22.04.2017 Views

A dieta da mente David Perlmutter

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

identificando e tratando um punhado de indivíduos cujos transtornos motores<br />

desapareceram completa<strong>mente</strong> com um programa sem glúten e para os quais<br />

nenhuma outra causa foi identifica<strong>da</strong>. Mas, infeliz<strong>mente</strong>, muitos médicos<br />

consagrados não têm buscado explicações alimentares para esses transtornos<br />

mo​to​res, nem têm co​nhe​ci​men​to dos re​la​tos mais re​cen​tes.<br />

Esses casos não são isolados. Eles refletem padrões que testemunhei em<br />

inúmeros pacientes. São pessoas que chegam a mim com queixas médicas<br />

inteira<strong>mente</strong> diferentes, mas têm algo em comum: sensibili<strong>da</strong>de ao glúten.<br />

Acredito que o glúten seja um veneno moderno, e que as pesquisas estão<br />

levando médicos a prestar atenção e reavaliar a situação geral, no que diz<br />

respeito a transtornos e doenças do cérebro. A boa notícia é que saber desse<br />

denominador comum significa que agora é possível tratar e, em alguns casos,<br />

curar um amplo espectro de males com uma prescrição simples: a retira<strong>da</strong> do<br />

glú​ten <strong>da</strong> di​e​ta.<br />

Entre em qualquer loja de alimentos orgânicos, ou até mesmo num<br />

supermercado comum, e é garantido que você se espantará com as opções de<br />

produtos “sem glúten”. Nos últimos anos, o volume de ven<strong>da</strong>s de produtos sem<br />

glúten disparou; pelas últimas contas, o setor faturou 6,3 bilhões de dólares em<br />

2011, e continua em crescimento.1 Todo tipo de produto, de cereais para o café<br />

<strong>da</strong> manhã aos molhos para sala<strong>da</strong>, foi lançado para tirar proveito do número<br />

ca<strong>da</strong> vez maior de indivíduos que optam por alimentos que não contenham<br />

glú​ten. Por que to<strong>da</strong> essa fe​bre?<br />

A atenção <strong>da</strong> mídia, certa<strong>mente</strong>, contribui. Um artigo de 2011 do Yahoo!<br />

Sports perguntava: “a nova <strong>dieta</strong> de Novak Djokovic, sem glúten, é responsável<br />

por sua sequência de vitórias?”. A resposta: “Um simples teste de alergia pode<br />

ter levado um jogador mediano a um dos maiores períodos de hegemonia <strong>da</strong><br />

his​tó​ria do tê​nis”.2<br />

Mas para além <strong>da</strong> epifania de um atleta, o que a comuni<strong>da</strong>de científica tem<br />

a dizer a respeito <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de ao glúten? O que significa ser “sensível ao<br />

glúten”? Em que a sensibili<strong>da</strong>de difere <strong>da</strong> doença celíaca? O que há de tão ruim<br />

no glúten? Ele não existe desde sempre? E a que me refiro, exata<strong>mente</strong>, quando<br />

falo em “grãos mo​der​nos”? Va​mos lá.<br />

A COLA DO GLÚ​TEN<br />

Glúten — ou “cola”, em latim — é uma proteína composta que atua como<br />

material adesivo, aglutinando a farinha para a panificação, incluindo bolachas,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!