22.04.2017 Views

A dieta da mente David Perlmutter

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

nosso risco de Alzheimer é de espantosos 50%, muitas pessoas devem levar em<br />

con​ta que já são “pré-sin​to​má​ti​cas”.<br />

Portanto, se nosso tecido cerebral está sendo atacado pelos radicais livres,<br />

não faz sentido se encher de antioxi<strong>da</strong>ntes? Para responder essa pergunta,<br />

precisamos levar em conta os fornecedores de energia para nossas células, as<br />

mitocôndrias. No processo normal de produção de energia, ca<strong>da</strong> mitocôndria<br />

produz centenas, senão milhares de moléculas de radicais livres por dia.<br />

Multiplique isso pelos 10 quatrilhões de mitocôndrias que ca<strong>da</strong> um de nós<br />

possui e chegamos a um número inconcebível, 10 seguido de dezoito zeros.<br />

Poderíamos pensar: que eficácia teria, digamos, uma cápsula de vitamina E ou<br />

uma vitamina C solúvel diante desse massacre de radicais livres? Os<br />

antioxi<strong>da</strong>ntes comuns funcionam se sacrificando para tornar-se oxi<strong>da</strong>dos<br />

quando estão diante dos radicais livres. Assim, uma molécula de vitamina C é<br />

oxi<strong>da</strong><strong>da</strong> por um radical livre (essa química um-por-um é chama<strong>da</strong> pelos<br />

químicos de “reação estequiométrica”). Você consegue imaginar quanta vitamina<br />

C, ou outro antioxi<strong>da</strong>nte oral, seria necessário tomar para neutralizar um<br />

nú​me​ro in​di​zí​vel de ra​di​cais li​vres ge​ra​dos di​a​ri​a​men​te pelo cor​po?<br />

Feliz<strong>mente</strong>, e como seria de esperar, a fisiologia humana desenvolveu sua<br />

própria bioquímica para criar antioxi<strong>da</strong>ntes mais protetores nos momentos de<br />

elevado estresse oxi<strong>da</strong>tivo. Longe de depender inteira<strong>mente</strong> de fontes<br />

alimentares externas de antioxi<strong>da</strong>ntes, nossas células têm sua própria<br />

capaci<strong>da</strong>de inata de gerar enzimas antioxi<strong>da</strong>ntes conforme a necessi<strong>da</strong>de. Níveis<br />

al​tos de ra​di​cais li​vres ati​vam uma pro​te​í​na es​pe​cí​fi​ca no nú​cleo, cha​ma​<strong>da</strong> Nrf2,<br />

que basica<strong>mente</strong> abre a porta para a produção de um vasto leque não apenas dos<br />

mais importantes antioxi<strong>da</strong>ntes do nosso corpo, mas também de enzimas<br />

desintoxicantes. Por isso, se o excesso de radicais livres acarreta uma produção<br />

melhor de antioxi<strong>da</strong>ntes através desse processo, a pergunta que se segue é<br />

ób​via: o que mais ati​va a Nrf2?<br />

É aí que a história fica real<strong>mente</strong> empolgante. Novas pesquisas<br />

identificaram diversos fatores modificáveis que podem “apertar o botão” <strong>da</strong><br />

Nrf2, ativando genes que conseguem produzir antioxi<strong>da</strong>ntes poderosos e<br />

enzimas desintoxicantes. O dr. Ling Gao, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Vanderbilt, descobriu<br />

que quando as gorduras ômega 3 EPA e DHA se oxi<strong>da</strong>m, ocorre uma ativação<br />

significativa do processo <strong>da</strong> Nrf2. Durante vários anos os pesquisadores<br />

observaram níveis menores de <strong>da</strong>nos dos radicais livres em indivíduos que<br />

consomem óleo de peixe (fonte de EPA e DHA), mas, graças a essa nova<br />

pesquisa, a relação entre o óleo de peixe e a proteção antioxi<strong>da</strong>nte ficou clara.<br />

Como escreveu o dr. Gao, “nossos <strong>da</strong>dos sustentam a hipótese de que a<br />

formação de [...] compostos gerados pela oxi<strong>da</strong>ção de EPA e DHA in vivo pode

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!