A dieta da mente David Perlmutter
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nosso risco de Alzheimer é de espantosos 50%, muitas pessoas devem levar em<br />
conta que já são “pré-sintomáticas”.<br />
Portanto, se nosso tecido cerebral está sendo atacado pelos radicais livres,<br />
não faz sentido se encher de antioxi<strong>da</strong>ntes? Para responder essa pergunta,<br />
precisamos levar em conta os fornecedores de energia para nossas células, as<br />
mitocôndrias. No processo normal de produção de energia, ca<strong>da</strong> mitocôndria<br />
produz centenas, senão milhares de moléculas de radicais livres por dia.<br />
Multiplique isso pelos 10 quatrilhões de mitocôndrias que ca<strong>da</strong> um de nós<br />
possui e chegamos a um número inconcebível, 10 seguido de dezoito zeros.<br />
Poderíamos pensar: que eficácia teria, digamos, uma cápsula de vitamina E ou<br />
uma vitamina C solúvel diante desse massacre de radicais livres? Os<br />
antioxi<strong>da</strong>ntes comuns funcionam se sacrificando para tornar-se oxi<strong>da</strong>dos<br />
quando estão diante dos radicais livres. Assim, uma molécula de vitamina C é<br />
oxi<strong>da</strong><strong>da</strong> por um radical livre (essa química um-por-um é chama<strong>da</strong> pelos<br />
químicos de “reação estequiométrica”). Você consegue imaginar quanta vitamina<br />
C, ou outro antioxi<strong>da</strong>nte oral, seria necessário tomar para neutralizar um<br />
número indizível de radicais livres gerados diariamente pelo corpo?<br />
Feliz<strong>mente</strong>, e como seria de esperar, a fisiologia humana desenvolveu sua<br />
própria bioquímica para criar antioxi<strong>da</strong>ntes mais protetores nos momentos de<br />
elevado estresse oxi<strong>da</strong>tivo. Longe de depender inteira<strong>mente</strong> de fontes<br />
alimentares externas de antioxi<strong>da</strong>ntes, nossas células têm sua própria<br />
capaci<strong>da</strong>de inata de gerar enzimas antioxi<strong>da</strong>ntes conforme a necessi<strong>da</strong>de. Níveis<br />
altos de radicais livres ativam uma proteína específica no núcleo, chama<strong>da</strong> Nrf2,<br />
que basica<strong>mente</strong> abre a porta para a produção de um vasto leque não apenas dos<br />
mais importantes antioxi<strong>da</strong>ntes do nosso corpo, mas também de enzimas<br />
desintoxicantes. Por isso, se o excesso de radicais livres acarreta uma produção<br />
melhor de antioxi<strong>da</strong>ntes através desse processo, a pergunta que se segue é<br />
óbvia: o que mais ativa a Nrf2?<br />
É aí que a história fica real<strong>mente</strong> empolgante. Novas pesquisas<br />
identificaram diversos fatores modificáveis que podem “apertar o botão” <strong>da</strong><br />
Nrf2, ativando genes que conseguem produzir antioxi<strong>da</strong>ntes poderosos e<br />
enzimas desintoxicantes. O dr. Ling Gao, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Vanderbilt, descobriu<br />
que quando as gorduras ômega 3 EPA e DHA se oxi<strong>da</strong>m, ocorre uma ativação<br />
significativa do processo <strong>da</strong> Nrf2. Durante vários anos os pesquisadores<br />
observaram níveis menores de <strong>da</strong>nos dos radicais livres em indivíduos que<br />
consomem óleo de peixe (fonte de EPA e DHA), mas, graças a essa nova<br />
pesquisa, a relação entre o óleo de peixe e a proteção antioxi<strong>da</strong>nte ficou clara.<br />
Como escreveu o dr. Gao, “nossos <strong>da</strong>dos sustentam a hipótese de que a<br />
formação de [...] compostos gerados pela oxi<strong>da</strong>ção de EPA e DHA in vivo pode