos pe​ri​fé​ri​cos — cau​sam dor​mên​cia, fra​que​za ou dor.<br />

Nesse estudo específico, os pesquisadores avaliaram treze pacientes que<br />

mostravam sinais de declínio cognitivo progressivo nos dois anos que se<br />

seguiram aos sintomas iniciais <strong>da</strong> doença celíaca ou a uma piora <strong>da</strong> doença (as<br />

razões mais equentes para que esses pacientes buscassem auxílio médico para<br />

suas deficiências cerebrais eram amnésia, confusão mental e alterações de<br />

personali<strong>da</strong>de. Os médicos confirmaram todos os casos de doença celíaca por<br />

meio de biópsias do intestino delgado; aqueles cujo declínio cognitivo pudesse<br />

ser atribuído a alguma outra causa foram descartados do estudo). Na análise,<br />

uma coisa ficou evidente, que anulava instantanea<strong>mente</strong> o que se imaginava<br />

saber antes: o declínio cognitivo não podia ser atribuído a deficiências<br />

nutricionais. Além disso, os pesquisadores perceberam que os pacientes eram<br />

relativa<strong>mente</strong> jovens para soer de demência (a i<strong>da</strong>de mediana de início <strong>da</strong><br />

per<strong>da</strong> cognitiva era 64 anos, numa faixa que ia dos 45 aos 79). Como foi<br />

relatado nos meios de comunicação, segundo o dr. Joseph Murray,<br />

gastroenterologista <strong>da</strong> Clínica Mayo e um dos investigadores do estudo,<br />

“escreveu-se bastante sobre doença celíaca e questões neurológicas como a<br />

neuropatia periférica [...] ou problemas de equilíbrio, mas esse grau de<br />

problemas cerebrais — o declínio cognitivo que encontramos aqui — jamais<br />

fora reconhecido antes. Eu não esperava que pudesse haver tantos pacientes de<br />

do​en​ça ce​lí​a​ca com de​clí​nio cog​ni​ti​vo”.<br />

Correta<strong>mente</strong>, Murray acrescentou ser improvável que os problemas dos<br />

pacientes refletissem uma “conexão casual”. Da<strong>da</strong> a associação entre o início ou<br />

a piora dos sintomas de doença celíaca e a per<strong>da</strong> cognitiva, num espaço de<br />

apenas dois anos, a probabili<strong>da</strong>de de que fosse uma ocorrência aleatória era<br />

muito pequena. Talvez a descoberta mais surpreendente de todo o estudo tenha<br />

sido que vários dos pacientes a quem se impôs uma <strong>dieta</strong> sem glúten tenham<br />

verificado uma “melhora significativa” na cognição. Quando três pacientes<br />

abandonaram completa<strong>mente</strong> a ingestão de glúten, a saúde mental deles<br />

melhorou ou estabilizou-se, levando os pesquisadores a ressaltar que poderiam<br />

ter descoberto uma forma reversível de per<strong>da</strong> cognitiva. Essa é uma descoberta<br />

extrema<strong>mente</strong> significativa. Por quê? Ain<strong>da</strong> não se conhecem muitas formas de<br />

demência real<strong>mente</strong> sujeitas a tratamento imediato. Por isso, se for possível<br />

parar e, em alguns casos, re​ver​ter o processo de demência, identificar a doença<br />

celíaca na presença de declínio cognitivo pode se tornar rotina. Além disso, tal<br />

descoberta é mais um argumento contra o acaso como explicação do elo entre a<br />

doença celíaca e o declínio cognitivo. Quando lhe perguntaram sobre o

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