A dieta da mente David Perlmutter
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que perturbam os hormônios). Resumindo: mais que um simples pre<strong>da</strong>dor à<br />
espreita atrás de uma árvore, é uma inimiga arma<strong>da</strong> e perigosa. O número de<br />
problemas de saúde hoje relacionados à gordura visceral é enorme, desde os<br />
mais óbvios, como a obesi<strong>da</strong>de e a síndrome metabólica, até os não tão óbvios<br />
— câncer, transtornos autoimunes e doenças cerebrais.<br />
Os pontinhos que ligam o excesso de gordura corporal, principal<strong>mente</strong> a<br />
do tipo ruim, a obesi<strong>da</strong>de e as disfunções cerebrais não são tão difíceis de<br />
entender, considerando as informações que você já aprendeu neste livro. O<br />
excesso de gordura corporal não apenas aumenta a resistência à insulina como<br />
eleva direta<strong>mente</strong> a produção de substâncias químicas inflamatórias que têm<br />
uma influência direta na degeneração cerebral.<br />
Em um estudo específico, publicado em 2005, a proporção entre a cintura<br />
e o quadril de mais de cem indivíduos foi compara<strong>da</strong> a mu<strong>da</strong>nças estruturais<br />
em seus cérebros.21 O estudo também examinou as alterações cerebrais em<br />
relação aos níveis de glicemia e de insulina de jejum. O que os autores queriam<br />
determinar era se existia ou não uma relação entre a estrutura do cérebro e o<br />
tamanho <strong>da</strong> barriga de uma pessoa. E os resultados foram espantosos.<br />
Essencial<strong>mente</strong>, quanto maior a razão entre a cintura e o quadril (isto é, quanto<br />
maior a barriga), menor o centro de memória do cérebro, o hipocampo. Este<br />
desempenha um papel crucial na memória, e seu funcionamento é<br />
absoluta<strong>mente</strong> dependente do tamanho. À medi<strong>da</strong> que o hipocampo encolhe, a<br />
memória declina. Ain<strong>da</strong> mais espantoso: os pesquisadores concluíram que,<br />
quanto maior a razão cintura-quadril, maior o risco de pequenos derrames no<br />
cérebro, que, sabe-se, também estão associados ao declínio <strong>da</strong>s funções<br />
cerebrais. Os autores afirmaram: “Estes resultados são consistentes com um<br />
número ca<strong>da</strong> vez maior de evidências ligando a obesi<strong>da</strong>de, as doenças<br />
vasculares e os processos inflamatórios a doenças cognitivas e demência (...)”.<br />
Outros estudos, desde então, confirmaram esse achado: para ca<strong>da</strong> quilo a mais<br />
no corpo, o cérebro fica um pouco menor. É irônico que, à medi<strong>da</strong> que o corpo<br />
cresce, o cérebro diminui.<br />
Em um projeto de pesquisa conjunto <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Califórnia, em<br />
Los Angeles, e <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Pittsburgh, por exemplo, neurocientistas<br />
examinaram imagens dos cérebros de 94 pessoas na casa dos setenta anos que<br />
haviam participado de um estudo anterior de saúde cardiovascular e<br />
cognição.22 Nenhum dos participantes tinha demência ou outro<br />
comprometimento cognitivo, e todos foram acompanhados durante cinco anos.<br />
O que os pesquisadores descobriram foi que os cérebros <strong>da</strong>s pessoas obesas —<br />
defini<strong>da</strong>s como aquelas com índice de massa corporal superior a trinta —<br />
tinham uma aparência dezesseis anos mais velha que as pessoas saudáveis de