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A dieta da mente David Perlmutter

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uma pro​du​ção ca<strong>da</strong> vez mai​or de in​su​li​na no pân​cre​as.<br />

Os carboidratos que desencadeiam o maior pico de açúcar no sangue<br />

costumam ser os que mais engor<strong>da</strong>m, exata<strong>mente</strong> por esse motivo. A lista<br />

in​clui tudo que é fei​to com fa​ri​nha re​fi​na​<strong>da</strong> (pães, ce​re​ais, mas​sas); ami​dos como<br />

o arroz, a batata e o milho; e carboidratos líquidos como os reigerantes, a<br />

cerveja e os sucos de utas. Todos eles são rapi<strong>da</strong><strong>mente</strong> digeridos porque<br />

inun​<strong>da</strong>m a cor​ren​te san​guí​nea com gli​co​se e es​ti​mu​lam um pico de in​su​li​na, que<br />

armazena as calorias em excesso sob a forma de gordura. E os carboidratos nos<br />

vegetais? Esses carboidratos, principal<strong>mente</strong> aqueles nos vegetais verdes<br />

folhosos, como o brócolis e o espinae, são unidos por fibras indigeríveis. Por<br />

isso, digeri-los leva mais tempo. Basica<strong>mente</strong>, as fibras eiam o processo,<br />

provocando um encaminhamento mais lento <strong>da</strong> glicose para a corrente<br />

sanguínea. Além disso, os vegetais contêm mais água que os amidos em relação<br />

a seu peso, e isso enaquece ain<strong>da</strong> mais a reação do açúcar no sangue. Quando<br />

ingerimos utas in natura, que obvia<strong>mente</strong> contêm açúcar de utas, a água e as<br />

fibras também vão “diluir” o efeito sobre o açúcar no sangue. Se você ingere,<br />

por exemplo, um pêssego e uma batata assa<strong>da</strong> do mesmo peso, a batata terá um<br />

efeito no nível de açúcar no sangue muito maior que o pêssego, aquoso e<br />

fibroso. Isso não quer dizer que o pêssego, ou qualquer outra uta, não causará<br />

pro​ble​mas.4<br />

Nossos ancestrais <strong>da</strong>s cavernas, é bem ver<strong>da</strong>de, comiam utas, mas não<br />

todos os dias do ano. Não evoluímos para li<strong>da</strong>r com as enormes quanti<strong>da</strong>des de<br />

utose que consumimos hoje — principal<strong>mente</strong> quando essa utose vem de<br />

fontes manufatura<strong>da</strong>s. As utas in natura têm relativa<strong>mente</strong> pouco açúcar, se<br />

compara<strong>da</strong>s, digamos, com uma lata de reigerante normal, cuja quanti<strong>da</strong>de é<br />

maciça. Uma maçã de tamanho médio contém cerca de 44 calorias de açúcar,<br />

numa mistura rica em fibras, graças à pectina; em compensação, uma latinha de<br />

355ml de Coca-Cola ou Pepsi contém quase o dobro — oitenta calorias de<br />

açúcar. Se você fizer o suco de várias maçãs e concentrar o líquido numa<br />

bebi<strong>da</strong> de 355ml (perdendo, assim, as fibras), veja bem, você vai obter uma<br />

panca<strong>da</strong> de 85 calorias de açúcar, que podia muito bem ter vindo de um<br />

reigerante. Quando a utose chega ao fígado, a maior parte se converte em<br />

gordura e é envia<strong>da</strong> às nossas células adiposas. Não admira que a utose tenha<br />

sido considera<strong>da</strong> pelos bioquímicos o carboidrato que mais engor<strong>da</strong>. E quando<br />

nossos corpos se acostumam a realizar essa operação simples em ca<strong>da</strong> refeição,<br />

podemos cair numa armadilha em que até nosso tecido muscular se torna<br />

resistente à insulina. Gary Taubes descreve esse efeito dominó de forma<br />

bri​lhan​te no li​vro Why We Get Fat [Por que en​gor​<strong>da</strong>​mos]:

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