22.04.2017 Views

A dieta da mente David Perlmutter

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

termos desenvolvido o gosto pela gordura: é a paixão secreta do nosso cérebro.<br />

Mas nas últimas déca<strong>da</strong>s ela foi demoniza<strong>da</strong>, como uma fonte nutritiva ruim<br />

para a saúde. Lamentavel<strong>mente</strong>, nós nos tornamos uma socie<strong>da</strong>de<br />

“gordurofóbica” e “carbofílica” (para piorar as coisas, ao ingerir muito<br />

carboidrato nós automatica<strong>mente</strong> reduzimos nossa ingestão de gordura<br />

saudável). A propagan<strong>da</strong>, a indústria <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de peso, os supermercados e os<br />

best-sellers estão promovendo a ideia de que precisamos de uma <strong>dieta</strong> o mais<br />

pobre possível em gordura (se possível sem gordura) e em colesterol. É fato que<br />

certos tipos de gordura estão associados a problemas de saúde, e ninguém pode<br />

negar a ameaça direta<strong>mente</strong> relaciona<strong>da</strong> às gorduras e aos óleos modificados<br />

comercial<strong>mente</strong>. Há evidências científicas convincentes de que as gorduras trans<br />

são tóxicas e têm ligação clara com diversas doenças crônicas. Mas o que falta<br />

nessa mensagem é simples: nossos corpos prosperam quando lhes <strong>da</strong>mos<br />

“gorduras boas”, e o colesterol é uma delas. E não nos saímos tão bem com<br />

grandes quanti<strong>da</strong>des de carboidratos, mesmo que esses carboidratos não<br />

te​nham glú​ten, se​jam grãos in​te​grais ou ri​cos em fi​bras.<br />

É interessante notar que a <strong>dieta</strong> humana exige pratica<strong>mente</strong> zero<br />

carboidrato; podemos sobreviver com uma quanti<strong>da</strong>de mínima de carboidratos,<br />

que pode ser forneci<strong>da</strong> pelo fígado na medi<strong>da</strong> do necessário. Mas não podemos<br />

ir muito longe sem gordura. Infeliz<strong>mente</strong>. Muitos de nós achamos que ingerir<br />

gordura é o mesmo que ficar gordo, quando na ver<strong>da</strong>de a obesi<strong>da</strong>de — e suas<br />

consequências metabólicas — não tem quase na<strong>da</strong> a ver com a ingestão de<br />

gordura e tudo a ver com o vício em carboidratos. O mesmo se aplica ao<br />

colesterol: ingerir alimentos ricos em colesterol não tem impacto nos nossos<br />

níveis reais de colesterol, e a suposta relação entre colesterol elevado e risco<br />

car​dí​a​co ele​va​do é uma com​ple​ta fa​lá​cia.<br />

OS GE​NES DA GOR​DU​RA E OS MO​DIS​MOS CI​EN​TÍ​FI​COS<br />

Se este livro tem uma lição que eu quero que você guarde, é a seguinte:<br />

respeite seu genoma. A gordura — e não o carboidrato — é o combustível<br />

favorito do metabolismo humano, e isso ao longo de to<strong>da</strong> a evolução. Nos<br />

últimos 2 milhões de anos, consumimos uma <strong>dieta</strong> rica em gordura, e foi<br />

apenas depois do advento <strong>da</strong> agricultura, cerca de 10 mil anos atrás, que os<br />

carboidratos se tornaram abun<strong>da</strong>ntes em nossa alimentação. Ain<strong>da</strong> temos um<br />

genoma de caçadores-coletores; ele é ugal, no sentido de ser programado para<br />

nos fazer engor<strong>da</strong>r em períodos de abundância. A “hipótese do gene ugal” foi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!