22.04.2017 Views

A dieta da mente David Perlmutter

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

uma baixa ingestão calórica está associa<strong>da</strong> com uma incidência menor de<br />

Alzheimer e Parkinson. E os mecanismos pelos quais isso ocorre são por meio<br />

de uma fun​ção mi​to​con​dri​al me​lho​ra​<strong>da</strong> e do con​tro​le <strong>da</strong> ex​pres​são gê​ni​ca.<br />

O consumo de menos calorias reduz a geração de radicais livres, ao<br />

mesmo tempo em que estimula a produção de energia <strong>da</strong>s mitocôndrias,<br />

minúsculos organelos em nossas células que geram energia química sob a<br />

forma de ATP (adenosina trifosfato). As mitocôndrias têm seu próprio DNA e<br />

hoje sabemos que desempenham um papel chave em doenças degenerativas,<br />

como o Alzheimer e o câncer. A restrição calórica também exerce um forte<br />

efeito na redução <strong>da</strong> apoptose, processo pelo qual as células soem uma<br />

autodestruição. A apoptose acontece quando são ligados mecanismos genéticos<br />

internos <strong>da</strong>s células que culminam na sua morte. Embora de início pareça<br />

surpreendente que esse processo possa ser visto como positivo, a apoptose é<br />

uma função celular crucial para a vi<strong>da</strong> tal qual a conhecemos. A morte préprograma<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>s células é uma parte normal e vital de todos os tecidos vivos,<br />

mas deve haver um equilíbrio entre a apoptose efetora e a apoptose de<br />

degra<strong>da</strong>ção. Além disso, a restrição calórica desencadeia uma redução dos<br />

fatores inflamatórios e um aumento nos fatores neuroprotetores, mais<br />

especifica<strong>mente</strong> o BDNF. Também ficou demonstrado o aumento <strong>da</strong>s defesas<br />

antioxi<strong>da</strong>ntes naturais do corpo pelo estímulo a enzimas e moléculas<br />

im​por​tan​tes na des​trui​ção do ex​ces​so de ra​di​cais li​vres.<br />

Em 2008, a dra. Verónica Araya, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>d de Chile, em Santiago,<br />

publicou um estudo realizado por ela em que indivíduos obesos e com<br />

sobrepeso foram postos numa <strong>dieta</strong> de restrição de calorias de três meses, com<br />

uma redução total de 25% <strong>da</strong>s calorias.15 Ela e seus colegas registraram um<br />

aumento excepcional na produção de BDNF, que por sua vez levou a reduções<br />

notáveis no apetite. Também foi mostrado que o oposto ocorre: a produção de<br />

BDNF di​mi​nui em ani​mais com uma di​e​ta rica em açú​car.16<br />

Uma <strong>da</strong>s moléculas mais bem estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, associa<strong>da</strong>s à restrição calórica e<br />

ao surgimento de novas células cerebrais, é a sirtuína (SIRT1), uma enzima que<br />

regula a expressão gênica. Nos macacos, uma ativação maior <strong>da</strong> sirtuína 1<br />

estimula uma enzima que degra<strong>da</strong> amiloides — a proteína semelhante ao amido<br />

cujo acúmulo é uma marca de doenças como o Alzheimer.17 Além disso, a<br />

ativação <strong>da</strong> sirtuína 1 altera certos receptores nas células, levando a reações cujo<br />

efeito geral é uma redução dos processos inflamatórios. Talvez de forma mais<br />

importante, a ativação do processo <strong>da</strong> sirtuína pela restrição calórica estimula a<br />

BDNF. Não apenas as células-tronco cerebrais aumentaram em número, mas sua<br />

di​fe​ren​ci​a​ção em neu​rô​ni​os ce​re​brais é es​ti​mu​la​<strong>da</strong> pela BDNF (uma vez mais em<br />

função <strong>da</strong> restrição calórica). É por essa razão que dizemos que a BDNF

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!